quarta-feira, abril 08, 2020

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS – CXL


  A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).

(Continuação)
Vem agora a sessão de 1 de dezembro, que vem a seguir, apareceu o tesoureiro dos “Ingeitados”, João Nunes de Sequeira, a queixar-se de que não tinha sombra de dinheiro para pagar às almas. Lançou-se uma finta “pelos Povos do Termo desta Cidade”, que rendeu trezentos mil reis.

Não era uma fortuna, mas não havia para mais, e por isso mesmo os vereadores: Determinaram.

visto  terem cessado os motivos pelos quaes se augmentou  o selário que se costumava dar às Amas pela creação dos Expostos e  ter deminuido consideravelmente o rendimento das sizas por não se effectuarem compras de bens de raiz como dantes de que resultou não haver sobejos para epprir aquellas despezas, se reduzisse a quantia de mil quatro centos e quarenta reis que até agora se pagava mensalmente a cada Ama a quantia de mil e duzentos reis devendo começar este pagamento desde o mem de Novembro próximo pretérito inclusive”.

Não havia compras de bens de raiz, porque não havia segurança para ninguém, as sisas não rendiam nada, não havia sobejos e por isso toca a reduzir o salario das pobres amas dos expostos em doze vinténs por mês.
Tivessem paciência. Não havia e, quando não há, tudo tem de esperar.

Ainda nesta sessão foram nomeados “para derramadores de Sizas e Decimas” o capitão Joaquim José Mendes Fevereiro, José Joaquim Pancas, Doutor Manuel de Ascensão, Luís António Henriques de Almeida, José Jorge e Manuel da Fonseca.
(Continua)
PS. Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais”; O que 
acabaram de ler é uma transcrição, do que foi 
publicado na época.
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RODA DOS EXPOSTOS OU RODA DOS ENJEITADOS
A roda dos expostos ou roda dos enjeitados consistia num mecanismo utilizado para abandonar (expor ou enjeitar na linguagem da época) recém nascidos    que ficavam ao cuidado de instituições de caridade.
O mecanismo, em forma de tambor ou portinhola giratória, embutido numa parede, era construído de tal forma que aquele que expunha a criança não era visto por aquele que a recebia. Esse modelo de acolhimento ganhou inúmeros adeptos por toda a Europa. principalmente a católica,  a partir do século XVI. 
EM PORTUGAL:
Em Portugal, as rodas espalharam-se a partir de 1498 com o surgimento das irmandades da Misericórdia,  financiadas pelos Senados das Câmaras. A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa  foi pioneira neste dispositivo. Segundo as Ordenações  Manuelinas de 1521  e confirmadas pelas Ordenações Filipinas  de 1603,  as Câmaras deveriam arcar com o custo de criação do enjeitado nascido sob a sua jurisdição, caso esta não tivesse a Casa dos Expostos e nem a Roda dos Expostos.
 A Câmara teria essa obrigação até que o exposto completasse sete anos de idade
O Albicastrense

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