domingo, fevereiro 19, 2012

VELHOS JORNAIS DA MINHA TERRA - VI

 (1846/1945)
O primeiro jornal de que há memória na nossa cidade, foi; “A Sentinela da Liberdade”, terá vindo à luz no ano de 1846. Pensa-se que tenha tido como primeiro director: João Sebastião Serrano, que era na época director da tipografia do Governo Civil.
O primeiro número terá saído a 19 de Dezembro de 1846. A sede do jornal era no Governo Civil, onde por sua vez era impresso. Dizia; “Pugnar pela Junta do Porto e difundir o seu programa”. 
Anunciava no seu primeiro número, que iria sair ás segundas e sextas-feiras.
Nota: Prometia muito! Mas... ficou-se pelo número um, pois padeceu nesse mesmo número. Curiosamente entre a saída do “ Sentinela da Liberdade” e o próximo que se segue; “A Aurora” existe um vazio de 26 anos.
(Continuação)
Em 1924 publicava-se às quintas-feiras a “Acção Regionalista”. teve como seu director e editor; Manuel Pires Bento. Segundo consta, este periódico foi um verdadeiro defensor dos interesses regionais (que sempre estiveram acima dos interesses de partidos políticos).
O redactor principal era; António Trindade. Foram fundadores; Albano Ramalho, António Trindade, Artur Silva, Francisco Marques Maia, Jaime Lopes Dias, João Eloy Nunes Cardoso, João Lino, João Matilde Xavier Lobo, João Mourato Grave, João Rodrigues Marques, José Martins Cameira, José Sena Esteves, Manuel Paiva Pessoa e Manuel Pires Bento. Com uma equipe tão ilustre não admira que a sua voz fosse escudada e as opiniões discutidas. Em 1927 anunciaram que se suspendiam temporariamente, reaparecendo assim que as circunstancias permitissem, dizendo que continuará a ser o que sempre foram. Foi este jornal que mais lutou pela via férrea Castelo Branco – Placência - Madrid. 
Em 1928 era seu director e editor; João Madilde Xavier Lobo, tendo como redactor principal; José Lopes Dias e como secretario; João Mourato Grave. Terminou em 1931, mantendo sempre a feição regionalista.
Nota: Em 1931, (sete anos depois do seu aparecimento) esfumou-se da vista e da memória dos albicastrenses.
Sem periodicidade fixa, saiu em 1924 o primeiro número do jornal; “Centro Artístico”. Era seu director e editor; Joaquim dos Santos Chita. Como administrador; Joaquim da Anunciação Morcela. Não se sabe quantos números saíram.
Nos meios académicos apareceu em 1926 “A Academia”. Era uma publicação quinzenal dirigida por; Vicente Rodrigues G. Cadete. Administrado por; João Vieira Pereira. Tinha como redactores; Alberto Trindade, Baltazar Alberto e José de Matos Ratinho. Era impresso em Leiria.
Em 1926 aparece o jornal; “A União” fundado por três professores de Liceu; José de Oliveira, Francisco Lopes Subtil e António do Rosário. Era um jornal semanário pertencente à União Liberal Republicana. Aparecem como fundadores; António Gonçalves, António Guilhermino Lopes, António Francisco Subtil, João António da Silveira, João Pires Marques e José de Oliveira. Era impresso na Covilhã.
Nasceu em 1927 o jornal; “A Era Nova”. Tinha como lema a defesa e propaganda do nosso distrito. Aparece como seu director; António Crucho Dias. Redactor e editor; Eurico Salles Viana. Como administrador; José António da Conceição. Declara-se integrado no pensamento que presidiu ao movimento de 28 de Maio e tornou-se órgão das comissões administrativas da Junta Geral, Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia do distrito de Castelo Branco.
Nota: Nas minhas pesquisas na biblioteca albicastrense, li alguns exemplares deste jornal e confesso que gostei bastante do que li. O seu fim deu origem ao aparecimento do jornal Beira Baixa.
A 12 de Abril de 1937 aparece a público um dos jornais que durante mais tempo se publicou em Castelo Branco (1937/1975), “A Beira Baixa”.
Tinha como lema no seu primeiro número; “Pelo estado novo e pela ordem e propaganda da província de Beira Baixa”. No cabeçalho trazia como director e editor; António Rodrigues Cardoso. Administrador e proprietário; José Portela Feijão. Tinha redacção na rua; Alfredo Keill em Castelo Branco. 
Nota: Tal como disse anteriormente, este jornal sucedeu ao jornal Era Nova. Pode dizer-se que seguiu a linha do seu antecessor e que só o 25 de Abril de 1974, o derrubou.
A 13 de maio de 1945, surge o jornal; “Reconquista”. Jornal que irá tornar-se o verdadeiro dinossauro dos jornais albicastrenses. Tem como seu primeiro director; o Padre Albano da Costa Pinto e como redactor principal; Duque Viera. Era seu editor; o comerciante Francisco Vilela, sendo composto e impresso na Tipografia Semedo, em Castelo Branco.
Tinha por princípio e como estatuto redactorial o seguinte texto: “O bem comum é o nosso programa e o nosso fim, Interessa-nos tudo de que possa resultar algum benefício para a colectividade, quer a pequena colectividade local quer a grande colectividade nacional. Como normas permanentes do nosso pensar e sentir, estão os princípios eternos do cristianismo”. 
Por este passaram grandes homens, entre eles destacava (como não podia deixar de ser) o padre Anacleto Pires da Silva Martins, homem que tive a honra de conhecer. Tem nos dias de hoje como director; Agostinho Gonçalves Dias.
Nota: Um jornal com história na história da nossa cidade, e acima de tudo, um autentico dinossauro na imprense regional no nosso pais. Falar na imprensa regional e não falar da reconquista, é quase um pecado morta. 
Os dados constantes nos postes; “Velhos jornais da minha terra”, foram recolhidos em antigos jornais, (e actuais) da nossa cidade, assim como em publicações que se encontram na biblioteca albicastrense.
O Albicastrense

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