UMA INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA
Os
artigos postados neste post, foram publicados esta semana nos
jornais da cidade de Castelo Branco.
Diz Artur Corte Real, director de Serviços de bens Culturais na (DRCC), “é necessário dar vida aos museus”, e “os museus não podem estar distantes das regiões” ou “uma mudança de paradigma, com horários alargados e o não encerramento na hora de almoço”, por fim, “é preciso criar uma rede entre os museu que levem, nomeadamente, à realização de exposições e espetáculos transregionais”. Por sua vez, a directora Regional de Cultura do Centro (DRCC), diz o seguinte; “os espaços de Castelo Branco e da Guarda são dois museus com poucas visitas e portanto estavam em iminência de serem encerrados" e “os museus passam a ser geridos a partir de Coimbra com o apoio das câmaras que estão muito interessadas que os museus se abram à cidade".
Como
ex-trabalhador do museu (durante quase trinta anos),
confesso que fiquei tristíssimo com a situação que o museu
Francisco Tavares Proença Júnior atravessa. Não vou aqui lavar
roupa suja, (embora o pudesse fazer), porque não é isso que o meu
“querido” museu agora precisa. Contudo, algumas das
afirmações agora feitas, só vêem dar-me razão naquilo que sempre
defendi em relação ás opções tomadas por um conjunto de
lerdaços.
Lerdaços,
que aproveitando as obras no velho edifício, resolveram estilhaçar
o que muito tinha custado a erguer. Perante estas afirmações, este
albicastrense só pode mesmo dizer: será que estamos perante um
regresso aos bons anos oitenta?!
Tempo
em que a Etnografia apaixonava os visitantes.
Tempo
em que as exposições aliciavam os albicastrenses.
Tempo
em que os albicastrenses namoravam como seu o museu.
Tempo
em que a Arqueologia e os estudantes das escolas da minha terra, não
passavam um sem outro.
Tempo
em que os concertos, palestras e conferências cortejavam os
albicastrenses.
Tempo
em que o sorriso dos visitantes à saída do museu, era a constatação
do bom trabalho realizado por quem ali trabalhava.
Tempos
passados, dirão alguns! Talvez... Todavia, por vezes torna-se
necessário perdermos aquilo que muito nos custou a erguer, para que
nos apercebamos do seu real interesse. O que mais me entristecesse
nesta triste história, é que os albicastrenses tenham ficado
sentados nos seus cadeirões a assistir sossegadamente a esta
devastação, sem nada expressar.
Celeste
Amaro diz, “o museu é hoje um museu com
poucas visitas”. Eu acrescentaria que o museu se tornou
um museu triste, tristeza motivada por promessas não cumpridas,
consternação motivada pelo abandono dos jovens estudantes,
desalento motivado pelo desinteresse dos visitantes e acima de tudo,
pelo desencanto de um namoro não correspondido “actualmente”
por parte dos albicastrenses.
As
palavras agora pronunciadas pelos atuais responsáveis, são apenas
palavras a nada mais que palavras, todavia, este albicastrense quer
acreditar que o caminho se faz caminhando e não olhando demasiado
para o passado, portanto só posso desejar a quem agora parece querer ligar
elos quebrados.
Bom
trabalho em prol do museu, da cidade e dos albicastrenses.
PS
– Convém aqui dizer, que a situação actual do museu só não é
mais grave, graças à trabalho da liga dos amigos do museu, que nos
últimos anos se portaram como seus verdadeiros amigos.
O
Albicastrense
Concordo em absoluto contigo, assim como subscrevo a nota final. Abraço
ResponderEliminar