quarta-feira, março 07, 2007

EDIFÍCIOS DA MINHA CIDADE

EDIFÍCIO DO CONSERVATÓRIO

REGIONAL DE CASTELO BRANCO

(Inicialmente baptizado como)

Teatro Príncipe das Beiras

Em 1880 centenas de albicastrenses realizaram uma subscrição pública, que terá juntado a quantia de 6 000$00 réis, para construção de um pequeno teatro na cidade de Castelo Branco, nascia assim aquele que viria a ser o “infeliz” Teatro Príncipe das Beiras.
Porem a existência deste edifício como Teatro, bem poderá dizer-se… foi uma autêntica tragédia grega.
As obras para construção deste teatro, iniciaram-se em 1880 e em 1882 as paredes e o telhado estavam de pé e assim ficaram por alguns anos, ao ponto de a população o ter alcunhado de Teatro da Barraca.
Tal facto não impediu porém que durante a sua parca existência como teatro, tivesses sido inaugurado por dua
s vezes com pompa e circunstância, mesmo sem estar devidamente preparado para tal.
Entre 1882/1894 muitas foram as companhias de Lisboa, Porto, Espanholas e até uma Russa que ali realizaram os seus espectáculos, não esquecendo os amadores locais.
Em 1894 catorze anos após o início da sua construção para teatro, a Câmara Municipal compra o edifício do Teatro para edifício dos Paços do Concelho por 18 000$00 reis.
Em 1901 o edifício teve honras de inauguração como edifício dos Paços do Concelho de Castelo Branco. Era seu presidente na altura Pedro da Silva Martins e vice-presidente José Guilherme Morão.
Em 1935 os Paços do Concelho mudaram-se para o solar dos viscondes de Oleiros, onde aliás ainda hoj
e se encontram.
Com a saída dos Paços do Concelho em 1935, o edifício recebeu a partir dessa altura varias repartições públicas e particulares: Foi Biblioteca, Tribunal Judicial sendo actualmente Conservat
ório Regional.
Como em quase todas as histórias, a história deste bonito edifício tem em meu entender um final feliz. Nasceu para ser teatro e não o foi por muito tempo, depois foi Paços do Concelho, mas também por pouco tempo, de seguida foi Biblioteca e depois Tribunal, por fim dá-nos musica como Conservatório.
Com 127 anos de história, o nome deste bonito edifício bem poderia chamar-se: “Uma casa ao serviço dos albicastrenses”.
Por fim a parte mais dolorosa desta história?
Qual o actual estado deste edifício? Embora o seu exterior possa parecer mais ou menos razoável o seu interior está em muito mau estado. A pergunta que aqui quero deixar só pode ser uma:
Para quando a sua recuperação, senhor presidente da Câmara Municipal de Castelo Branco?

PS. Os dados históricos foram recolhidos no livro ”O Programa POLIS em Castelo Branco – álbum histórico” da Autoria de: António Silveira, Leonel Azevedo e Pedro Quintelo de Oliveira.

O Albicastrense

4 comentários:

  1. Há um projecto e sei que todos os anos se fala na possibilidade de se lançar o concurso para a recuperação do edifício, mas até agora ainda não avançou nada. Há, no entanto, um aspecto sensível: terá sempre de acautelar-se o funcionamento regular da escola no período necessário para a realização das obras, o que não é assim tão simples. Talvez no último andar do Cine-Teatro, agora que a ESART está muito mais centrada na Agrária. Talvez no edifício dos antigos Correios, quando se concluirem as obras. Talvez...

    Mas só posso concordar contigo: o interior está num estado lastimável. A minha esposa dá aulas numa sala na qual chove. Literalmente.

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  2. Anónimo14:46

    Enterraram o Vaz Preto? Que horror!!

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  3. Posso dizer que sou um dos muitos albicastrenses que frequentou o conservatório regional, e como é evidente tive aluas no edifício em questão. Isto já foi à mais de 15 anos é o estado do interior do edifício já era bastante degradado. É uma pena não ser realizada uma intervenção neste imóvel, já que mesmo em frente se encontra um grande mostra da arquitectura moderna (viva o cimento e o betão). Nem sei como é que deixaram la o Vaz Preto. É triste!!!

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  4. Nem de propósito.
    Há cerca de uma semana, fui ao Conservatório e vi o presidente da Câmara mais um conjunto de técnicos a discutirem detalhes da recuperação do mesmo. Indaguei sobre a urgência e parece que é para um futuro muito próximo. Boas notícias!

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