segunda-feira, dezembro 22, 2008

Castelo Branco na História - XLIV

(Continuação)
A quinta ou horta ajardinada ocupava um terreno de forma quadrangular, com a superfície de 4.300 metros quadrados. O aceso à horta era feito pelo passadiço de comunicação com o jardim e por uma elegante porta férrea que permitia a entrada directa pela antiga rua da Corredoura. A horta era limitada do lado da rua, que lhe fica ao Poente, por um muro de alvenaria que tinha o seu inicio no passadiço e terminava na igreja do convento da Graça.
Do lado do Nascente contornava a horta uma sebe de cedros e dos lados do Norte e do Sul renques de loureiros aparados e entrelaçados formavam os outros lados do rectângulo. Estes logradouros estavam divididos em dezasseis talhões regulares formados por cindo ruas paralelas longitudinais, com a orientação Ponte Nascente, cruzadas com outras cinco , também paralelas, orientadas na direcção Norte-Sul. A rua principal, mais largo, tinha o eu eixo em coincidência com o da porta férrea da rua da Corredoura e, no meio, um largo circulo com bancos de cantaria. Os talhões eram contornados por sebes de buxo, murta e loureiro, tendo nos ângulos arbustos das mesmas espécies recortados em formas piramidais.
Nas extremidades das ruas transversais sobressaiam altos ciprestes. Do lado do norte da porta férrea existia uma grande latada de videiras apoiada em esteios de ferro. Sob a latada estava um tanque de cantaria e uma nora que o abastecia de água. Do lado sul existia outra nora circundada de cedros que formavam um caramanchão. No canto junto do passadiço havia um tanque de cantaria onde desaguavam dois aquedutos, um dos quais conduzia a água da nora próxima e o outro, passando sob a Rua da Corredoura, trazia a água do tanque grande do jardim que era abastecida pela Cascata de Moisés.
Em 1934, sendo presidente da Câmara Municipal o Dr. António Pinto Castelo Branco e vereador do pelouro dos jardins o Capitão de Infantaria João da Silva Caio, foi a horta ajardinada convertida em parque moderno com a supressão completa dos antigos talhões, ruas, arvores e arbustos.
O parque foi delineado no gosto inglês e construído sob a direcção dos técnicos e floricultores portuenses da firma Moreira da Silva e Filhos.

Continua.
PS . O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense

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