quinta-feira, maio 06, 2021

CASA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE – (CIJE)

UM POUCO DA HISTÓRIA
DA
CASA DA INFÂNCIA E JUVENTUDE – (CIJE)
DE
CASTELO BRANCO
Em 1866, Guilhermino de Barros, transmontano ilustre casado com D.ª Júlia Vaz Preto da Lousa e aqui Governador Civil (1865 a 70), criou o Asilo da Infância Desvalida com o forte apoio financeiro da Duquesa de Bragança, visando acolher, alimentar, vestir e educar crianças órfãs de ambos os sexos. Seguindo os contornos assistenciais e caritativos das várias épocas, não deixou de desempenhar uma função social relevante.
Logo no início, o influente político Vaz Preto Giraldes, Par do Reino e grande defensor da linha de caminho-de-ferro da Beira Baixa, cedeu ao Asilo parte da sua biblioteca. Durante os conturbados tempos do fim da Monarquia e da 1ª República o Asilo manteve-se bastante isolado e preparando as jovens para serem serviçais domésticas.
Foi já na década de trinta do Século passado que a vertente educativa ganhou um novo impulso coma presença de professores laicos na Direção do Padre José Branco Pardal. Contudo, foi com o Dr. Ulisses Pardal no longo período da sua presidência (de 1963 a 90) que se deu a abertura à Comunidade Albicastrense. 
Do Instituto de Assistência aos Menores, vieram os primeiros técnicos do Serviço Social. Concretizou-se a passagem de Asilo para Casa da Infância e Juventude- CIJE. Foi publicado o livro «Cem anos ao Serviço da Infância». Foi já com Batista Pires Nunes (1992 a 97), que foram celebrados acordos com várias instituições, designadamente, o Ministério do Emprego e Segurança Social, reforçando-se a formação profissional das jovens que deixaram de ir aprender em casas particulares. A equipa docente foi reforçada com pessoal técnico da área da psicologia.
Já na primeira década deste Século, com o Dr. Dias de Carvalho à frente da Instituição, reforçou-se a formação orientada para a futura autonomia económica e independência das jovens. No plano educativo, valorizou-se a formação profissional em parceria com a APPACDM-Associação de Pais e Amigos das Crianças com Deficiência Mental, visando a aquisição de competências para a vida activa.
Em 2006 pelos cento e quarenta anos da instituição, foi publicado o livro da Dra. Adelaide Salvado «Casa da Infância e Juventude-Rumos Educativos.
A partir de 2013, com a Dra. Graça Frade à frente da CIJE, reforçou-se a rede de parcerias e múltiplas iniciativas com mais de uma dezena de Instituições da nossa cidade consolidando-se o projecto educativo: educar e socializar para a autonomia e desenvolvimento integral das jovens. A equipa técnica, cada vez mais pluridisciplinar, enriqueceu-se com múltiplas vertentes de trabalho voluntário. Planos como o DOM (Desafios, Oportunidades e Mudança) e o SERE (Sensibilizar, Envolver, Renovar, Esperança Mais) - instrumentos valiosos na intervenção positiva descobrindo e valorizando as potencialidades das jovens e as oportunidades para a sua vida ativa. 
Visando a continuidade do apoio à integração na sociedade das jovens que atingem a idade adulta, está em desenvolvimento o Projeto: Casas de autonomia; de que é exemplo a casa Dª Teresinha Sanches.
Da história e relevância social desta Instituição apenas foi possível dar aqui umas modestas pinceladas. Tenham elas, neste nosso tempo de tanta pressa e ânsia de tudo fruir e descartar rapidamente, algum mérito no sentido de ajudar a parar e a refletir. Para mais informação está patente na Biblioteca Municipal uma exposição completa sobre a história, a vida e os projetos da CIJE, e outras iniciativas comemorativas que se irão realizar.
É com Instituições como a CIJE, nos longos elos da história encadeando as inúmeras participações solidárias e voluntárias de tantos cidadãos e cidadãs generosas, que se construiu e melhorou a Cidade/Comunidade que somos.
Vivam as crianças e quem as ama, protege e educa. Longa vida e parabéns à Casa da Infância e Juventude de Castelo Branco.
Recolha de dados; "Jornal Gazeta do Interior".
O ALBICASTRENSE

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