No dia 24 de Setembro fez cem anos
que Francisco Tavares Proença júnior faleceu. Muitas foram as vezes que aqui
postei publicações sobre ele, não fazia pois sentido que no centenário da sua
morte, não reeditasse neste blogue uma pastagem sobre a vida deste grande
albicastrense.
Nasceu a 1 de Junho de 1883, em
Lisboa, filho de Francisco de Almeida Tavares de Proença e de Luzia de Judite
Galdino.
A 20 de Outubro de 1899, sai de
Portugal com destino a Inglaterra onde ingressa no colégio de Arreton Vicarege,
na ilha de Wight. Durante a sua estadia no colégio o jovem Francisco conheceu
novas realidades, cresceu física e intelectualmente, tende sido um aluno
brilhante.
A 27 de Julho de 1900 deixou
Inglaterra com destino a Portugal, fazendo uma paragem por Paris, tendo
visitado a Exposição Universal e apreciado o pavilhão de Portugal.
A nove de Agosto chega a Castelo
Branco com um aspecto muito debilitado, atribuído por todos ao cansaço da
viagem e à má alimentação, faz exames médicos e é-lhe diagnosticado
tuberculose. Parte para Davos na Suíça a fim ser internado no sanatório de
Schatzalp, nos Alpes Suíços.
A 30 de Março de 1901 regressa a
Portugal, no início do verão instala-se numa das suas casas na Serra da Estrela
e aproveita a estadia para conhecer melhor alguns espectos da região:
geografia, hidrologia, etnologia e climatologia, tende inclusivamente preparado
um estudo que nunca chegou a ser publicado.
Em Dezembro de 1901 regressa a Davos
para novo tratamento e aproveita o tempo para se dedicar à fotografia.
A vinte de Marco de 1902 é
considerado completamente curado e regressa à serra da estrela, onde
permanecera até ao fim do verão desse ano.
Em Outubro do mesmo ano ingressa na
Faculdade de Direito de Coimbra mais por vontade do seu pai do que por sua
própria vontade. Durante a estadia em Coimbra surgem as primeiras referências
ao seu gosto pelo estudo da arqueologia, tendo sido aqui que a paixão pela
arqueologia tomou forma: Começou a frequentar o Museu do Instituto, a convite
do Dr. Bernardino Machado, bem como a sua biblioteca, o direito ficou assim
relegado para segundo plano. Nos fins-de-semana deslocaram varia vezes à quinta
da Cortiça propriedade da família, situada perto de Leiria, onde tentava por em
pratica os seus conhecimentos de arqueologia.
Em Março de 1903 descobre a Anta da Urgueira e registou a topografia das
capelas da Senhora de Mércoles, de Santa Ana e de São Martinho, neste ano ainda
publica vários trabalhos.
Em 1905 é convidado a participar no
congresso Préhistorique de Franca, em Pèrigueux, onde apresenta duas
comunicações.
Em 1906 publica vários trabalhos e
visita pela primeira vez o museu da Figueira da Foz, nesse mesmo ano escreve ao
pai a dizer-lhe que está muito descontente com o curso de direito e que tinha
desejo de dar outro rumo à sua vida, o pai proibiu-o de abandonar a
Universidade.
Em Outubro deste mesmo ano vai a
Lisboa visitar o Museu de Etnologia e conhece o Dr. Leite de Vasconcelos, volta
a Coimbra para tentar concluir os seus estudos, porem advocacia não era de
facto a sua vocação e perde o seu tempo com os amigos.
Em 1907 publicou em O Archeologo
Português, um estudo sobre “inscrições Romanas de Castelo Branco” e prepara um trabalho para o congresso de Autun, com o título
de “Essai d`un inventaire des enceintes
portugaises (résume)“, nesse mesmo ano abandona
definitivamente Coimbra.
Em 26 de Março enviou 1909 enviou à
Câmara Municipal de Castelo Branco uma proposta para a criação de um Museu, a 8
de Abril a Câmara aceitou formalmente a proposta cedendo para o efeito a capela
do Convento de Santo António.
Em Junho de 1909 publicou “Anta da Urgueira (Beira Baixa)” e prepara ansiosamente a inauguração do Museu Arqueológico de
Castelo Branco.
Em Janeiro de 1910, desloca-se a
Lisboa onde se encontra com leite de Vasconcelos, com quem conversa sobre a
inauguração do Museu por ele financiado recebendo por doação as peças da sua
coleção privada ficando também a seu cargo a direção a e conservação do espolio.
A 17 de Abril abriu ao público o
Museu de Castelo Branco que teve na sua primeira direção Francisco Tavares
Proença Júnior, o conservador Dr. Manuel Pires Bento e o Conservador – Ajudante
Sr. Manuel dos Santos. Nesse mesmo ano fez o lançamento do nº 1 da sua revista
a que chamou “Materiais para o estudo das
antiguidades portuguesas”.
Ainda nesse ano, o pai envolve-se na
luta politica pelos ideais Monárquicos, e foi o chefe do Partido progressista
no distrito de Castelo Branco, e a 5 de Outubro dá-se a implantação da
Republica em Portugal.
Depois da Implantação da Republica em
Portugal Francisco Tavares Proença Júnior aderiu à causa Monárquica e sublevou
a Beira Baixa contra os Republicanos e juntou-se na Galiza, ao movimento de
Paiva Couceiro, não tanto para defender os seus ideais mas sim os do seu pai.
Durante aproximadamente dois anos entra em escaramuças contra os republicanos,
sendo obrigado a fugir de Portugal.
Em Outubro de 1912 voltaram a
evidenciar-se os sinais da do doença respiratória que lhe tinha sido
diagnosticada em 1900, parte par Davos e instala-se no hotel Curhaus onde é
observado pelo Dr. Spengler, que lhe disse não haver motivos para preocupação,
regressa a Paris, onde aluga um pequeno apartamento. Um mês depois volta a
Davos com novos sintomas da doença,
em Abril de 1913 escreveu ao
Presidente da Republica Francesa, Raymond Poincaré, a dar-lhe conhecimento de
um projeto com inovações para um navio de guerra. Em Maio, não suportando mais
o ambiente de Davos, mudou-se para Lousanne e a 8 de Junho remeteu para a
Chancelaria Particular do Imperador da Rússia uma carta dando-lhe conhecimento
do projeto, anteriormente apresentado ao Presidente Francês. Os Russos pediram
mais detalhes ao que respondeu com algumas indicações isentas de pormenores
técnicos. Nunca recebeu resposta.
Durante o ano de 1914 deambulou pela
Europa, em Agosto de 1915 instalou-se em La Rosiaz, na Suíça, e ali dedicou os
seus últimos meses de vida ao estudo da fisiologia e da microbiológica, a 24 de
Setembro de 1916 morre com 33 anos.
No dia 12 de Outubro a comissão
executiva da Câmara Municipal de Castelo Branco aprovou por unanimidade a
alteração do nome do museu, para Museu Municipal Tavares Proença Júnior. A 14
de Outubro realizou-se o seu funeral em Castelo Branco.
Na sua pedra tumular no cemitério de
Castelo Branco constava a seguinte inscrição.
AQUI JAZ NA BOA TERRA DE CASTELO BRANCO
UM HOMEM DE QUEM DEVE COM PROPRIEDADE DIZER-SE, DO SEU ESPÍRITO INQUIETO E
CRIADOR, DA SUA MENSAGEM DE SUPERIOR BELEZA E DE
INCALCULÁVEL PROJECÇÃO SOCIAL, QUE HÁ MORTOS QUE VERDADEIRAMENTE NÃO
MORREM.
Recolha de dados; de José Lopes Dias.
Roteiro do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior.
O Albicastrense
No dia 24 de Setembro fez cem anos
que Francisco Tavares Proença júnior faleceu. Muitas foram as vezes que aqui
postei publicações sobre ele, não fazia pois sentido que no centenário da sua
morte, não reeditasse neste blogue uma pastagem sobre a vida deste grande
albicastrense.
Nasceu a 1 de Junho de 1883, em
Lisboa, filho de Francisco de Almeida Tavares de Proença e de Luzia de Judite
Galdino.
A 20 de Outubro de 1899, sai de
Portugal com destino a Inglaterra onde ingressa no colégio de Arreton Vicarege,
na ilha de Wight. Durante a sua estadia no colégio o jovem Francisco conheceu
novas realidades, cresceu física e intelectualmente, tende sido um aluno
brilhante.
A 27 de Julho de 1900 deixou
Inglaterra com destino a Portugal, fazendo uma paragem por Paris, tendo
visitado a Exposição Universal e apreciado o pavilhão de Portugal.
A nove de Agosto chega a Castelo
Branco com um aspecto muito debilitado, atribuído por todos ao cansaço da
viagem e à má alimentação, faz exames médicos e é-lhe diagnosticado
tuberculose. Parte para Davos na Suíça a fim ser internado no sanatório de
Schatzalp, nos Alpes Suíços.
A 30 de Março de 1901 regressa a
Portugal, no início do verão instala-se numa das suas casas na Serra da Estrela
e aproveita a estadia para conhecer melhor alguns espectos da região:
geografia, hidrologia, etnologia e climatologia, tende inclusivamente preparado
um estudo que nunca chegou a ser publicado.
Em Dezembro de 1901 regressa a Davos
para novo tratamento e aproveita o tempo para se dedicar à fotografia.
A vinte de Marco de 1902 é
considerado completamente curado e regressa à serra da estrela, onde
permanecera até ao fim do verão desse ano.
Em Outubro do mesmo ano ingressa na
Faculdade de Direito de Coimbra mais por vontade do seu pai do que por sua
própria vontade. Durante a estadia em Coimbra surgem as primeiras referências
ao seu gosto pelo estudo da arqueologia, tendo sido aqui que a paixão pela
arqueologia tomou forma: Começou a frequentar o Museu do Instituto, a convite
do Dr. Bernardino Machado, bem como a sua biblioteca, o direito ficou assim
relegado para segundo plano. Nos fins-de-semana deslocaram varia vezes à quinta
da Cortiça propriedade da família, situada perto de Leiria, onde tentava por em
pratica os seus conhecimentos de arqueologia.
Em Março de 1903 descobre a Anta da Urgueira e registou a topografia das capelas da Senhora de Mércoles, de Santa Ana e de São Martinho, neste ano ainda publica vários trabalhos.
Em 1905 é convidado a participar no
congresso Préhistorique de Franca, em Pèrigueux, onde apresenta duas
comunicações.
Em 1906 publica vários trabalhos e
visita pela primeira vez o museu da Figueira da Foz, nesse mesmo ano escreve ao
pai a dizer-lhe que está muito descontente com o curso de direito e que tinha
desejo de dar outro rumo à sua vida, o pai proibiu-o de abandonar a
Universidade.
Em Outubro deste mesmo ano vai a
Lisboa visitar o Museu de Etnologia e conhece o Dr. Leite de Vasconcelos, volta
a Coimbra para tentar concluir os seus estudos, porem advocacia não era de
facto a sua vocação e perde o seu tempo com os amigos.
Em 1907 publicou em O Archeologo
Português, um estudo sobre “inscrições Romanas de Castelo Branco” e prepara um trabalho para o congresso de Autun, com o título
de “Essai d`un inventaire des enceintes
portugaises (résume)“, nesse mesmo ano abandona
definitivamente Coimbra.
Em 26 de Março enviou 1909 enviou à
Câmara Municipal de Castelo Branco uma proposta para a criação de um Museu, a 8
de Abril a Câmara aceitou formalmente a proposta cedendo para o efeito a capela
do Convento de Santo António.
Em Junho de 1909 publicou “Anta da Urgueira (Beira Baixa)” e prepara ansiosamente a inauguração do Museu Arqueológico de
Castelo Branco.
Em Janeiro de 1910, desloca-se a
Lisboa onde se encontra com leite de Vasconcelos, com quem conversa sobre a
inauguração do Museu por ele financiado recebendo por doação as peças da sua
coleção privada ficando também a seu cargo a direção a e conservação do espolio.
A 17 de Abril abriu ao público o
Museu de Castelo Branco que teve na sua primeira direção Francisco Tavares
Proença Júnior, o conservador Dr. Manuel Pires Bento e o Conservador – Ajudante
Sr. Manuel dos Santos. Nesse mesmo ano fez o lançamento do nº 1 da sua revista
a que chamou “Materiais para o estudo das
antiguidades portuguesas”.
Ainda nesse ano, o pai envolve-se na
luta politica pelos ideais Monárquicos, e foi o chefe do Partido progressista
no distrito de Castelo Branco, e a 5 de Outubro dá-se a implantação da
Republica em Portugal.
Depois da Implantação da Republica em
Portugal Francisco Tavares Proença Júnior aderiu à causa Monárquica e sublevou
a Beira Baixa contra os Republicanos e juntou-se na Galiza, ao movimento de
Paiva Couceiro, não tanto para defender os seus ideais mas sim os do seu pai.
Durante aproximadamente dois anos entra em escaramuças contra os republicanos,
sendo obrigado a fugir de Portugal.
Em Outubro de 1912 voltaram a
evidenciar-se os sinais da do doença respiratória que lhe tinha sido
diagnosticada em 1900, parte par Davos e instala-se no hotel Curhaus onde é
observado pelo Dr. Spengler, que lhe disse não haver motivos para preocupação,
regressa a Paris, onde aluga um pequeno apartamento. Um mês depois volta a
Davos com novos sintomas da doença,
em Abril de 1913 escreveu ao
Presidente da Republica Francesa, Raymond Poincaré, a dar-lhe conhecimento de
um projeto com inovações para um navio de guerra. Em Maio, não suportando mais
o ambiente de Davos, mudou-se para Lousanne e a 8 de Junho remeteu para a
Chancelaria Particular do Imperador da Rússia uma carta dando-lhe conhecimento
do projeto, anteriormente apresentado ao Presidente Francês. Os Russos pediram
mais detalhes ao que respondeu com algumas indicações isentas de pormenores
técnicos. Nunca recebeu resposta.
Durante o ano de 1914 deambulou pela
Europa, em Agosto de 1915 instalou-se em La Rosiaz, na Suíça, e ali dedicou os
seus últimos meses de vida ao estudo da fisiologia e da microbiológica, a 24 de
Setembro de 1916 morre com 33 anos.
No dia 12 de Outubro a comissão
executiva da Câmara Municipal de Castelo Branco aprovou por unanimidade a
alteração do nome do museu, para Museu Municipal Tavares Proença Júnior. A 14
de Outubro realizou-se o seu funeral em Castelo Branco.
Na sua pedra tumular no cemitério de
Castelo Branco constava a seguinte inscrição.
AQUI JAZ NA BOA TERRA DE CASTELO BRANCO
UM HOMEM DE QUEM DEVE COM PROPRIEDADE DIZER-SE, DO SEU ESPÍRITO INQUIETO E
CRIADOR, DA SUA MENSAGEM DE SUPERIOR BELEZA E DE
INCALCULÁVEL PROJECÇÃO SOCIAL, QUE HÁ MORTOS QUE VERDADEIRAMENTE NÃO
MORREM.
Recolha de dados; de José Lopes Dias.
Roteiro do Museu de Francisco Tavares Proença Júnior.
O Albicastrense
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