O campanário da Igreja, com dois sinos, estava numa torre piramidal que existia sobre a porta principal de entrada na cidadela. Esta porta, situada nas proximidades da antiga capela da S. Brás, foi arruinada pelas tropas franco espanholas que tomaram a cidade em 1704. O rei D. Manuel I instituiu no século XVI, a Colegiada de Santa Maria que constava de quatro beneficiados e o rei, D. João III aumentou esse número para cinco por alvará de 18 de Agosto de 1523.
Os beneficiados eram professores da Ordem de Cristo e foram considerados coadjutores desde 1744 até à extinção da Colegiada em 1834. O vigário de Santa Maria era, implicitamente, professor da Ordem de Cristo, sendo aposentado pelo rei, Grão-Mestre da Ordem. O vigário tinha a residência numa casa nobre situada no cimo da rua de Ega e que foi legada para esse fim, em 1610, pelo antigo vigário Heitor Borralho de Almeida, segundo uma inscrição que ainda se encontra sobre a porta de entrada. Estava determinado que o vigário fosse juiz da Ordem de Cristo e que, por essa razão, fosse doutor ou bacharel formado.
Este preceito, porém, foi alterado por graça especial feita a um presbítero que, não sendo formado, foi nomeado Vigário por se haver tido em atenção os seus relevantes serviços. O tesoureiro, que tinha a seu cargo a guarda das alfaias, era nomeado pelo vigário e devia ser eclesiástico. Na igreja havia ainda um cura que era obrigado a residir dentro da freguesia e um febriqueiro ou sineiro. A Câmara Municipal dava à Igreja todo o junco verde para revestir o seu pavimento nos dias em que se realizavam as festividades. A igreja de S. Maria foi quase completamente destruída pelos espanhóis na guerra da independência que se segui à revolução de 1640 contra o seu domínio. Os paroquianos pediram então ao rei D. João IV um subsidio para a reedificação da Igreja matriz da sua freguesia, alegando que eram pobres e que havia já alguns anos que os lucros da agricultura eram escassos por terem sido devastados os campos com a praga de gafanhotos.
Em 19 de Junho de 1641 o rei mandou dar para a reconstrução 200$000 réis cada ano e pelo espaço de cinco anos, dos sobejos da Câmara, “depois de pagas todas as despesas ordinárias e os gastos dos soldados”. Conseguiram assim os paroquianos, reedificar a Igreja em meados do século XVII.
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PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos SantosO ALBICASTRENSE
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