A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro
de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi
publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção
do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo
trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e
muitas vezes).
(Continuação)
A sessão que se segue é a
de Abril de 1807. A acta, depois da praxe abitual, diz que pelos vereadores
foi determinado.
Ordenando outro sim que precedessem os termos
legais para se proceder na arrematação das referidas pastegens, que deve ser
sem prejuízo de entrarem, ella os gados muidos segundo é costume aos creadores
desta cidade, sem que fiquem responsáveis por algum preço ou quantia por
estarem nesta posse, e uso antiquíssimo. E finalmente no auto da arrematação se
fizessem aquellas clauzulas, e condiçoins que parecerem necessárias e
convenientes”.
A casa da Câmara estava
incapaz de servir, e tão incapaz que havia necessidade de a “reedificar”
(é preciso não tomar muito á letra este “reedificar”, porque a “reedificação”
foi apenas uma “grande reparação”) e para ocorrer às despesas se
resolveu vender os agostadouros por três anos, saltando por cima do uso
consagrado de estarem os criadores da cidade “na posse e uso antiguíssimo”
das tais pastagens.
As coisas, porém, não
correram com tanta simplicidade como a Câmara julgava e decerto esperava,
porque na sessão seguinte, que se realizou em 10 de Maio, apareceram José Vaz
da Cunha e António Soares Franco a reclamar, em seu nome e no dos mais
criadores contra tal resolução, por que a ela se opunha a provisão régia de 17
de Novembro de 1753 “que obtiveram com munto
trabalho, e despesas os lavradores desta cidade na qual ordena Sua Majestade
que em nenhuma Coutada ou Baldio do Conselho se preeittão Porcos por arruinarem
os pastos, e truvarem as agoas deixando-as incapazes para o uso dos outros
gados”.
Em vista do exposto,
queriam que “feita a avalução dos referidos
agostadouros se vendão a elles suplicantes… para postage somente do gado de lã
e cabello obrigandosse aos pagamentos no tempo em que se ajustar”.
A Câmara mostrou-se
convencida, disse que estava bem assim, mas ainda em obediência à provisão
régia de 1 de Maio de 1805. Se procedesse à construção
de “hum cemitério pella maneira declarada na
mesma Provisão”. A Câmara não disse que sim nem que não. Depois se
pensaria nisso.
(Continua)
PS.
Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais”:
O
que acabaram de ler é uma transcrição do que
foi publicado na época.
O Albicastrense
Amigo
ResponderEliminarBoa tarde
Não vou fazer nenhum comentário ao seu escrito em epigrafe,mas vou manifestar através do seu blog, que tem leitores sem conta, o repúdio ao vandalismo que ultimamente tem assolado a cidade e do qual o semanário " Reconquista " tem feito eco e muito especialmemte o de hoje. É uma vergonha no século XXI existirem animais que se dizem ser racionais e que não são mais do que animais indignos de viverem em sociedade. A nossa Autarquia tem procurado com dignidade manter a cidade com bom nível de qualidade urbana e depois assiste-se à destruição do património que é nosso, de todos os albicastrenses. Oxalá a nossa PSP consiga identificá-los e depois o tribunal lhes dê a lição que merecem.
Que outros albicastrenses coloquem aqui também o seu desagrado pelo acontecido.
Um abraço
JJB