segunda-feira, maio 24, 2021

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

O FORAL DE D. PEDRO  ALVITO - (2ª PARTE)

Acentuou, no entanto o Dr. Alfredo Pimenta, que as suas considerações o conduziram apenas a uma conjuntura. E ela não se afigura muito verosivel perante uma certidão, datada em Elvas aos 15 de Março de 1271, da qual consta que o cabido da Ordem do Templo, reunido em Zamora em 4 do mesmo mês, concedeu aos habitantes de Moncareche ou Castelo Branco de Moncarchino todos os bons foros e os bons usos e os bons costumes.

Também consta que o concelho de Elvas deu uma copia da sus carta de foral, outorgada por rebelião, a três emissários de Moncareche, o alcaide Domingos Domingues, o capelão João Pires e o sesmeiro Domingos Fernandes, que  ali foram com esse objetivo, munidos de uma credencial do Mestre da Ordem D. Frei Guilherme de Pontes.
Gama Fernandes, na sua História da Administração, emitiu o seguinte parecer: O que parece indubitável em relação a muitos forais é que a redução do diploma a escrito foi posterior á constituição do concelho.
Fundamentando-se nesta opinião, ao tentar esclarecer e resolver o problema da data do foral de D. Pedro Alvito, o Dr. Ribeiro Cardoso formulou outra conjetura que se afigura mais aceitável do que a do Dr. Alfredo Pimenta e vem a ser a de ter sido a carta foraleira reduzida a escrito depois de 1271, isto é, ulteriormente á morte de D. Pedro Alvito.
 Segundo este autor, Castelo Branco de Moncarchino e Vila Franca da Cardosa eram duas povoações distintas; a Herdade de Moncareche está registada no Tombo sob a designação de Granja de Mércoles e compreendia a vertente Norte de Serra da Cardosa e os limites de Alcains, Escalos e Mércoles; e esta herdade confinava com a de Vila Franca da Cardosa, registada no Tombo como o nome de Granja do Castelo, pela vertente Sul da Serra da Cardosa. 

Em resumo, o que se acha positivamente averiguado sobre a génese de Castelo Branco é o seguinte: No monte de S. Martinho, situado nos subúrbios da cidade atual, existiu um castro pré-romano. O castro deu origem a uma vila rústica romana localizada na área triangular formado pelas ermidas de Santa Ana, de Nossa Senhora de Mércoles e de S. Martinho. Este aglomerado populacional abrangia terras, escravos, libertos, colonos e homens livres, com os seus dormitórios, refeitórios, adegas, lagares, celeiros e moinhos.  Dos monumentos epigráficos encontrados na cidade, pode inferir-se a existência de uma vila domínica ou urbana, onde tinha a sua residência o dominus do núcleo de povoamento. Durante o domínio dos árabes cresceu esta vila e veio a ter as designações de Moncareche e Castelo Branco de Moncarechino.
Após a sua conquista aos mouros, no século XII por D. Afonso Henriques, foi esta região, pelo fundador da monarquia Portuguesa e pelos reis seus sucessores, doada à Ordem do Templo para que ela promovesse o seu povoamento e a sua defesa. Estava decadente a antiga povoação de Moncareche quando nela se estabeleceram os Templários, pois declarou o Mestre da Ordem D. Pedro Alvito, na carta de foral que lhe concedeu, que pretendia restaurar e povoar Castel-Branco. E no primeiro quartel do seculo XIII renasceu esta povoação cujos primórdios data, de tempos imemoriais.
Recolha de texto, “CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE
O ALBICASTRENSE

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