segunda-feira, julho 11, 2022

MEMÓRIAS DA TERRA ALBICASTRENSE

O ANTIGO TÚMULO DOS LEÕES 
 DA
 IGREJA DE SANTA MARIA DO CASTELO

O mais antigo monumento sepulcral, de que há notícia na Igreja de Santa Maria do Castelo, aparece designado nos registos por; “O moimento” ou “Moimento levantado” e, ainda, por “Túmulo dos leões”, visto assentar sobre 3 de pedra. Consistia num caixão de pedra, com 15 palmos de comprimento por 6 de alto, suportado pelos 3 leões e situava-se no meio do corpo da igreja, à parte direita, junto ao púlpito e abaixo da porta travessa.

Pertencia à família do ilustre albicastrense D. Fernando Rodrigues de Sequeira (1338-1433), cavaleiro de Aljubarrota, Mestre da Ordem de Avis, Regente e Defensor do Reino enquanto D. João I esteve fora dele à conquista de Ceuta (1415). Ali se haviam depositado os restos mortais de sua mãe D. Maria Afonso e da avó desta, chamada D. Estevaínha; e, durante vários séculos, seria a última jazida dos descendentes do Mestre por via de sua filha D. Brites Fernandes de Sequeira, entre os quais D. Maria e Baltazar de Siqueira.
A partir de finais do século XVI, os morgados desta geração passaram a viver noutras povoações (Proença-a-Nova e Rosmaninhal), ficando o mausoléu a um ramo dela, encabeçado no Dr. Simão de Oliveira da Costa (1604-1673), que ali mandou colocar novamente o seguinte letreiro: Aqui jaz a Madre de Fernão Roiz de Siqueira Mestre da Cavalaria de Avis. Nele seriam ainda depositados mais alguns membros desta família, como por exemplo:
- Frei António Estaço da Costa, em 17.11.1663, conforme consta do Assento 9 e assinalava o epitáfio gravado numa pedra, com 5 palmos de comprido e 2 de largo, metida na parede da igreja, por cima da urna: Aqui está sepultado o capitão de cavalos António Estaço da Costa Cavaleiro da Ordem de Cristo ano de 1663.
- P. Martinho de Oliveira da Costa, arcipreste do distrito de Castelo Branco, em 28.12.1691.
- P. Matias de Siqueira da Costa, tesoureiro da igreja de Santa Maria.
Em 1753,  já o túmulo fora demolido “pela indecência e deformidade que resultava da ruína que lhe tinha causado a diuturnidade de tempo” conservando-se apenas a última lápide; mas, atualmente, nada resta desta significativa memória do passado...                                  
 Recolha de dados: "Figuras Ilustres de Castelo Branco". 
                                      Da autoria de,  Manuel da Silva Castelo Branco.                                                                                                                   O Albicastrense

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