segunda-feira, setembro 07, 2015

ZONA HISTÓRICA DA TERRA ALBICASTRENSE

UM TRISTÍSSIMO CASO
 (VER PARA CRER)
Quantas e quantas vezes pensamos nós, que já vimos de tudo no nosso dia-a-dia, e de um momento para o outro, verificamos que afinal estávamos redondamente enganados. Foi o que aconteceu comigo quando ao subir a rua do Arressário na zona histórica da terra albicastrense, dei com o horroroso “quadro” que as imagens aqui postadas mostram.

- Então não é que a nossa autarquia tem gasto uma pipa de massa para recuperar e por algum rigor histórico na zona histórica da terra albicastrense, e ao visitarmos e referida zona, constatamos que um determinado morador resolveu mandar às urticas esse empenho e sem qualquer respeito por quem quer que seja, resolve pintar o portado e janelas de granito da sua casa, de amarelo brilhante!

Perante este triste e insólito caso, só posso mesmo comentar, que o artista até é um bom artista, pois a casa ficou bem branquinha, mas, “o mestre” pintor resolveu conspurcar a obra, ao borrar o portado e as janelas de granito da casa, de amarelo brilhante.
Borrar o portado e as janelas de granito de uma casa situada na zona histórica, como se estivessem a pintar uma qualquer ombreira do interior da casa, calculo, que nem o diabo se lembraria de tal coisa!
Não sendo este caso um acontecimento virgem, pois tal já aconteceu no passado, imaginava este albicastrense que tal prática já não seria possível nos dias de hoje.
Perante este tristíssimo caso, só me resta mesmo “exigir” aos responsáveis pela autarquia da terra albicastrense, que “convidem” o respetivo morador a limpar o portado e as janelas, e que se tomem medidas para que situações como esta, não voltem a acontecer.
Se assim não for, qualquer morador da referida zona que seja simpatizante do Benfica, Sporting ou Porto (se lhe der na cachimónia), pode muito bem pintar o portado e janelas da casa onde mora, da cor do clube do seu coração. Haja paciência para tanta palermice!
 O Albicastrense

6 comentários:

  1. Não me parece que os portados sejam de granito, mais parece reboco grosso. Mesmo assim amarelo é cor fora de contexto.

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  2. BATISTA.
    REBOCO!
    Então as janelas também são de reboco?
    Não são portados quinhentistas, mas são bem antigos e muito próximos desse tempo.
    Abraço

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  3. Anónimo13:52

    Eu cá, que fui morador dessa rua durante cerca de 12 anos. Morei precisamente no 67, mesmo em frente a essa casa, que era onde morava a tão minha adorada vizinha Conceição, com quem muito dialoguei, janela com varanda, durante a minha meninice. Agora moro à parte de cima, na do Mercado e essa mesma casa está fechada há muitos anos. Presenciei o repinte que se fez dos alçados, mesmo estando a estudar fora. Reparei não só porque a cor pode ser até demasiado para os olhos de alguns, mas também porque gostando tanto de Castelo Branco me é fácil reparar no que se vai sendo alterado sempre que regresso.
    Mas o meu comentário vai além da pintura que se fez na casa, caso inédito na zona do castelo, até para mim que cá vivo à 21 anos. E caso inédito porque são mesmo assim raras as pessoas que tendo uma casa para estes lados se importam com elas. Tenho-lhe a dizer que me escandaliza muito mais o estado em que estava antes da intervenção e que me é igual estar amarela, como se estivesse roxa, não obstante a estética que a autarquia segue no arranjo destes imóveis, exagero dos exageros. Aliás, são estas singularidades que conferem autenticidade ao cascos históricos. Mais, esses portados não estão sequer perto da longevidade que apresentam os quinhentistas, garanto-lhe. Mas falando de portados quinhentistas, eu ia mais longe e convidava a autarquia da terra albicastrense a devolver os dois portados quinhentistas que roubou das duas casas adjacentes a esta, subindo, e que recentemente, já não assim tão recentemente, foram restauradas. Porque mesmo tendo 21 anos, eu ainda me lembro perfeitamente do que ali estava.

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  4. Antes de mais o meu bem-haja pelo seu comentário.
    Eu sei que o portado da casa não é quinhentistas, contudo, não posso deixar de lhe dizer que não havia necessidade de o pintar.
    Claro que pintar o portado de amarelo não é a tragédia das tragédias, porém, se queremos uma zona histórica que orgulhe a terra albicastrense, não podemos deixar que cada um faça aquilo que lhe dá na gana.
    Hoje pinta-se um de amarelo, o vizinho de baixo como é do Sporting, pinta o dele de verde, um outro vizinho que é do Benfica fica danado e pinta o dele de vermelho. Acha bem!
    Sabe que existem portados quinhentistas na nossa zona histórica, pintados de branco e rebocados!
    Quanto ao “roubo” dos portados de que fala, confesso não tenho conhecimento de tal, todavia, se quiser dizer-me onde ficavam os portados e quem estava ao comando da autarquia na altura, terei muito gosto em falar aqui do assunto.~

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  5. Anónimo17:38

    Reconheço-lhe alguma razão António, não toda. Porque a cor amarela até é bastante utilizada na zona do Alentejo e Algarve. Neste preciso caso destoou exactamente porque os restantes casarios são tão sem cor. Mas penso que não seja caso inédito, não siu precisar, mas haverá por aí uma casa nesta zona que usa de vermelho vivo.
    Quanto aos portados estavam onde agora se encontram os números 46, 48 e 50.
    Eu penso que eram só dois portados, e não três como agora sugerem as três portas. O número 50 tinha um portado quinhentista de certeza, porque no 54 mora a minha madrinha e eu recordo-me do 50 ser propriedade do cunhado dela. Julgo até que a porta seria do tempo do portado, talvez exagerando, mas uma vez, provavelmente há cerca de 8/9 anos, presenciei à abertura dessa porta com uma daquelas chaves antigas, grandes e pretas. Na altura quando a câmara recuperou estas habitações foi um choque testemunhar que tinham substituído os portados, numa altura em que já se ia defendendo os quinhentistas. Fez-me lembrar o que semelhantemente tinha acontecido, penso que a um altar de uma capela, que se encontrava no Museu do Cargaleiro, na casa do núcleo dos Pratos Ratinnhos, que foi vendido a um particular. História que aliás confirmei com uma das trabalhadoras do local. Isto tudo durante o mandato do senhor Joaquim Mourão.

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  6. Caro amigo.
    O padre Anacleto Martins fez em 1979 um levantamento sobre os portados quinhentistas da terra albicastrense, trabalho que considero estupendo.
    Em 2013 fiz a rota que ele fez, para ver se os portados apontados por ele ainda estavam de pé.
    O resultado desse estudo feito por mim, foi colocado neste blogue, que pode consultar pesquisando em: “Portados Quinhentistas”. Sobre a rua do Arressário, o padre Anacleto diz o seguinte no seu estudo:

    Rua do Arressário
    São quinhentistas os portados geminados, números: 3 e 5 e 27 e 29; e os portados simples, números: 11, 15, 23, 24, 34, 36, 45, 46, 47, 48, 50, 53, e 60. A janela da casa correspondente ao número 28 é também quinhentista e o lintél tem um recorte em bico ao centro.
    O portado número 34 tem no lintél, a inscrição gótica que diz: “L.ço Vaz”.

    Sobre a mesma rua disse eu, em 2013.
    Rua do Arressário
    Nesta velha rua da zona histórica da terra albicastrense, a desgraça passou por lá e levou cinco dos portados.
    Os portados números: 46, 48 e 50 foram mandados abaixo, (as casas em que eles davam entrada foram remodeladas e eles não tiveram lugar nas novas casas). Dois dos portados foram transformados em janelas, números: 11 e 29.

    No final da minha rota, conclui o seguinte:
    Dos 307 portados contabilizados pelo padre Anacleto Martins em 1979, restam 264, perante tal situação, bem podemos dizer que ele andou a pregar em terra de surdos, surdez que se alastrou pela terra albicastrense, como uma epidemia, peste que contaminou todos aqueles que tinham a responsabilidade de os defender.
    Contudo para ser sério, nem tudo foi negativo ao longo dos últimos 33 anos. Nos últimos anos, alguns dos portados (como se pode ver em algumas das imagens aqui postadas) contaram com a proteção e carinho de alguns dos moradores e dos responsáveis pela autarquia da terra albicastrense, se assim não fosse, a tragédia teria atingido proporções completamente astronómicas.
    Terminava deixando uma frase para os responsáveis autarcas da terra albicastrense e proprietários das casas na referida zona histórica.
    Como não estarei por cá daqui a 33 anos, espero que alguém nessa altura se dê ao trabalho de fazer o percurso que eu agora percorri e que o padre Anacleto Martins percorreu em 1979.
    No final, espero que essa pessoas possam dizer:
    Valeu a pena alguém ter despertado os cérebros adormecidos dos albicastrenses, pois os portados estão bem e recomendam-se”.
    Abraço

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