A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Ribeiro Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes.
O texto está escrito, tal como publicado em 1937.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
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Nota do autor: Em sessão de 1 de Julho de 1786 a Câmara disse e tornou a dizer coisas e respeito dos expostos no intuito de ”continuar com inteira observância que principiou (como devia) a dar á ordem de S. Majestade expedita pelo Intendente Geral da Policia”, fala e torna a falar do grande trabalho que representa o facto de ter escriturar dois livros, “hum para os novos assentos dos mesmos expostos em que todas se juntão e apontão”, outro não se sabe bem para o que, e por fim, porque o dinheiro faltava para pagar os ordenados das amas, resolveu lançar uma finta, que aparece com desigualdades que não somos capaz de explicar.
Assim é que nos aparece Monforte a pagar 110.000 reis, Malpica a pagar 50.000 reis, Escalos de Baixo com 33.000 reis.
Já perguntamos, a propósito de outra finta lançada para fim idêntico, porque seria que Monforte é que aparecia á cabeça do rol com a quantia mais avultada e hoje estamos como então. Pagaria Monforte mais por ter lá o chaparral que tanto deu que falar? Seria porque de lá vinham mais enjeitados do que de outra qualquer povoação? Não sabemos! O que sabemos é que é assim e o facto se repete varias vezes, como teremos ocasião de ver, se não nos faltar a saúde nem a pachorra para levar ao fim estas notas.
Em sessão de 15 de Junho é lida uma carta da Rainha, D. Maria I, que nomeia “primeiro vereador da Câmara” José Carlos de Sousa e Castro em substituição de Manuel de Oliveira da Silva Castelo Branco, que tinha falecido. O que, porém, é interessante é que a carta diz que a comunicação da morte deste último vereador e o pedido da nomeação de outro que o substituísse foi feita em 15 de Maio e o deferimento do pedido aparece precisamente dois meses depois. Devemos assim reconhecer que naqueles tempos as coisas corriam um pouco mais devagar que hoje.
Também é verdade que, por esses tempos, quem tinha que ir daqui até Lisboa acautelava-se fazendo testamento. Lisboa ficava então longe… Nesta mesma sessão os vereadores, “determinarão que do dia dezasseis para diante dão licença para se acarretar o pam da folha para as Lages e Eyras em que se hade malhar e que para isso se lansem pregoens”.
Já perguntamos, a propósito de outra finta lançada para fim idêntico, porque seria que Monforte é que aparecia á cabeça do rol com a quantia mais avultada e hoje estamos como então. Pagaria Monforte mais por ter lá o chaparral que tanto deu que falar? Seria porque de lá vinham mais enjeitados do que de outra qualquer povoação? Não sabemos! O que sabemos é que é assim e o facto se repete varias vezes, como teremos ocasião de ver, se não nos faltar a saúde nem a pachorra para levar ao fim estas notas.
Em sessão de 15 de Junho é lida uma carta da Rainha, D. Maria I, que nomeia “primeiro vereador da Câmara” José Carlos de Sousa e Castro em substituição de Manuel de Oliveira da Silva Castelo Branco, que tinha falecido. O que, porém, é interessante é que a carta diz que a comunicação da morte deste último vereador e o pedido da nomeação de outro que o substituísse foi feita em 15 de Maio e o deferimento do pedido aparece precisamente dois meses depois. Devemos assim reconhecer que naqueles tempos as coisas corriam um pouco mais devagar que hoje.
Também é verdade que, por esses tempos, quem tinha que ir daqui até Lisboa acautelava-se fazendo testamento. Lisboa ficava então longe… Nesta mesma sessão os vereadores, “determinarão que do dia dezasseis para diante dão licença para se acarretar o pam da folha para as Lages e Eyras em que se hade malhar e que para isso se lansem pregoens”.
Os trabalhos agrícolas obedeciam a regras que ainda hoje podem parecer despropositadas a quem não souber que a questão das “ervagens” tinha então grande importância e que, se a Câmara as não dirigisse com pulso de ferro, poderia haver grandes prejuízos para a economia do concelho.
(Continua)
(Continua)
Ps – Mais uma vez informe os leitores dos postes, “Efemérides Municipais” que o que acabou de ler é uma transcrição fiel do que saiu em 1937.
O Albicastrense
A propósito de efemérides:
ResponderEliminarSó no fim de semana ao ler o Povo da Beira vi que o "Barbas Amaro"
reapareceu com o seu discurso xenófobo e racista.
Mais uma vez o alvo é a comunidade chinesa que se dedica ao comércio. A criatura vive obcecada.Ainda lhe dá um treco.
Viriato
é só desabafos destas criaturas que vivem á conta dos comerciantes
ResponderEliminaraprovam tudo o que o rei lhes coloca pela frente
mas eu do barba-branca o que fazia era coloca-lo de plantão pelo natal
ás portas do comercio local
robin dos bosques
No Século XXI, num País que tem milhões de pessoas espalhadas por todos os continentes,ainda existem estes espécimes com ares de superioridade. Como é que se permite que uma "coisa" destas esteja numa associação comercial. Ao que me informaram, até foi imigrante!
ResponderEliminarJ. L. Ferreira
Tem razão o J.L.Ferreira.
ResponderEliminarTemos comerciantes e industriais no Brasil,Venezuela,América,Ásia, Australia,África. Até na China e não só em Macau,que também é China e temos empresários com fábricas e empresas na China. O empresário da Covilhã, Paulo de Oliveira já tem fábricas na China.
Enfim estamos em todo o lado.
O que diriam se nos começassem a correr de todo lado? Não gostavam. E com razão.
Então, estará correcto, que alguém venha levantar problemas porque vai abrir uma loja Chinesa na Zona Industrial. Eles já estão na cidade,qual é a diferença. Com franqueza,não entendo esta guerra. Na Z.Industrial já há lá de todas as nacionalidades. F.Mendonça
Considero errado a forma como este assunto está a ser tratado.É um tema muito delicado e transformar-se num monte de problemas, dado o carácter xenófobo e racista como foi colocado, embora disfarçado, como se o problema económico e quebra nas vendas fosse da culpa dos visados. Eles também baixaram as vendas.
ResponderEliminarÉ um disparate a forma como a pessoa colocou a questão.
Cuidado. Não brincar com coisas muito sérias.
Zé do Telhado
Caros Amigos.
ResponderEliminarTenho acompanhado estes artigos e concordo com o que Zé do Telhado diz.
O assunto é bastante delicado e deve ser tratado com muito cuidado, porém não pode ser ignorado, pois se o fizermos estamos a ser conviventes com este tipo de afirmações.
Peço aos visitantes alguma moderação sobre este tipo de comentários.
Um abraço para todos.
Eu pessoalmente nada tenho contra os chineses, mas sim contra a abertura desmensurada das suas lojas. Não se trata de racismos ou xenofobias, mas há regras que têm de ser compridas...Têm de ter os mesmos deveres que os comerciantes locais.
ResponderEliminarE quanto ao Paulo Oliveira não tem apenas empresas na China tem também acordos mútuos com os chineses....lá está, regras.!!!
Se bem se lembram, a questão da Zona Industrial passar também a ser Comercial começou quando Vila Franca vendeu terrenos a um escudo o m2 para abrir "o Espaço", que depois vendeu ao "Jumbo".Claro que, a pessoa que comprou áquele preço e depois vendeu, ganhou uma "pipa de massa".Mas isso são outras contas!
ResponderEliminarAgora o Morão chama-lhe Zona Empresarial,o que dá para tudo. Pelo que não se compreende esta "cena" contra a comunidade chinesa. Lojas e armazéns é o que mais por lá há e agora já é tarde para ser o que de facto devia, uma Zona Industrial.Agora,toda a gente tem lá empresas.
Então: Qual é o problema?
Claro que a pessoa da associação está a sugerir que para "aqueles" não deve ser autorizado. Porquê?
Que sentido de justiça é este.As leis devem ser iguais para todos.
Dá a ideia que há aqui "coisa" estranha e encapotada...
Zé do Telhado
Devo dizer que concordo com os "avisos à navegação" feitos por F.Mendonça,J.L.Ferreira, Viriato e Robin, que têm razão no que escreveram. O problema é que há está quem esteja interessado em desviar os reais problemas da crise,criando "bodes expiatórios".
ResponderEliminarZé do Telhado
Diga-me Pastor Lusitano, que regras existem para limitar o número de lojas? Não conheço.
ResponderEliminarAbertura desmensurada de lojas chinesas? Como?
Nem todas pertencem à mesma pessoa e mesmo que pertencessem não é proibido. Há em C.Branco que tenha mais que uma loja e não é chinês. Isto não é coisa de nacionalidades é de pessoas,sejam elas o que forem. É aí, que está o erro.
Que regras estão a violar?
Se violam as entidades com autoridade para isso que actuem, mas de igual maneira para todos e não só para alguns.
Quem coloca o problema,como o fez, que acto está a praticar?
Pense bem. Consulte dicionários ou outros livros. Talvez chegue a conclusões bem diferentes...
Viriato
Para as efemérides:
ResponderEliminarA conversa está interessante e aborda um assunto sério.
Mas, para quem é pastor, já devia conhecer que, quem não que ser lobo não lhe vista a pele.
P.Morgado
Caro Viriato;
ResponderEliminarTemo que me interpretou mal (ou não), mas eu não falei em violação de regras nem regras que limitem o numero de lojas.
Na minha opinião, o elevado numero destas lojas, descarcteriza o nosso comercio tradicional, além de que as lojas chinesas têm uma enorme vantagem na concorrência directa com o nosso comércio, pois têm o apoio do Governo Chinês. E quando falo em regras refiro-me aos acordos bilaterais específicos entre china e Portugal, em que não se podem aplicar as regras básicas da fiscalidade e assim não se pode competir em pé de igualdade. Solução? Talvez apoiar as PME da área do comércio.
Citando o Zé do Telhado "Que sentido de justiça é este.As leis devem ser iguais para todos"
Se isso se verificar, venham de lá as lojas.
Caro P.Morgado
ResponderEliminarObrigado pelo conselho mas longe de mim tal pretensão, no entanto não deve esquecer que quem não quer ser aconselhado, não pode ser ajudado.
Caro pastor Lusitano.
ResponderEliminarDepois de ler a sua resposta a Viriato ficou mais claro para mim que não defende medidas excepcionais contra os cidadãos chineses. Estamos de acordo.
As minhas desculpas.
P.Morgado
Aqui para nós, que ninguém nos ouve. É só um desabafo:
ResponderEliminarA maioria dos comerciantes, são masoquistas, é que, apesar de maltratados pelo Morão,foram votar nele e ao votar nele votaram em mais sete vereadores todos do PS. Só do PS são oito. Do PSD só um.
Agora, têm que gramar com eles.
O Morão quando andou a mendigar o voto,alguma vez lhes disse que tinha autorizado uma loja chinesa para a Zona Industrial?
Claro que não. Pelo contrário,
ESCONDEU. No entanto, ele já tinha aprovado a autorização...
Por isso, deixem-se de queixinhas. Têm o que merecem!
O que é que o coitado do Eusébio pode fazer?
Pouco mais do que nada.
Pôncio Pilatos
Como disse, foi só um desabafo!
ResponderEliminarMas, sinceramente,não vão atrás da conversa xenófoba do Sr.Amaro.
Ele só desprestigia os comerciantes. A associação já o está há muito tempo.
Pôncio Pilatos