DIOGO DA FONSECA
(Corregedor do crime da Corte)
No seguimento da publicação sobre a pintura que repousa na reserva do nosso
museu, a que se seguiram publicações sobre Frei Roque do Espírito
Santo e Frei Egídio da Aposentação (ambos personagens da pintura), não podia deixar de fora dois irmãos deles por parte do pai.
Hoje segue-se, Diogo da Fonseca, depois será a vez de Frei Bartolomeu da Costa.
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Filho
de Francisco Martins da Costa e de Perpétua da Fonseca, terá nascido por volta
de 1500, tendo falecido durante o reinado de Filipe I em 1580. Era irmão do Frei Egídio da Aposentação, lente de Teologia, deputado da
Inquisição de Coimbra, muitas vezes vice-reitor da universidade e autor de
várias publicações; e de Bartolomeu da Fonseca cónego doutoral da Sé de
Coimbra.
Em Castelo Branco, fundou a capela do coro de baixo, que ficava por detrás do
altar-mor da Igreja do convento dos Agostinhos, atual Misericórdia, que havia
de tornar-se muito conhecida por capela do carneiro ou dos Fonsecas. Ali jaz sepultado com os seus descendentes e muito provavelmente, com o irmão
Fr. Bartolomeu da Fonseca.
Foi
ministro de D. Sebastião, de D. Henrique e de Filipe I e II. Colaborou na
compilação das ordenações Filipinas (um autentico Camaleão este Diogo da
Fonseca). Foi Desembargador da casa da Suplicação, de que tomou posse em 1566,
membro do conselho supremo de Portugal em Madrid, corregedor do crime na corte.
Mestre de leis e jurisconsulto distinto, responsável pela lenda do encoberto,
após a morte de D. Sebastião, esteve igualmente envolvido nos episódios que
precederam e seguiram a batalha de Alcácer Quibir.
Na
qualidade de desembargador da casa de Suplicação, figurou entre os vinte e
quatro letrados que deviam julgar a causa da sucessão nas cortes de
1579. Diogo da Fonseca acompanhou, como tantos outros, a política
Filipina, conservando-se com proventos e honras no cargo de corregedor do crime
durante esse tempo. Quando o Prior do Crato tomou Aveiro e foi recebido efectuosamente
em Coimbra, resolveu o Duque de Alba mandar um magistrado, o Dr. Diogo da
Fonseca, para aconselhar a câmara a prestar obediência a Filipe II, sob a pena
de severas sanções.
A
situação era periclitante, pois ainda se ouviam vivas a el-rei D.
António!...Tudo ia sofrer completa alteração, não mais haveria complacência,
nem mercê, com os protestes e rebeldias dos verdadeiros patriotas Portugueses.
Vários documentos atribuem-lhe as funções de membro do conselho supremo de
Portugal, em Castela. Universitário, Jurisconsulto e politico, a memoria
do Dr. Diogo da Fonseca não pode isentar-se da nódoa infamante que infelizmente
maculou a quase totalidade dos personagens de elevada cotação intelectual e
social, do clero e da nobreza, daquela época, a todos os títulos desgraçada. Salvou-se
o povo e uma parte do clero, na resistência à dominação castelhana.
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