domingo, junho 20, 2010

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - LXX


MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO

CAPELAS E CRUZEIROS

(III)
(Continuação)
CAPELA DO SENHOR DA PIEDADE
Era um pequeno edifício de forma hexagonal que estava situada em frente da actual capela da Nossa Senhora da Piedade. Estando arruinada no princípio do século XVIII, foram então transladados para a capela próxima as imagens que ali existiam, entre as quais se encontrava a do Senhor da Azinha. Esta ultima, havia dado origem à designação de Capela do Senhor da Azinha pela qual era vulgarmente conhecida. Durante alguns anos serviu de arrecadação de ferramentas da Câmara Municipal.
CAPELA DE S. SEBASTIÃO
Encontrava-se na parte oriental da rua dominada por Arrabalde de S. Sebastião. Foi construída a expensas do juiz de fora Doutor António Pereira de Azevedo. Tinha uma confraria que organizava, no dia 20 de Janeiro de cada ano, uma festividade consagrada ao seu orago, à qual assistia a vereação da Câmara Municipal. Foi demolida no fim do século XIX.
CAPELA DE SANTA EULÁLIA
Erguia-se na Rua dos Ferreiros, no troço compreendido entre o Postiguinho de Valadares e a antiga Porta da Vila que existia na muralha e que dava acesso à antiga rua da Corredoura, hoje denominada de Bartolomeu da Costa. Foi instituída por Martins Esteves no século XIV e os seus administradores ou morgados eram obrigados a manter com os seus rendimentos, um hospital na vila de Castelo Branco. Os administradores limitaram-se, porém, a custear com os rendimentos uma albergaria destinada a dar guarida aos peregrinos religiosos e aos viandantes pobres. A albergaria de Santa Eulália, estava instalado numa casa anexa à capela. Martim Esteves deixou o vínculo a Vasco Anes, para este o legar a um seu filho “que não fosse sandeu nem desmemoriado”. No século XIX a capela de Santa Eulália foi transformada em palheiro e no século seguinte foi arrasada para no local onde havia sido erecta, ser edificada uma casa de habitação.
CAPELA DOS PRESOS
Esteve localizada na parte ocidental da Praça Velha. Foi instituída pelo Padre Manuel de Vasconcelos que era natural de Castelo Branco e foi prior da Igreja de S. Pedro da vila de Torres Vedras onde faleceu. A capela dos Presos era de pequenas dimensões e de arquitectura muito singela, foi por várias vezes restaurada. Confinada pelos lados do Norte, do Sul e do Poenta com a casa de Rafael José da Cunha, foi vendida em 1870 por 500$00 reis a um sobrinho e herdeiro daquele argentaria para ele a mandar demolir e poder reconstruir e ampliar a casa da sua residência. Ao efectuar a venda projectava, a Misericórdia, aplicara a quantia resultante na construção de uma nova capela anexa à cadeia distrital quando ela fosse construída. Entretanto mandou estabelecer um altar provisório na sala de entrada da casa do carcereiro, onde se celebrou missa até cerca de 1890. A nova cadeia comarca só veio a ser construída em 1944 tendo ficado concluída em 1948. Com a reedificação da casa de Rafael José da Cunha desapareceu também o velho pelourinho de Castelo Branco, relíquia simbólica da autonomia municipal.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951. Autor; Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

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