segunda-feira, abril 16, 2012

ARMAS DE CASTELO BRANCO


Em sessão de 11 de Janeiro de 1928, na Associação dos Arqueólogos Portugueses, foi aprovado o seguinte parecer apresentado por Afonso Dornelas à  Secção de Heráldica daquela agremiação:
Em papel timbrado com um castelo de prata em escudo vermelho encimado por uma coroa de Duque, recebeu a Associação dos Arqueólogos o seguinte ofício:

 Exa-ma Associação dos Arqueólogos Portugueses.

Desejando a Câmara da minha presidência mandar fazer um vidral com um escudo de Armas da cidade de Castelo Branco, venho pedir a V. Ex.  a fineza de me informarem quais as cores e outras indicações que a abalizada opinião de V. Ex. as  entender dar.
Castelo Banco 21 de Fevereiro de 1927. O Presidente. José Severino

Existem de longa data as Armas de Castelo Branco, havendo porém divergências dos diversos estudiosos do assunto, nos esmaltes a empregar. Uns dizem que as Armas constam de um castelo de ouro em campo vermelho, outros, de um castelo de prata em campo azul.
Parece-nos que, segundo as boas regras da Heráldica, não está certa qualquer das opiniões. O campo deve ser vermelho e o castelo de prata e julgamos isto porque, naturalmente, se a cidade se chama Castelo Branco ninguém pensaria num castelo amarelo. A prata é substituível por branco e o ouro por amarelo.
Depois o vermelho é cor de primeira ordem e indica guerras, ardis e vitorias; e o azul é cor de segunda ordem e indica caridade e lealdade. Castelo Branco deve grande parte da sua história à Ordem do Templo e depois à de Cristo que não consta que tivesse ali qualquer estabelecimento da caridade. A entrega daquelas paragens a estas Ordens Militares foi com o intuito de se fortalecerem e de defenderem  a região anexa às respetivas fortificações.
Se na Heráldica não houvesse um esmalte para indicar os fins guerreiros, como é o vermelho, então iríamos buscar o azul como representativo de lealdade. Vejamos, portanto como aconselhamos a cidade de Castelo Branco a esmaltar as suas antigas Armas:
De vermelho com um castelo de prata aberto e iluminado de negro. Coroa mural de cinco torres de prata por ser cidade e, pelo mesmo motivo, bandeira quarteada de branco e de negro por serem assim os esmaltes da peça principal das Armas. Por debaixo do escudo, uma fita branca com letras pretas.
A coroa de Duque, que têm usado as Armas de Castelo Branco, é um grande erro, pois que as cidades e as vilas têm a sua coroa mural privada, que tem cinco ou quatro torres, conforme se trata do primeiro ou do segundo caso. Esta coroa mural, composta de torres e panos de muralhas, representa a fortificação que defendia na antiguidade as cidades e as vilas. O número de torres que foi adoptada é destinado a diferençar se é cidade ou vila. Afonso Dornelas
Dados: Manuel Tavares dos Santos, "Castelo Branco na História e na Arte”, Porto, 1958.
PS. Perante esta carta, uma questão se coloca: Foi este vidral feito? 
Se foi, onde está ele actualmente? 
O Albicastrense

4 comentários:

  1. Anónimo23:06

    Não deixa de ter alguma piada que o brasão da família Castello Branco ou Castelbranco (conforme as versões) seja um leão de ouro virado à dextra sobre campo azul, precisamente os outros dois esmaltes referidos nesta documentação.

    Não queria deixar de referir que o brasão de armas da cidade de Castelo Branco incluí também uma condecoração: colar da Ordem de Cristo. É uma situação pouco usual, já que normalmente as cidades "condecoradas" têm o colar da Ordem da Torre e Espada.
    Infelizmente este pormenor era muitas vezes esquecido na documentação oficial, mas essa situação têm-se vindo a alterar.

    Carlos Boavida

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  2. Amigo Carlos Boavida.
    Eu sei que atualmente o brasão na nossa cidade, tem uma condecoração.
    A pergunta que aqui lhe deixe é a seguinte:
    Desde quando é que esta condecoração consta no brasão albicastrense?
    Um abraço.

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  3. Anónimo20:11

    Isso não sei, mas posso descobrir junto da comissão de heráldica da associação dos arqueólogos portugueses.

    Carlos Boavida

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