sábado, setembro 01, 2012

MUSEU FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR


UMA INSTITUIÇÃO CENTENÁRIA 

Os artigos postados neste post, foram publicados esta semana nos jornais da cidade de Castelo Branco.


Diz Artur Corte Real, director de Serviços de bens Culturais na (DRCC), “é necessário dar vida aos museus”, e “os museus não podem estar distantes das regiões” ou “uma mudança de paradigma, com horários alargados e o não encerramento na hora de almoço”, por fim, “é preciso criar uma rede entre os museu que levem, nomeadamente, à realização de exposições e espetáculos transregionais. Por sua vez, a directora Regional de Cultura do Centro (DRCC), diz o seguinte; “os espaços de Castelo Branco e da Guarda são dois museus com poucas visitas e portanto estavam em iminência de serem encerrados" e “os museus passam a ser geridos a partir de Coimbra com o apoio das câmaras que estão muito interessadas que os museus se abram à cidade".
Como ex-trabalhador do museu (durante quase trinta anos), confesso que fiquei tristíssimo com a situação que o museu Francisco Tavares Proença Júnior atravessa. Não vou aqui lavar roupa suja, (embora o pudesse fazer), porque não é isso que o meu “querido” museu agora precisa. Contudo, algumas das afirmações agora feitas, só vêem dar-me razão naquilo que sempre defendi em relação ás opções tomadas por um conjunto de lerdaços.
Lerdaços, que aproveitando as obras no velho edifício, resolveram estilhaçar o que muito tinha custado a erguer. Perante estas afirmações, este albicastrense só pode mesmo dizer: será que estamos perante um regresso aos bons anos oitenta?!

Tempo em que a Etnografia apaixonava os visitantes.
Tempo em que as exposições aliciavam os albicastrenses.
Tempo em que os albicastrenses namoravam como seu o museu.
Tempo em que a Arqueologia e os estudantes das escolas da minha terra, não passavam um sem outro.
Tempo em que os concertos, palestras e conferências cortejavam os albicastrenses.
Tempo em que o sorriso dos visitantes à saída do museu, era a constatação do bom trabalho realizado por quem ali trabalhava.

Tempos passados, dirão alguns! Talvez... Todavia, por vezes torna-se necessário perdermos aquilo que muito nos custou a erguer, para que nos apercebamos do seu real interesse. O que mais me entristecesse nesta triste história, é que os albicastrenses tenham ficado sentados nos seus cadeirões a assistir sossegadamente a esta devastação, sem nada expressar.
Celeste Amaro diz, “o museu é hoje um museu com poucas visitas”. Eu acrescentaria que o museu se tornou um museu triste, tristeza motivada por promessas não cumpridas, consternação motivada pelo abandono dos jovens estudantes, desalento motivado pelo desinteresse dos visitantes e acima de tudo, pelo desencanto de um namoro não correspondido “actualmente” por parte dos albicastrenses.
As palavras agora pronunciadas pelos atuais responsáveis, são apenas palavras a nada mais que palavras, todavia, este albicastrense quer acreditar que o caminho se faz caminhando e não olhando demasiado para o passado, portanto só posso desejar a quem agora parece querer ligar elos quebrados.

Bom trabalho em prol do museu, da cidade e dos albicastrenses.

PS – Convém aqui dizer, que a situação actual do museu só não é mais grave, graças à trabalho da liga dos amigos do museu, que nos últimos anos se portaram como seus verdadeiros amigos.
O Albicastrense

1 comentário:

  1. Concordo em absoluto contigo, assim como subscrevo a nota final. Abraço

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