domingo, junho 12, 2011

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - XLVII

A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940.
A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
A sessão imediata realizou-se no dia 26 de Janeiro e o que nela se passou conta-o assim o escrivão Aranha:
Nesta vereação se acordou que vista a pouca segurança que tem a cadeya desta cidade se consertasse fazendoselhe toda a obra processaria para a sua segurança neteficandosse o mestre Pedreyro Alexandre Domingos Guedes para fazer os precisos apontamentos para com elles se por em Praça a mesma obra a se a rematar”.
Este mestre pedreiro Alexandre Domingos Guedes, pela identidade de sobrenome e apelido, devia ser pai ou avo do escrivão da Câmara Francisco Domingos Guedes, que nós conhecemos muito bem aqui há perto de sessenta anos. Logo quatro dias depois, 30 de Janeiro, estavam os vereadores outra vez a contas com a nova sessão.
A guerra aos pardais tinha afrouxado nos últimos anos, dai vinha notar-se que esta passarada daninha fazia maiores estragos do que nunca e por isso os bons dos vereadores:
Acordarão que por serem os Pardais húas aves tão nocivas e perjuiciaes que por serem muitos em razão de se multiplicarem cada anno com dobradas creaçoens fazem hum considerável estrago nas searas, novidades, ortallices e todas as mais castas de plantas em geral, prejuízo de todos por serem cauza das carestias e faltas que se exprimentão: Pelo que determinarão que todos os moradores desta Cidade e de todo o seu termo mate cada hú seis pardaes e os entregue ou as suas cabessas athé o fim de março do prezente anno infalivelmente antes que elles principiem a crear e todos se virão entregar a esta Camara e se lhes cortarão os bicos em todos os Domingos e dias Santos que ouver athé o fim do dito mês de Março depois das duas horas da tarde em que estarão juntos para reçebellos no forma seguinte..."
A “forma seguinte” resumia-se nisto: O escrivão da Câmara fazia uma relação de todos os moradores da cidade, nas povoações rurais os juízes do povo faziam outro tanto, à medida que cada qual viesse entregar os seus pardais ou as respectivas cabeças tomar-se-ia nota e aí de quem não cumprisse! Ia parar à cadeia e pagava multa dez tostões.
E os juízes que não cumprissem ou enganassem a Câmara, dizendo que tinha entregado os seis pássaros ou as suas cabeças, quem o não tivesse feito (porque nas povoações rurais os pardais eram entregues aos juízes), pagavam a multa seis mil reis.
E nesta sessão só se tratou de pardais e mais nada.
(Continua)
PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

5 comentários:

  1. Anónimo14:31

    Tendo em consideraçao os resultados os apupos e os mimos
    O padrinho do "nosso primeiro" devia abandonar o cargo
    Na reflecte que e fardo pesado
    Basta de esbanjar queremos fabricas
    igual aquela do lance grande
    Porra tinha 50 hectares
    E os nossos olhos nao a veem
    Invente outra por favor
    Homem da Rua

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  2. Anónimo20:39

    Homem da rua o padrinho como lhe chama vai no quarto manda-to,com vitorias quase sempre de 70%, sera que e mais esperto que os outros?

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  3. Anónimo02:34

    Cá está o lambe-botas do costume.
    Como sempre, volta a dar erros.
    É ele o verdadeiro esperto.
    Homem das Cavernas

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  4. Anónimo08:11

    Bom dia. Não concordo. De Cascais a Braga, os caciques ganham sempre por grandes maiorias.
    Em face ao que me contam gostava de saber qual foi a diferença da gestão autárquica do sr. dr. Joaquim Morão do PS e a gestão do sr. dr. Vilafranca do PSD.
    Bem-haja.
    José Esteves

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  5. Caro Homem das cavernas.
    Confesso que não percebi o seu comentário.
    Duas perguntas:
    A que erros você se refere?
    Ao português das atas de século XVIII, ou ao português de António Rodrigues Cardoso, dos anos 40 do século passado?
    Quanto ao lambe-botas do costume, que quer dizer?
    O Albicastrense

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