quinta-feira, novembro 08, 2007

Castelo Branco na História - VII

(Continuação do número anterior)

O rei D. Sancho II, não obstante figurar o seu nome na doação feita pelo seu progenitor em 1214, fez uma nova doação de Castelo Branco aos Templários em1229, na qual esse agregado populacional era mencionado como uma grande e importante povoação.
Segundo uma certidão datada em Elvas aos 15 de Marco de 1271, o cabido da ordem do Templo, reunido em Zamora em 4 de Março, concedeu aos habitantes de Mancarchino ou Castelo Branco de Mancarchino “todos os bons foros e os bons usos e os bons costumes de Elvas”.
Consta do mesmo documento que o concelho de Elvas deu uma cópia da sua carta de foral, autografada por tabelião, a três emissários de Mancarche
que ali foram com esse objectivo, munidos da certidão passada pelo mestre D. Frei Guilan de Pontes.
São também mencionados os nomes dos três emissários: o alcaide Domingos Domingues, o capelão João Pires e o sesmeiro Domingos Fernandes.
Resumindo, estão averiguados os seguintes factos sobre a origem de Castelo Branco: que esta povoação teve a denominação de Mancarche no século XIII, ignorando-se se este nome foi o primitivo; que teve também a designação de Castelo Branco de Mancarchino; que o povoamento da região, onde foi edificado, data de tempos remotos, anteriores à fundação da nossa nacionalidade; e finalmente que os Templários a restauraram e promoveram o seu desenvolvimento, dando-lhe simplesmente o nome
de Castelo Branco.
O castelo foi construído ou restaurado pelos Templários no primeiro quartel do século XIII. Em 1230 já ele estava edificado, consoante de depreende de um documento da época no qual se faz menção da alcáçova de Castelo Branco.
Este documento, que foi transcrito por Alexandre Hercu
lano na sua História de Portugal, é uma concordata feita pelos municípios de Castelo Branco e Covilhã, para pôr termo a desavenças então existentes entre estes dois concelhos.
Tendo travado uma sangrenta peleja na serra da Gardunha no local ainda hoje conhecido pelo nome de Contenda (nas proximidades de Vale de Prazeres) e desejando estabelecer relações amigáveis, nomearam, habitantes de Castelo Branco e os de Covilhã, três árbitros: o bispo de Viseu, o alcaide de Santarém e o chantre da Sé da Guarda.
Reuniram os árbitros no mosteiro de Santa Maria de Ozezar, situado na freguesia do Zêzere, do concelho de Tomar, mais tarde dominada Paio Pelle e que hoje tem o nome de Praia do Ribatejo.

(Continua – 7/103)

PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951

Autor. M. Tavares dos Santos

O Albicastrense

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