Depois da publicação sobre Frei Roque do Espírito Santo, segue-se o seu irmão Frei Egídio da Aposentação. Personagem que podemos ver no lado direito da pintura que repousa no nosso museu.
FREI EGÍDIO DA APOSENTAÇÃO
(1539 – 1626)
Nasceu em Castelo
Branco no ano de 1539, irmão consanguíneo de Frei Roque do Espírito Santo
e irmão germano de Diogo da Fonseca e de Frei Bartolomeu da Fonseca,
aparentava-se pelo lado materno com o jesuíta Pedro da Fonseca.
Estudante em Coimbra
desde muito novo, e estudante distintíssimo que sendo discípulo competia com os
mestres na profundeza com que explicava os textos mais antinómicos, segundo
Barbosa de Melo, professou aos dezanove anos de idade no Convento da Graça dos
Eremitas de Santo Agostinho, de Lisboa, em 25 Abril de 1558.
Mestre conventual,
iria doutorar-se em Teologia, e ocupar as cátedras de Gabriel, a de Escoto e a
de Véspera, da faculdade de Teologia. Chegou a obter a mercê da cadeira de
prima, por carta de Filipe III, mas pelos seus achaques não veio a reger.
As
cátedras principais designavam-se, como é sabido, pela nomenclatura das horas
canónicas. Somente os Teólogos de grande reputação ascendiam às cadeiras de
Prima e de Véspera. Foi doutor em Teologia e substituído na cadeira de Véspera
por Frei Pedro Mártir, da Ordem dos Pregadores.
Frei Egídio figura na
escola dos afamados teólogos e filósofos da escolástica, desempenou, em
diversas ocasiões, o cargo de Vice-Reitor e durante algum tempo o de Reitor da
Universidade. Recusou a mitra de Coimbra, oferecida por Filipe III, recusou
igualmente o cargo de provincial, para que fora eleito.
No último período da
sua vida ficou cego, suportando com perfeita conformidade o seu infortúnio.
Autor de muitas obras
publicadas, e de numerosos textos de filosofia, que até hoje não encontrou quem
os analisasse em profundidade, o que nos daria a exacta e definitiva craveira
intelectual de Frei Egídio. Esteve com o seu irmão Frei Roque do Espírito
Santo em Alcácer Quibir, a tentar demover o rei D. Sebastião da sua louca
aventura, porém sem sucesso. Morreu em Coimbra, a 8 de Novembro de 1626, e ali
jaz sepultado, entre varões ilustres, na igreja da Graça de Coimbra.
Muito mais
haveria para dizer deste grande albicastrense, no entanto os dados sobre este
“homem sábio” são escasso, tornando-se difícil dizer algo mais sobre ele.
A Capela do Carneiro
ou dos Fonsecas, (hoje atual sacristia da igreja da Graça), como era vulgarmente
conhecida, em Castelo Branco, destinou-a o seu edificador Diogo da Fonseca
a mausoléu de família, pais, esposa, irmãos e seus descendentes.
Era ao
mesmo tempo uma homenagem à memória dos insignes irmãos, à consagração do seu
valor e de suas glórias terrenas, mas não repousam ali, os restos mortais de
Frei Roque e de Frei Egídio, (em tempos
terão ali repousado os restos mortais de Diogo da Fonseca, e seus familiares).
O
Albicastrense
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