DA TERRA ALBICASTRENSE
Após a destruição de parte do túnel do largo de S. João, (para já) penso ser importante recordar aqui, palavras de dois grandes homens da nossa cidade.
Os seus livros, são hoje peças essenciais para compreender parte da história da nossa cidade.
O texto que se segue foi tirado do livro de J. A. Porfírio da Silva; “Memorial Cronológico e Descritivo da Cidade de Castelo Branco” editado em 1853.
A cidade carece de água potável para uso doméstico de seus habitantes, pois que a que tem presentemente não é suficiente máximo na estação do tempo, em que as fontes publicas escasseiam ou secam, e em que alguns proprietários tem de suprimir esta falta com agua das fontes que existem em suas fazendas, sendo destas as mais próximas e acessíveis ao povo: 1ª a propriedade denominada – Jardim de Luís de Pena; 2ª a denominada Polida, pertencente a Luís António Henriques: 3ª outra próxima a esta também denominada – Polida, pertencente a José Bento Pereira: 4ª a denominada – Cubeira, pertencente a Pedro de Ordaz Caldeira: 5ª a quinta de Montalvão, pertencente ao mesmo proprietário: 6ª a fazenda próxima a esta, pertencente ao brigadeiro Joaquim Trigueiros, a qual parece que se denomina hoje – Quinta das Laranjeiras: 7ª a denominada – Quinta das Pedras, à S. da Piedade, que fora de Gregório Pessoa, e hoje pertence a Rafael José da Cunha. Alem destas ainda outras, onda todavia o povo não tem o mesmo aceso tanto por algumas se acharem mais distantes, como porque seus donos não se conformaram com a devassidão que sofrem seus prédios com a concorrência do povo à água. Deve declarar-se que as melhores nascentes de águas que há em fazendas particulares são sem dúvida as que existem na quinta do barão de Oleiros; na horta ou quinta ao ribeiro das hortas, pertencente a Francisco Repelo de Albuquerque, na quinta da Carapalha, que era de Pedro José Roxo, e que pertence hoje a Agostinho Nunes da Silva Fevereiro, e finalmente a que existe no Jardim de Luís de Pina.
O texto que se segue foi tirado do livro de Manuel Tavares dos Santos; “Castelo Branco na história e na arte” editado em 1958.
Durante longos séculos a população de Castelo Branco suportou resignadamente a carência de água necessária para o abastecimento público.
O povo utilizava, nos usos doméstico e para dessedentar-se, a água de fontes e poços existentes nos prédios rústicos das cercanias, mercê da generosidade ou complacência dos seus proprietários.
Entre estes poços e fontes contavam-se os das quintas da Polida, das Pedras, das Laranjeiras, de Montalvão, da Cubeira, da Carapalha, do Jardim e do Ribeiro das Hortas. Varias fontes e poços públicos, construídos pelo Município, forneciam, quase sempre agua imprópria par consumo, já por ser extraída por meios de recipientes pouco higiénicos, já por ser proveniente de nascentes sujeitas a inquinações por estarem situados sob arruamentos.
PS. A fotografia que ilustra este tema, foi tirada por mim em 2001.
Este chafariz estava situado na antiga quinta do Tavares, esta quinta situava-se entre a rotunda da Europa e o hipermercado Modelo.
Mais tarde, com a abertura da nova via entre estes dois locais, o Chafariz foi retirado, (e muito bem) pela nossa autarquia desta quinta e colocado onde hoje se encontra ao lado da rotunda Europa.
(Continua numa segunda publicaçao)
O ALBICASTRENSE
Foi um trabalho meritório da nossa autarquia ao contrário do que agora acontece. Parabéns pela recolha fotográfica. Mas uma fotografia nunca é o real pois não?
ResponderEliminarParabéns por esta interessante recuperação da nossa memória colectiva. Mas uma fotografia nunca é a realidade pois não?
ResponderEliminarUm grande Abraço
P.S.
Caro Anónimo
ResponderEliminarEsta fotografia faz parte dum conjunto que tirei nessa altura.
Estou de acordo consigo... uma fotografia ou outro qualquer meio virtual, nunca poderá substituir a realidade.
Pois se assim fosse,alguns senhores há muito, que teriam mandado abaixo túneis, fontes, chafarizes e tudo o que cheirasse a velho.
O realidade pode ser cara, mas será sempre a nossa memoria colectiva.
Um abraço.
Ainda me lembro de ir a esta fonte á noite, ainda era criança, com uma das minhas tias. Era em noites de Verão e ia-mos pelo "Quaresma", outra quinta perto do Montinho e contígua à quinta do Senhor Tavares, que foi mais tarde padrinho de baptismo de meu irmão.
ResponderEliminarAbraço
Joaquim Baptista
Batista.
ResponderEliminarTambém me recordo muito bem desta quinta, era por ali que eu e os meus irmãos íamos nos sábados apanhar caracóis.
Que depois fazíamos em casa de meus pais, bem perto da casa dos teus.
Sabes tenho saudades desses tempos...
Um abraço