sexta-feira, fevereiro 03, 2012

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - LV


A rubrica Efemérides Municipais foi publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova”. Transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937, e ali foi publicada até Dezembro de 1940. A mudança de um para outro jornal deu-se derivada à extinção do primeiro. António Rodrigues Cardoso, “ARC” foi o autor desde belíssimo trabalho de investigação, (Trabalho que lhe deve ter tirado o sono, muitas e muitas vezes).
O texto está escrito, tal como foi publicado.
Os comentários do autor estão aqui na sua totalidade.
(Continuação)
E cá temos outro salto de um mês e pico. À sessão de 20 de Novembro de 1791 segue-se a de 1 de Janeiro de 1792.
Sessão de começo do ano, fez-se nela o que era costume fazer-se: abriram-se os invólucros onde estavam bem guardados os papeis  relativos, às eleições das justiças que haviam de servir no ano que começava, “e das pessoas que vinhão nomeadas foram apuradas e confirmadas as seguintes”, isto, é, as pessoas que em cada lugar haviam de exercer os cargos de juízes, de procuradores do concelho, de procuradores do povo e de depositários do povo.
Ainda nesta sessão foi presente e aberta uma carta em que vinham os nomes dos vereadores e do procurador que haviam de servir no mesmo ano, os quais eram: Francisco da Fonseca Coutinho, Joaquim José Caldeira e Diogo de Mesquita da Fonseca Barreto, vereadores; José Agostinho Pancas, procurador.
 Temos agora a sessão de 6 de Janeiro de 1792.
Parece estranho que, sendo santificado este dia, nele se realizasse sessão, mas no livro das actas lá estava indicado assim, por algarismos e por extenso, pela “linha” caligrafia do escrivão aranha, que voltou ao serviço mal se apanhou com dez réis se saúde.
 Nesta sessão o que houve foi isto:
 “Nesta vereação requereu Fernando Jozé da Silva Alcayde desta Camara que sendo nomeado pelo vereador que servio no anno proximo passado Jozé Miz Goullão para assistir ao concerto da fonte do tostão na qual gastou sessenta dias sem que nesse tempo pudesse procurar os meyos de sustentar a sua familia, como o mesmo não tinha obrigação de assistir a esta obra em razão do seu officio, por isso pedia lhe houvesse esta Camara de compenssar o incomodo e trabalho que teve à vista do que lhe mandarão dar do Conselho quatro mil e outo centos reis”.
Ficou rico o bom do Fernando José da Silva com o que a Câmara tão generosamente lhe abonou. Quatro mil e oitocentos réis por sessenta dias de “incomodo e trabalho”, representam a riqueza de quatro vinténs por dia. Nem sequer tiveram a coragem de levar a conta para o tostão por dia.
(Continua)
 PS. Mais uma vez informe os leitores dos postes “Efemérides Municipais”, que o que acabou de ler é, uma transcrição fiel do que foi publicado na época.
O Albicastrense

3 comentários:

  1. Publiquei no meu blog "A Terceira Dimensão - Fotografia Aérea" imagens aéreas de Castelo Branco...
    Vejam-nas em:

    A Terceira Dimensão - Fotografia Aérea de Portugal - Castelo Branco

    Agradeço divulgação do link e comentários ...

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  2. Anónimo21:50

    Antonio Rodrigues Cardoso era meu trisavô paterno. Pai do meu bisavô João Geraldes Cardoso e avô da minha avó Maria Margarida de Campos Geraldes Cardoso.

    Cumprimentos,

    Margarida Vaz de Azevedo

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  3. Amiga Margarida (permita-me que a trate assim), o seu trisavô foi um grande homem, pessoa a quem a terra albicastrense muito deve. Não sei se alguma vez autarquia de terra albicastrense lhe prestou a justa homenagem a que tinha direito, porém, se não o fez deveria ainda hoje fazê-lo, pois homens com tanto afecto pela terra albicastrense não só foram raros nesse tempo, como continuam a escassear nos dias de hoje.
    Um grande abraço.

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