Em sessão de 11 de Janeiro de 1928, na Associação dos Arqueólogos
Portugueses, foi aprovado o seguinte parecer apresentado por Afonso Dornelas
à Secção de Heráldica daquela agremiação:
Em papel timbrado com um castelo de prata em escudo vermelho encimado
por uma coroa de Duque, recebeu a Associação dos Arqueólogos o seguinte ofício:
Desejando a Câmara da minha presidência mandar fazer um vidral com um
escudo de Armas da cidade de Castelo Branco, venho pedir a V. Ex. a fineza de me informarem quais as cores e
outras indicações que a abalizada opinião de V. Ex. as entender dar.
Castelo Banco 21 de Fevereiro de 1927. O Presidente. José Severino
Existem de longa data as Armas de Castelo Branco, havendo porém divergências dos diversos estudiosos do assunto, nos esmaltes a empregar. Uns dizem que as Armas constam de um castelo de ouro em campo vermelho, outros, de um castelo de prata em campo azul.
Parece-nos que, segundo as boas regras da Heráldica, não está certa
qualquer das opiniões. O campo deve ser vermelho e o castelo de prata e
julgamos isto porque, naturalmente, se a cidade se chama Castelo Branco ninguém
pensaria num castelo amarelo. A prata é substituível por branco e o ouro por
amarelo.
Depois o vermelho é cor de primeira ordem e indica guerras, ardis e
vitorias; e o azul é cor de segunda ordem e indica caridade e lealdade. Castelo
Branco deve grande parte da sua história à Ordem do Templo e depois à de Cristo
que não consta que tivesse ali qualquer estabelecimento da caridade. A entrega
daquelas paragens a estas Ordens Militares foi com o intuito de se fortalecerem
e de defenderem a região anexa às respetivas fortificações.
Se na Heráldica não houvesse um esmalte para indicar os fins
guerreiros, como é o vermelho, então iríamos buscar o azul como representativo
de lealdade. Vejamos, portanto como aconselhamos a cidade de Castelo Branco a
esmaltar as suas antigas Armas:
De vermelho com um castelo de prata aberto e iluminado de negro. Coroa
mural de cinco torres de prata por ser cidade e, pelo mesmo motivo, bandeira
quarteada de branco e de negro por serem assim os esmaltes da peça principal
das Armas. Por debaixo do escudo, uma fita branca com letras pretas.
A coroa de Duque, que têm usado as Armas de Castelo Branco, é um grande
erro, pois que as cidades e as vilas têm a sua coroa mural privada, que tem
cinco ou quatro torres, conforme se trata do primeiro ou do segundo caso. Esta
coroa mural, composta de torres e panos de muralhas, representa a fortificação
que defendia na antiguidade as cidades e as vilas. O
número de torres que foi adoptada é destinado a diferençar se é cidade ou vila. Afonso Dornelas
Dados: Manuel Tavares dos Santos, "Castelo
Branco na História e na Arte”,
Porto, 1958.
PS. Perante esta carta, uma questão se coloca:
Foi este vidral feito?
Se foi, onde está ele actualmente?
O Albicastrense
Não deixa de ter alguma piada que o brasão da família Castello Branco ou Castelbranco (conforme as versões) seja um leão de ouro virado à dextra sobre campo azul, precisamente os outros dois esmaltes referidos nesta documentação.
ResponderEliminarNão queria deixar de referir que o brasão de armas da cidade de Castelo Branco incluí também uma condecoração: colar da Ordem de Cristo. É uma situação pouco usual, já que normalmente as cidades "condecoradas" têm o colar da Ordem da Torre e Espada.
Infelizmente este pormenor era muitas vezes esquecido na documentação oficial, mas essa situação têm-se vindo a alterar.
Carlos Boavida
Amigo Carlos Boavida.
ResponderEliminarEu sei que atualmente o brasão na nossa cidade, tem uma condecoração.
A pergunta que aqui lhe deixe é a seguinte:
Desde quando é que esta condecoração consta no brasão albicastrense?
Um abraço.
Isso não sei, mas posso descobrir junto da comissão de heráldica da associação dos arqueólogos portugueses.
ResponderEliminarCarlos Boavida
Já sabe de alguma coisa?
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