quarta-feira, setembro 22, 2010

EXPOSIÇÃO - XIII


ANTÓNIO ANDRADE FERNANDES
O PESO DOS DIAS DE CINZA
Depois de terminado mais um quente mês de Agosto, em que fomos bombardeados diariamente pelos media da proliferação de inúmeros incêndios que devastaram as florestas do nosso pais, é com alguma mágoa e tristeza que publico este quadro neste blog.
Foi realizado no ano de 2006, altura que a nossa Beira ficou quase reduzida a cinzas, tendo ardido grande parte da maior mancha florestal de pinheiro bravo da Europa.
Nessa altura, o Governo prometeu inúmeras medidas de apoio, aos pequenos produtores, houve até um programa de televisão com transmissão em directo do Largo em frente à Câmara Municipal de Castelo Branco, onde não faltou gente importante da política onde se propagandeava “um cem número” de medidas a tomar perante tal calamidade.
Recordo-me dessa altura já no final da sessão e na parte das perguntas dos assistentes ao programa, o meu amigo Manuel também conhecido por “Manelinho“ do Vale de Figueira, rapaz pequeno e franzino, sem pejo, se ter dirigido aos ilustres convidados daquele programa televisivo e ter dito: “Tudo isto não passa de conversa da treta …”. Como ele tinha razão, passaram os anos e os incêndios continuam a devastar de uma forma impressionante o nosso património florestal, inclusive parques naturais com biodiversidade quase única. Penso que a culpa de tudo isto acontecer anualmente e sistematicamente, não será só de quem dirige os nossos destinos, todos nós teremos a nossa quota - parte de responsabilidade nesta matéria.
Termino com uma frase extraída de um poema de António Salvado – O verde esperança filho da sem esperança.
Como dizia atrás, o quadro foi realizado em de 2006, utilizei restos de madeira, tela, uma rodilha (ou sogra), fios e restos de mantas, vieux chène, acrílico e tinta a óleo.
O Albicastrense

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