(Continuação do número anterior)
“ Francisco Travassos, juiz dos estalajadeiros, dará oito homens de alabardas em corpo com couras, ou vestidos de armas brancas com tambor adiante de S. Jorge e um pifano.
“Bartolomeu Rodrigues, juiz dos espingardeiros e serralheiros dará um homem com insígnia se alferes, com a sua banda, que irá a cavalo diante dos soldados de S. Jorge, por pajem da lança.
“Marcos Fernandes, juiz dos oleiros, dará um rei mouro com corôa e ceptro, com quatro mouros a seu lado com seus alfanges, que irão a traz de S. Jorge.
“Os mercadores cada um dará uma tocha que eles levarão ou mandarão ter na procissão.
“Catarina Martins Ferreira, juíza das padeiras, dará duas pelas e um dança de seis mulheres com pandeiros e castanhetas com seu folião.
“Os boticários cada um levara sua tocha entre os mercadores.
“Manuel Martins Galeguinhos, juiz dos maquilões dará uma dança pastoril (Designavam-se maquilões os homens que transportavam os cereais para os moinhos e a farinha para a casa dos clientes dos moleiros).
“O alferes de S. Marcos irá com seu guião.
“Baltazar Gonçalves, juiz dos mulateiros e burriqueiros dará uma dança mourisca de oito homens.
“Os obrigados e magarefes dos açougues levarão, uma hora antes da procissão sair, um touro amarrado à corda pelas ruas por onde for a procissão, com homens que levem suas aguilhadas para tagerem o touro e, na corda a que for amarrada, irão pegando nas pontas uns a traz e outros adiante do boi.
A festa principiava na véspera, em que os juízes de oficio tinham de ir à Câmara mostrar as suas danças e folias, sendo multado ou preso aquele que não cumprisse.
Nesse dia eram permitidas todas as folganças e truanicas, sendo os diabos (pobres aprendizes de ferreiro pintados de preto e de vermelho) apedrejados pelos gaiatos entre chufas a risotas.
Porém, no dia da procissão, não eram permitidos os motojos da véspera e o cortejo fazia-se com a circunspecção das autoridades e a compostura de todas os figurantes, sob a vigilância atenta dos meirinhos e beleguins.
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PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos
O Albicastrense
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