segunda-feira, junho 14, 2010

O CANTO DAS CEGONHAS



" CASTELO BRANCO HABITAT DE CEGONHAS”
É muito comum ouvir da boca de dirigentes ligados a instituições culturais da nossa cidade, que se a instituição que dirigem mais não faz, é porque não dispõem de meios para o fazer. Acrescentando logo de seguida, que o dinheiro é cada vez menos, e que os meios humanos que dispõem são insuficientes
Até pode ser que em alguns casos, haja alguma verdade neste tipo de afirmação, porém, para quem trabalhou vinte e sete anos no museu Francisco Tavares Proença Júnior onde o dinheiro era coisa rara, (isto para não dizer raríssima) a falta de pilim, nunca foi motivo para que a instituição baixasse os braços, e gritasse aqui D’el-rei que não nos deixam trabalhar. Antes pelo contrário! A falta de pilim… e a falta de pessoal devidamente qualificada, era quase sempre um desafio à imaginação do director e restante equipa, para conseguir encontrar soluções para essa falta de recursos.
Vem esta prosa a propósito, da exposição de cegonhas feitas em PVC, que se encontra no jardim frente ao edifício do Governo Civil.
Exposição promovida pelo agrupamento de Escolas do Concelho, e que contou com o apoio de várias entidades da nossa cidade. Esta pequena mas deliciosa montra, a que deram o nome de, ”O Canto das Cegonhas” é o exemplo de que na maioria das vezes, não necessitamos de grandes meios ou carradas de pilim, para levar a efeito uma iniciativa digna.
Aos responsáveis por esta iniciativa, assim como a todas as escolas e alunos que participaram nesta magnífica ideia, o meu bem-haja por esta belíssima vitrina de cegonhas, e por lembrar aos albicastrenses e a quem nos visita, que a Beira Interior é uma das regiões do nosso país, que mais acarinha e protege a cegonha branca.

O Aviso das Cegonhas
I
As cegonhas chegaram já, silenciosamente.
Ei-las, madrugadoras, como anjos aturdidos.
Ainda sem jeito, miram lá do alto a gente
que passa e não as vê nem lhes dá ouvidos.
II
Não trazem – como na fábula – o bebé no bico;
a prole é a sua apenas – já não é segredo –
e eu, se as olho, é porque as amo e porque fico
a matutar, que arcano as leva a vir tão cedo.
"Poema de João de Sousa Teixeira"
PS. Amigo João Teixeira, o teu poema é demasiado belo para ficar olvidado na caixa de comentários.
O albicastrense

7 comentários:

  1. Deixo aqui (poeticamente) a minha solidariedade para com essas aves magníficas:

    O Aviso das Cegonhas

    As cegonhas chegaram já, silenciosamente.
    Ei-las, madrugadoras, como anjos aturdidos.
    Ainda sem jeito, miram lá do alto a gente
    que passa e não as vê nem lhes dá ouvidos.

    Não trazem – como na fábula – o bebé no bico;
    a prole é a sua apenas – já não é segredo –
    e eu, se as olho, é porque as amo e porque fico
    a matutar, que arcano as leva a vir tão cedo.

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  2. Amigo João Teixeira.

    O teu poema é o ingrediente que faltava neste posts.

    Um abraço

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  3. Olá Sr. Veríssimo,

    Esta iniciativa é de louvar. As cegonhas são aves magníficas. É um cenário fantástico quando passamos por Castelo Branco e vimos os ninhos destas aves de tamanho porte e beldade. Pode ser que ainda tenhamos uma oportunidade para ver "O Canto das Cegonhas".

    Beijinhos para si e para a D.ª Maria José.

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  4. Carlos Vale01:46

    Bonito poema, João.

    Aviso às Cegonhas

    "Ei-las madrugadoras, como anjos aturdidos"

    Aturdidas vão ficar, quando distraídas lá no alto, à traição, o betuminoso fumo chegar.
    É o momento de darem o "salto" para outras paisagens mais limpas.
    Carlos Vale

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  5. Querida Soninha.

    Espero que sim! Pois elas são um encanto...

    Beijinhos de todos cá de casa

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  6. Ao Veríssimo, ainda bem que gostaste e obrigado pela deferência.
    Ao Carlos, idem por gostares e, a concordância com a preocupação, como se as cegonhas e nós não tivessemos já constrangimentos bastantes...

    2 Abraços
    João

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  7. Anónimo19:31

    no canto das cegonhas o poema é rei
    que vivam
    o amigo do nosso amigo está em queda livre e a extrabuxar
    a minha razão deixa de ter sentido
    robin dos bosques

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