“A rua que, descendo do Castelo perpendicular à Rua dos Ferreiros, finda em frente do Postiguinho de Valadares, chama-se dos Peleteiros”.
Localizado o velho Postiguinho de Valadares, falemos do étimo deste restritivo, Valadares, meu objectivo principal. Bastará, para tanto, consultar a Toponímia Hispânica de D. Ramon Menénedez Pidal. Ali nos diz claramente o saudoso filosofo espanhol: Cerca, Cercado, Valada e Valadares tem igual significado. Postiguinho de Valadares é, pois, o mesmo que Postiguinho da Cerca, dando à cerca a significação que Cândido de Figueiredo regista:
“Obra com que se rodeia ou fecha um terreno”.
No nosso pais, nomeadamente nas províncias nortenhas, há várias localidades e sítios com o nome de Valadares, assim como há muitas pessoas com a mesma palavra a servir de apelido. As vezes, é difícil decidir se foi do topónimo que nasceu o antropónimo, se se deu o caso inverso. O mais seguro é supor o antropónimo provindo do topónimo, sempre que aquele seja precedido da preposição de. Assim: F. de Almada, de Almeida, da Costa, de Gouveia, de Valadares, etc., etc., são apelidos a que a proposição dá imediata ideia de procedência.
Artigo da autoria do: Prof J. Diogo Correia publicado na revista Estudos de Castelo Branco, em Janeiro de 1970
O Albicastrense
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