Nos subúrbios da cidade de Castelo Branco. A uma distância de três quilómetros para o lado do nascente, está situada entre olivedos, numa colina aprazível, a ermida de Nossa Senhora de Mércoles cuja fundação é tradicionalmente considerada obra dos Templários. Frei Joaquim de Santa Maria, no Santuário Mariano, atribuiu aos espanhóis, que antigamente afluíam à ermida em grande numero, a designação de Nuestra Señora de Miércoles porque, segundo a tradição, apareceu ali a imagem da Virgem Santa numa quarta-feira.
De uma só nave quadrangular com uma capela absidal reentrante, é esta ermida um curioso exemplar, do período de transição do estilo românico para o gótico. O portal da entrada principal, construído no século XIII, é ornamentado com arcaturas em ogivas sobrepostas em colunelos cujos capitéis são decorados com plantas estilizadas. Os ábacos são prolongados para receberem os colunelos onde apoia a cornija do frontão cujo remate é uma cruz de secção circular. Possui a ermida mais dois portais laterais em ogivas e o seu pavimento está num plano inferior ao do terreno adjacente, sendo de cinco degraus essa diferença de nível. A abside, construída de silharia, tem uma cobertura de três vertentes com cornija sobre modilhões moldurados e é interiormente separada da nave por um arco de volta abatida apoiado sobre pilastras. Nos anos de 1609 e de 1857 – Datas gravadas no arco da capela absidal – foram perpetradas na graciosa ermida varias transformações e mutilações que lhe alteraram a primitiva traça românica.
Na primeira daquelas datas foram as paredes interiores revestidas de azulejos brancos intercalados com duplas tiras azuis de azulejos cruzados em diagonal e, na segunda data, sendo juiz da Confraria o 2º Visconde se Oleiros Francisco Rebelo, foi substituído o primitivo tecto da madeira da nave que era primorosamente pintado, construíram-se dois torreões na fachada principal e efectuou-se o arranjo do adro.
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos
O Albicastrense
Mas nao ha albicastrenses vivos?? ou contemporaneos??
ResponderEliminarCaro anónimo.
ResponderEliminarClaro que existem albicastrenses ilustres contemporâneos!!! E outros felizmente…Vivos e bem vivos.
Já aqui falei em alguns, lembrava inclusivo um, que morreu há bem pouco tempo, Ernesto Pinto Lobo. (Um bom homem e um grande albicastrense e que foi homenageado na ultima romagem da saudade pelos sues antigos companheiros)
Lembrava igualmente outro enorme albicastrense: António Forte Salvado, a quem a nossa cidade ainda não prestou a devida homenagem, (espero não estarem à espera que parta) para depois virem com o choradinho do costume; “Era um grande homem”
Mas existem outros, “muitas vezes anónimos” igualmente grandes pelo seu exemplo de vida, e pela sua dedicação à nossa cidade.
Um abraço.