sexta-feira, julho 23, 2010

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XXXIV


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ ARC ” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade
.
(Continuação)Comentário do autor: Segue-se agora a sessão de 24 de Julho em que nos aparece caso bicudo, como se verifica pela prosa da acta, que é prosa do escrivão Aranha e por isso de miolo e chorume. Leiam, façam favor:
Acta de 1789: E logo foi apresentado hua petição dos Procuradores do Povo desta cidade em que expunhão que este dito Povo está na posse de tempo antequissimo o acordar lhe hua Ervagem que chamão da Coutada para com o seu rendimento acudirce a muitas precizoens que tem o dito Povo, e as que agora se lhe offeressem são as mais urgentes porque achandosse demolidas as paredes das rayas todos pertendião levantallas com o produto da mesma Ervagem, e porque o mesmo dinheiro não chagaria para ultimarse a dita obra e outras mais igualmente urgentes requeriam também que se acordasse o Baldio da Granja porque como se acha de estacal não podem nelle entrar reses he do maior enteresse venderçe. Determinarão que por reconhesserem justo o requerimento dos supp. es que tende ao Beneficio Comum e tão necessário na reedificação das rayas e sendo esta venda repetidas vezes praticada presentemente tinha ella muito milhor lugar porque ficando para a mayoria duas Ervagens no mais profico terreno esta que se propõem não he tão útil para a mesma mayoria pela rezão do citio em que se acha.
Comentário do autor: E por causa do “levantamento das paredes das rayas”, isto é, das paredes divisórias dos terrenos, resolveu-se vender as ervagens da “quegeira da Estacia” e da Granja (eram os terrenos do Ribeiro da Torre, incluindo a Teleigueira), ficando assim sensivelmente reduzidos os terrenos em que os criadores mais pobrezinhos podiam levar a pasto os seus rebanhos, (Finezas dos Procuradores do Povo).
E ainda as coisas não ficam por aqui. Saltando a sessão de 30 de Julho, em que apenas se tratou da nomeação de um novo carcereiro, que desta vez se chamava José de Sequeira, vamos encontrar na sessão de 12 de Agosto esta beleza:
Acta de 1789: Sendo aprezentada hua deprecada vinda da Correyção desta cidade para effeito de se dar inteira providencia aos Pastos precizos para as Egoas de Leite e Bois de Arado em cuja deprecada de advertia que as ditas Egoas não sam mais que nove com assim he na verdade: Determinarão em comprimento da mesma Ordem se fizesse executar e guardar inalteravelmente a referida Coutada não consentindo nella mais do que as ditas Egoas de Leite, os Bois de Arado, expulsar todos aqulles que forem de negócios de bestas à Coudellaria ficando sujeitos às Posturas todo aquele gado que não for do prometido.
Comentario do autor: Lá ficavam os criadores mais pobrezinhos também sem “Ervagem que chamam da Coutada”. O mundo sempre assim foi, torto que nem um arrocho!
(Continua)
PS – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense

1 comentário:

  1. Anónimo00:40

    Ai Toino, Toino...
    Não vás ao mar, Toino.
    Com as águas tão agitadas...
    Também tu, Brutus!
    Júlio César

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