Por; Manuel da Silva Castelo
Branco
(Continuação)
De tudo isto
resultaram discórdias e ódios mortais, pelo que o desembargador Francisco
Borges de Faria veio a Castelo Branco tirar devassa, em 1622, com o fim de pôr
cobro a tão melindrosa e degradante situação; e, no ano seguinte, D. Pedro e D.
Fernando de Meneses (seu irmão mais velho) recebem ordem para regressar à
côrte. E, então, sucede o inacreditável !...
A vila divide-se em dois partidos: de um lado,
os que consideram benéfica e indispensável a saída dos dois fidalgos, pois
sentiam-se vexados com as suas
liberdades e prepotências; do outro, os que lhe são favoráveis.
Estes últimos
acabam por dominar a situação, levando a própria Câmara a fazer uma
representação a Filipe III, datada de 7.5.1623, manifestando-se contrária à
retirada de D. Fernando e D. Pedro de Meneses «fidalgos tão ilustres e de tanta
consideração e importância, pois eram amparo e refúgio de todas as necessidades
da gente pobre e miserável com as suas pessoas e rendas, despendendo-as com
tanta caridade e liberalidade e fazendo amizade e concórdia em proveito comum
do povo» e, igualmente, opondo-se à devassa dos dois irmãos por tal medida
resultar da inimizade que lhes tinham o juiz de fora da vila e dois homens dela
(Diogo Pais Freire e Simão da Silva de Almeida) e mais gente «apaixonada por
questões e delitos que se poderiam castigar e remediar por outras vias»... (17)
Efectivamente, o juiz
de fora não subscreve este documento, nem as pessoas indicadas e outras mais,
mas o certo é que os dois fidalgos permanecem na vila. Entretanto, D. Pedro
mete-se em nova aventura, pois enamora-se de D. Maria de Mendonça filha de
Antão da Fonseca Leitão, fidalgo da Casa Real e senhor do grande morgado de
Oledo, o qual assistia havia alguns anos com a sua família na velha urbe
albicastrense.
Segundo vários autores, D. Pedro teria desonrado a jovem com
promessas de casamento; outros referem que, andando a requestá-la, seus
parentes o advertiram para «cessar nos amores e se queria casar com ela a
pedisse ao pai»... (18)
Em qualquer caso, a
atitude de D. Pedro foi de afrontamento e esquiva pelo que, ferida na honra, a
orgulhosa família dos Fonseca Leitão decidiu vingar-se e terminar de vez com a
causa da sua vergonha.
Assim, na noite de 30.4.1624, um grupo de vários homens
chefiados por Manuel da Fonseca Leitão (irmão de D. Ana) emboscou-se junto aos
muros do castelo, defronte da porta da Traição e, quando D. Pedro de Meneses
cavalgava pelo caminho da Costeira, de regresso à Alcáçova, acompanhado por
Bernardo da Silva Castelo Branco e Manuel de Matos (seu criado), atiraram sobre
eles ... para matar!... (Continua)O ALBICASTRENSE
A vila divide-se em dois partidos: de um lado, os que consideram benéfica e indispensável a saída dos dois fidalgos, pois sentiam-se vexados com as suas liberdades e prepotências; do outro, os que lhe são favoráveis.
Estes últimos acabam por dominar a situação, levando a própria Câmara a fazer uma representação a Filipe III, datada de 7.5.1623, manifestando-se contrária à retirada de D. Fernando e D. Pedro de Meneses «fidalgos tão ilustres e de tanta consideração e importância, pois eram amparo e refúgio de todas as necessidades da gente pobre e miserável com as suas pessoas e rendas, despendendo-as com tanta caridade e liberalidade e fazendo amizade e concórdia em proveito comum do povo» e, igualmente, opondo-se à devassa dos dois irmãos por tal medida resultar da inimizade que lhes tinham o juiz de fora da vila e dois homens dela (Diogo Pais Freire e Simão da Silva de Almeida) e mais gente «apaixonada por questões e delitos que se poderiam castigar e remediar por outras vias»... (17)
Efectivamente, o juiz de fora não subscreve este documento, nem as pessoas indicadas e outras mais, mas o certo é que os dois fidalgos permanecem na vila. Entretanto, D. Pedro mete-se em nova aventura, pois enamora-se de D. Maria de Mendonça filha de Antão da Fonseca Leitão, fidalgo da Casa Real e senhor do grande morgado de Oledo, o qual assistia havia alguns anos com a sua família na velha urbe albicastrense.
Segundo vários autores, D. Pedro teria desonrado a jovem com promessas de casamento; outros referem que, andando a requestá-la, seus parentes o advertiram para «cessar nos amores e se queria casar com ela a pedisse ao pai»... (18)
Em qualquer caso, a atitude de D. Pedro foi de afrontamento e esquiva pelo que, ferida na honra, a orgulhosa família dos Fonseca Leitão decidiu vingar-se e terminar de vez com a causa da sua vergonha.
Assim, na noite de 30.4.1624, um grupo de vários homens chefiados por Manuel da Fonseca Leitão (irmão de D. Ana) emboscou-se junto aos muros do castelo, defronte da porta da Traição e, quando D. Pedro de Meneses cavalgava pelo caminho da Costeira, de regresso à Alcáçova, acompanhado por Bernardo da Silva Castelo Branco e Manuel de Matos (seu criado), atiraram sobre eles ... para matar!...
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