sábado, agosto 13, 2022

O AMOR E A MORTE... NOS ANTIGOS REGISTOS PAROQUIAIS ALBICASTRENSES – (8)

Por Manuel da Silva Castelo Branco
(Continuação)
Praticou em Castelo Branco por falecimento da rainha D. Maria I, verificado a 20.3.1816 no Palácio da Boavista do Rio de Janeiro. «No dia 18 de Julho de 1816, data em que recebeu a participação com a infausta notícia da morte da Rainha Nossa Senhora D. Maria I de saudosa memória, logo o Senado da Câmara de Castelo Branco determinou por Acordão do mesmo dia o seguinte:- Se publicasse imediatamente nesta cidade e lugares do termo que todos os seus moradores tomassem luto por tempo de um ano, sendo rigoroso durante os primeiros seis meses e depois aliviado, em conformidade com as ordens de Sua Magestade, El-Rei Nosso Senhor; Fossem avisadas todas as pessoas da Governança, Nobreza e Justiças desta cidade e juízes e procuradores dos lugares do seu termo, para nos dias 25 e 26 daquele mês aparecerem vestidas de luto, usando capas compridas e chapéus desabados com fumo caído, a fim de assistirem às cerimónias civil e religiosa, que se haviam de praticar por tão doloroso acontecimento.
 Na forma sobredita e pelas seis horas da tarde do dia 25 de Julho, juntaram-se todos diante da casa de residência do Dr. José Mourão, juiz de fora desta cidade, por não estarem capazes os Paços do Concelho e partiram dali em procissão. Primeiramente, saiu o 2° vereador João da Fonseca Coutinho e Castro de Refóios, montado num cavalo coberto de baeta preta e levando ao ombro o estandarte da Câmara, de luto e a arrastar pelo chão; a seus lados e a pé, iam o alcaide da Câmara e o meirinho do Geral, também de luto e com capas compridas; e logo atrás o porteiro, igualmente vestido e levando nas mãos a vara branca do juiz de fora e as pretas dos dois vereadores.
Ao cavaleiro seguiam-se duas bem ordenadas alas, formadas pelos juízes e procuradores do termo, oficiais da justiça (dos Juizos do Geral, Provedoria e Correição), mesteres, alferes e capitães de ordenanças da cidade e termo (convocados pelo seu capitão-mor, Joaquim José Goulão), oficiais dos Regimentos de Milícias desta cidade e de Idanha-a-Nova que então estavam ali estacionados, o comandante Coronel António de Azevedo Coutinho e oficialidade do Regimento da Cavalaria n° 11, almotacés, pessoas da governança e nobreza (entre as quais o Barão de Castelo Novo), o provedor e corregedor da comarca... Fechando a procissão, o dito juiz de fora e os vereadores Francisco António Peres do Loureiro e Fernando da Costa Cardoso Pacheco e Ornelas (levando cada um na mão o seu escudo preto com as armas reais) e eu, escrivão da Câmara, com vara preta derribada.
Finalmente, atrás da Câmara, grande multidão de povo desta cidade e terras vizinhas, que aqui concorreu. Nesta ordem se dirigiu este fúnebre cortejo praticou em Castelo Branco por falecimento da rainha D. Maria I, verificado a 20.3.1816 no Palácio da Boavista do Rio de Janeiro. «No dia 18 de Julho de 1816, data em que recebeu a participação com a infausta notícia da morte da Rainha Nossa Senhora D. Maria I de saudosa memória, logo o Senado da Câmara de Castelo Branco determinou por Acordão do mesmo dia o seguinte: - Se publicasse imediatamente nesta cidade e lugares do termo que todos os seus moradores tomassem luto por tempo de um ano, sendo rigoroso durante os primeiros seis meses e depois aliviado, em conformidade com as ordens de Sua Magestade,
El-Rei Nosso Senhor; - Fossem avisadas todas as pessoas da Governança, Nobreza e Justiças desta cidade e juízes e procuradores dos lugares do seu termo, para nos dias 25 e 26 daquele mês aparecerem vestidas de
luto, usando capas compridas e chapéus desabados com fumo caído, a fim de assistirem às cerimónias civil e religiosa, que se haviam de praticar por tão doloroso acontecimento. Na forma sobredita e pelas seis horas da tarde do dia 25 de Julho, juntaram-se todos diante da casa de residência do Dr. José Mourão, juiz de fora desta cidade, por não estarem capazes os Paços do Concelho e partiram dali em procissão.
 Primeiramente, saiu o 2° vereador João da Fonseca Coutinho e Castro de Refóios, montado num cavalo coberto de baeta preta e levando ao ombro o estandarte da Câmara, de luto e a arrastar pelo chão; a seus lados e a pé, iam o alcaide da Câmara e o meirinho do Geral, também de luto e com capas compridas; e logo atrás o porteiro, igualmente vestido  e levando nas mãos a vara branca do juiz de fora e as pretas dos dois vereadores. Ao cavaleiro seguiam-se duas bem ordenadas alas, formadas pelos juízes e procuradores do termo, oficiais da justiça (dos Juizos do Geral, Provedoria e Correição), mesteres, alferes e capitães de ordenanças da cidade e termo (convocados pelo seu capitão-mor, Joaquim José Goulão), oficiais dos Regimentos de
Milícias desta cidade e de Idanha-a-Nova que então estavam ali estacionados, o comandante Coronel António de Azevedo Coutinho e oficialidade do
Regimento da Cavalaria n° 11, almotacés, pessoas da governança e nobreza (entre as quais o Barão de Castelo Novo), o provedor e corregedor da comarca...
Fechando a procissão, o dito juiz de fora e os vereadores Francisco António Peres do Loureiro e Fernando da Costa Cardoso Pacheco e Ornelas (levando cada um na mão o seu escudo preto com as armas reais) e eu, escrivão da Câmara, com vara preta derribada. Finalmente, atrás da Câmara, grande multidão de
povo desta cidade e terras vizinhas, que aqui concorreu.
(Continua)
O ALBICASTRENSE

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