ACHEGAS PARA UMA MONOGRAFIA REGIONAL
“CASTELO BRANCO E O SEU ALFOZ”
(J. RIBEIRO CARDOSO)
(Continuação)
E
segundo a lição de Rui de Pina, em terras da beira nada mais fez o nosso Dom
Dinis, e vamos lá que já não fez pouco.
A
fantasia de o castelo e muralhas da vila de Castelo Branco serem dionisianas,
foi modernamente perfilhada pelo senhor General João de Almeida, que prestou o
inestimável serviço de editar o livro das fortalezas de Duarte Darmas, e nele,
da sua lavra, pôs a seguinte nota:
“Em 1286 El-Rei Dom Dinis, ou porque os Templários não
tivessem levantado as fortificações que Dom Afonso II lhes impusera na doação,
ou porque não satisfizessem a uma defesa eficaz, mandou fazer outro Castelo,
com sua torre de menagem de sete quinas e cercou a povoação de uma grossa e
alta muralha”.
São
desse tempo as fortificações desenhadas por Duarte Darmas. É bem certo que quem
conta um conto sempre lhe acrescente um ponto, e não quis o senhor General João
de Almeida desmentir o aforismo, e por isso atribuiu a Dom Dinis não só a
feitura das muralhas, mas também a do Castelo, com a sua torre de menagem de
sete quinas.
Seja
lá como for, o que não está certo com certeza, é que Dom Afonso II, na doação
da Herdade de Cardosa, houvesse imposto aos templários a obrigação de
fortificarem Castelo Branco do Moncarchino, como o leitor pode verificar no
texto da doação que publicamos integralmente.
Os
desenhos de Duarte Damas são preciosos para se aquilatar da grandeza do
Castelo.
Em 1753 fez-se o Tombo da Comenda e o castelo e as muralhas ainda se erguiam imponentemente na elegância das suas linhas castrenses.
Em 1753 fez-se o Tombo da Comenda e o castelo e as muralhas ainda se erguiam imponentemente na elegância das suas linhas castrenses.
Depois
a ação mordente do tempo e a ação daninha do homem, reduziram a nada a obra
formidável dos Templários (1).
Em
1821 um capitão da tropa, secretário das armas da província, pediu licença para
utilizar as pedras da muralha na construção de uma casa.
Ouvida
a Câmara, achou bem o pedido, contando que a pedra não fosse tirada dos lanços
da muralha em poder dos particulares. Foi o início da derrocada.
Em
1835 a Camara representou ao Governo a conveniência de serem apeados os Arcos
das Portas da muralha.
Achou
bem o Perfeito da Província e do Ministério da Guerra baixou a portaria de 17
de Julho de 1835, autorizando o apeamento dos arcos das muralhas, utilizando-se
a pedra em obras de manifesta utilidade pública.
Em 9
de Março de 1839 outra portaria autorizava a almoeda de parte de pedra do
castelo, e em 20 do mesmo mês e ano ainda, outra portaria mandava continuar a
almoeda de venda da telha e madeiras do castelo!
(Continua)
O Albicastrense
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