(Continuação)
A sessão seguinte saltou para o dia 17 de Agosto de 1810.
Tinha morrido João Nunes de Sequeira, recebedor do dinheiro das
sisas e dos expostos, nomeou-se para o cargo vago Carlos Nunes Fevereiro e intimou-se
a viúva do vilecido recebedor para, dentro do prazo de três dias, “dar as suas contas e entregar ao novo
nomeado a quantia que se mostra dever”.
Na mesma sessão recebeu-se a noticia, por “uma carta do Excelentíssimo Senhor João António Salter de Mendonça”,
do casamento da Princesa D. Maria Teresa com o Infante D. Pedro. Mandou a
Câmara que se festejasse o acontecimento com “ as demonstrações de alegria que
são próprias por tão aplausível sucesso”, demonstrações em que entravam
luminárias por três dias, e encerrou-se a sessão.
Realizou-se a sessão imediata em 24 de Setembro de 1810.
Mandaram-se avaliar as ervagens e os louvados acharam que não
podiam atribuir-lhes valor superior a 655.000 réis, coisa de um terço do que em
outros anos tinha rendido.
Porque seria assim?
Ainda as invasões francesas. Massena tinha entrado em Portugal e a
invasão, apesar de ser feita mais a norte, fez-se sentir terrivelmente também
por aqui.
O exército anglo-luso, comandado por Welington, ia retirando
diante do invasor e destruindo tudo, para assim criar dificuldades aos
franceses. Esta táctica fez aqui sentir os seus efeitos.
Os que podiam fugiam para pontos que julgavam mais seguros,
desapareceram gados, não se semeava o que devia ser semeado, em suma, uma tragedia
e uma não menor miséria.
(Continua)
PS. Aos leitores dos postes “Efemérides Municipais”.
O que
acabaram de ler é uma transcrição, do que
foi publicado na época.
O Albicastrense
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