Ruas da Minha Cidade
(Bairro do Socorro)
Esta rua, situa-se num dos novos bairros da cidade (Bairro do Socorro), e a personalidade que lhe dá nome, tem para mim um significado especial, pois trata-se de um antigo familiar meu (irmão do meu bisavô), que morreu em 1956.
Esta rua, fica muito perto do local onde moro, porém desconhecia por completo a sua existência até há poucos dias.
Quem foi
“Era um homem Bom e um ferrenho admirador de tudo quando pudesse enaltecer a terra que lhe serviu de berço”, disse Jorge Seabra em 1956 num artigo publicado no antigo jornal “Beira Baixa”, dois messes após a sua morte.
Joaquim Martins Bispo nasceu a 28 de Junho de 1868, filho de João Martins Bispo, sapateiro e de Quitéria de Jesus ambos naturais de Castelo Branco, e moradores na rua dos Ferreiros. Casou com Amélia Gil, na igreja paroquial da freguesia e concelho de Castelo Branco, no dia 12 de Outubro de 1895.
Comerciante de grande prestígio na cidade, onde ganhou o título de decano dos comerciantes albicastrenses da sua época.
Entre os muitos empreendimentos em que esteve envolvido na cidade de Castelo Branco, podemos destacar: construção do antigo Hotel Turismo, melhoramentos no jardim do paço, construção do Cine Teatro Avenida e na constituição da corporação de bombeiros voluntários de Castelo Branco.
Fundador da antiga casa a “Popular”, que na altura teve direito a noticia nos jornais da cidade, a loja foi criada num edifício propositadamente construído para o efeito na rua Mousinho Magro, prédio que ainda hoje existe conforme podemos ver na fotografia aqui colocada.
Foi Presidente da Câmara Municipal, (1) Vereador, Administrador do Concelho, Vogal da Junta Geral do Distrito, Presidente da Associação Comercial, e Director do antigo Teatro de Castelo.
Joaquim, faleceuem Castelo Branco no dia vinte e seis de Maio de 1956.
Joaquim Martins Bispo nasceu a 28 de Junho de 1868, filho de João Martins Bispo, sapateiro e de Quitéria de Jesus ambos naturais de Castelo Branco, e moradores na rua dos Ferreiros. Casou com Amélia Gil, na igreja paroquial da freguesia e concelho de Castelo Branco, no dia 12 de Outubro de 1895.
Comerciante de grande prestígio na cidade, onde ganhou o título de decano dos comerciantes albicastrenses da sua época.
Entre os muitos empreendimentos em que esteve envolvido na cidade de Castelo Branco, podemos destacar: construção do antigo Hotel Turismo, melhoramentos no jardim do paço, construção do Cine Teatro Avenida e na constituição da corporação de bombeiros voluntários de Castelo Branco.
Fundador da antiga casa a “Popular”, que na altura teve direito a noticia nos jornais da cidade, a loja foi criada num edifício propositadamente construído para o efeito na rua Mousinho Magro, prédio que ainda hoje existe conforme podemos ver na fotografia aqui colocada.
Foi Presidente da Câmara Municipal, (1) Vereador, Administrador do Concelho, Vogal da Junta Geral do Distrito, Presidente da Associação Comercial, e Director do antigo Teatro de Castelo.
Joaquim, faleceu
“Romeiros da Saudade”
Mas quem é que, tributando verdadeira afeição à terra natal, a não alcandora nos píncaros da lua!? Presidente da Câmara, vereador, Administrador do Concelho, comerciante e industrial, a sua opinião era sempre escutada com religiosidade e respeito, raras vezes se enganando nos seus conceitos e maneiras de ver. Ponderado e com uma pratica imensa da vida, que foi longa e trabalhosa, vencia as dificuldades com um sorriso nos lábios e uma candura no coração, nunca se esquivando a colaborar na resolução de qualquer empreendimento quando visse que dele podia resultar um beneficio para o desenvolvimento de Castelo Branco. Meu parente muito próximo e meu amigo sincero, eu olhava-o e admirava-o como uma grata reminiscência do passado, desse glorioso passado em que não se mentia e tudo decorria meiga e brandamente. E que satisfação não era a sua, quando eu, num curto intervalo dos meus afazeres, dava uma saltada ate Castelo Branco!
Então, agarrando-me carinhosamente no braço, levava-me por ali fora a todos os recantos da cidade, na insofrida ânsia de me mostrar os seus mais recentes progressos. Ainda me lembro de que, em dada altura, me levara, com agilidade e optimismo dum rapaz e trepando pelas íngremes ruas do Castelo, até lá acima ao Miradouro de S. Gens, belo empreendimento camarário e que havia sido inaugurado há pouco. A subida fora para mim, apesar de novo, um tanto fatigante, mas os frutos colhidos, com tão surpreendente espectáculo, regalaram-me a alma! Dizia-me Joaquim Martins, todo alegre e envaidecido:
Então que tal o Jorge? Magnifico, adorável, embasbacante! Respondia-lhe. E não lhe mentia. É que o panorama dali desfrutado, vasto e grandioso, nunca mais se esquece, perdendo-se os olivedos por ali fora, quase até aos contrafortes da Gardunha! Depois, vindo os dois por ali abaixo de escantilhão, ala para a parte nova da cidade, que, nessa altura, começava a germinar, a desentranhar-se em artérias modernas e espaçosas.
E Joaquim Martins, pletórica de seiva e bom humor, não obstante a sua avançada idade, ia-me dando informes de tudo e a propósito de tudo… Olha, aqui, vai construí-se o Cine Teatro, e mais alem, outra “garagem”. Outra “garagem”!? Sim, outra “garagem”. Depois, compreendes a nossa terra não pode estagnar, ficar para traz… É preciso caminhar … E eu, enternecido, ia-o ouvindo atentamente, nas suas doutas explicações, certo de que com Homens assim, Castelo Branco jamais sossegara.
Quando em 1929, se efectuou, na capital da Beira Baixa, o IV “Congresso Beirão”, o entusiasmo e dinamismo dispendidos por Joaquim Martins, foram de tal ordem apreciáveis, em especial nos sectores: recepção de congressistas, ornamentação de ruas e festivais no parque, que, sem a sua colaboração, o dito congresso, seria como uma coisa sem açúcar ou um caldito, embora substancial a que faltasse o devido tempero. É que o prestigio e o bom nome da cidade que viu nascer, estavam em jogo, tornando-se pois, necessário desenvolver um esforço prodigioso para que tudo saísse um miminho e a avalanche de visitantes levasse, da linda e acolhedora terra beiroa, as mais gratas impressões.
Depois, muito mais tarde, a quando da “1º Romagem de Saudade”, a sua actividade mostrou-se, igualmente, prodigiosa e pletórica de seiva e mocidade. Ainda estou a vê-lo, nessa parada de solidariedade dos antigos escolares do liceu, um tanto triste e cabisbaixo, por o vendaval lhe haver, inclementemente destruído grande parte das ornamentações… Mas eu, para o consolar, ia-lhe dizendo que a chuva não tinha… importância e que a falta de festões e bandeiras, seria suprida, com vantagem, pelo calor da nossa fé e pelo entusiasmo dos nossos corações!
Era um Homem bom e um ferrenho admirador de tudo quanto pudesse enaltecer a terra que lhe serviu de berço.
Falecendo quase nonagenário, nunca foi velho! A sua actividade, impulsionada por um invulgar entusiasmo, dava-lhe um ar juvenil, encantador, metendo a um canto os que podiam já ser, sem favor seus netos! Quando, em 1947 na “Romagem de Gratidão”, os romeiros mais novos, lhe puseram, sobre os ombros, como homenagem às suas excelsas virtudes a avançada idade, uma capa de estudante, a fim de descerrar, na frontaria da “Domus Municipalis”, a lapide comemorativa da romagem do ano anterior, a sua desenvoltura, puxando pelo pano que a envolvia, foi de tal ordem rápida e magnifica, que a todos enterneceu! Isto tudo, meus amigos, faz parte do passado, dum passado relativamente recente.
É certo, mas muito saudoso para o meu sensível coração. Não quis, o destino, que Joaquim Martins Bispo, o egrégio Papa da infindável legião dos saudosistas pudesse assistir à última “ Romagem”. Ele achava-se já por essa altura, gravemente enfermo, desconhecendo, mesmo que a grande festa de solidariedade dos antigos escolares do liceu estava a decorrer. Fui visita-lo, contrito e cabisbaixo. Ainda me reconheceu e abraçou carinhosamente, não obstante a morte se aproximar a passos agigantados.
E decorridos umas semanas após o meu regresso ao Porto, Joaquim Martins Bispo desapareceu do número dos vivos, deixando em todos os que tiveram a ventura de o conhecer, a mais profunda das saudades. E assim se vão extinguindo, pouco a pouco, os grandes valores da boa terra albicastrense, e nós ficando mais sós, mais tristes e mais descrentes… Uma pena!
Mas o socorro agora é bairro??Esclareça-me la uma coisa: Aquilo agora esta dividido entre urbanizaçao quinta(pelos vistos agora bairro) do socorro e quinta da pipa. Sao a mesma coisa ou nao?
ResponderEliminarOnde acaba uma e começa a outra. Dá-me a impressao que o limite será por aquela rua nova que passa ao lado da casa do seu irmao nao?
Caro anónimo.
ResponderEliminarDiz você: Mas o socorro agora é bairro?
Quando escrevi este post, desloquei-me ao local para ver onde começava e acabava a rua Joaquim Martins Bispo, após falar com algumas pessoas, fiquei a saber que a referida urbanização tanto é designado por Quinta do Socorro, como Bairro do Socorro.
Qual a verdadeira designação? Só a Câmara Municipal o poderá dizer.
Pergunta ainda, onde começa e acaba cada uma das urbanizações (ou quintas)?
O que consegui descobrir foi o seguinte:
A Quinta do Socorro, é o espaço entre as duas rotundas ali existentes, ou seja, entre a rotunda que dá para a quinta Dr. Beirão, e a rotunda que dá para a nova rua do Bairro do Valongo.
0 espaço por detrás da casa do meu falecido irmão, estará neste caso dentro da Quinta do Socorro.
A Quinta da Pipa será o espaço, (ou urbanização como queira chamar-lhe) que fica para além da segunda rotunda.
Mas deixe que lhe diga… certezas não tenho nenhuma!!!
Pois as informações recolhidas no local, nem sempre são as mais certeiras.
o albicastrense