domingo, outubro 15, 2006

LÁPIDE DE DOIS IRMÃOS SIAMESES

Gil Reis, publica semanalmente no jornal “Reconquista” a rubrica “efemérides”, onde dá a conhecer factos antigos ocorridos em Castelo Branco e arredores.
Nessa rubrica encontrei o facto oco
rrido em Castelo Branco em 1716, que aqui se segue:
“A 14 de Julho de
1716, Maria Mendes Maya, casada com António Simão Bragança, jornaleiro, deu á luz, na sua residência na vila de Castelo Branco, duas crianças siamesas. Os bebés que viveram 16 dias, estavam espertos, mamavam bastante bem e pelas palpitações cardíacas, tudo levava a crer que cada uma tinha o seu coração”, fim de citação.

Ao ler tal registo não pude deixar de sentir alguma nostalgia, pois durante aproximadamente dezoito anos (74/92), foi possível ver-se no Museu Francisco Tavares Proença o testemunho deste facto, através de uma lápide mandada fazer por D. João de Mendonça, bispo da Guarda residente no Paço de Castelo Branco, diz ele “para comemorar um estranho parto ocorrido em Castelo Branco” e que ali foi colocada no r/c, quando da abertura do museu Francisco Tavares Proença em 1974.
Porém as obras feitas no início dos anos 90 no museu, ditaram o seu fim, era a morte anunciada da arqueologia no museu, arrancada do chão foi parar á reserva, onde ainda hoje se encontra.
Para quem tiver a memória curta, aqui fica a fotografia da lápide, e respectiva tradução do que lá se encontra escrito.

Tradução de lápide

Abdon e Semen, que nasceram ligados, têm um só baixo-ventre, sexo e fígado; têm vidas distintas e distintas também todas as mais coisas; deram a vida a Deus, mas, morrendo um o outro morreu também, desfalecendo pouco a pouco durante sete horas; juntos foram gerados, juntos viveram e juntos morreram.
PS. Em 2004 a arqueologia volta novamente ao museu graças á persistência da directora de então, Dr. Ana Margarida Ferreira, (infelizmente em espaço reduzido), através da mostragem de parte da colecção de Francisco Tavares Proença Júnior.

O Albicastrense


4 comentários:

  1. Verissimo, já reparaste que tens a fotografia do corredor do Museu ao contrário? A direita é a esquerda. Repara a lápide do soldado inglês que se situava no lado direito, no sentido da entrada para a Biblioteca, está na foto no lado contrário. De facto estes teus apontamentos sobre o Museu que eu considerei também meu são uma lufada de ar fresco no universo das minhas memórias. Continua, eu estarei sempre atento para ler e debater os apontamentos que forem saindo.

    Abraço

    Joaquim Baptista

    ResponderEliminar
  2. Batista.
    Lamento dizer-te mas andas com os olhos em bico. Repara bem, a fotografia é tirada do meio do corredor para a rua, se reparares bem, verificas que ao fundo do corredor é visível a janela que dá para a rua. Se fosse como tu dizes, terias que ver a lápide biface, que estava situada em frente á porta da antiga casa do Antunes.
    Quanto á lápide do soldado inglês, está no lado esquerdo de quem sai do museu, certo!

    ResponderEliminar
  3. Tens toda a razão, isto paraece que já até com óculos não consigo enxergar. Desculpa. Estava a colocar-me noutra posição

    ResponderEliminar
  4. Verissimo o Pedro já publicou esta lápide ao pormenor, aqui fica o helo http://historiadamedicina.ubi.pt/cadernos_medicina/vol08.pdf

    ResponderEliminar

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12 "ÙLTIMA")

Última publicação do excelente trabalho que António Roxo publicou em antigos jornais da terra albicastrense.   “O Espaço da vida polític...