sexta-feira, outubro 19, 2012

ZONA HISTÓRICA DE CASTELO BRANCO

                      
                          UM TRABALHO ADMIRÁVEL...

Em Junho de 2011 postei aqui um “post”, onde relatava a recuperação de uma velha casa da zona histórica de Castelo Branco, (rua Arco do Bispo).
Perguntava eu nesse post, como era possível alguém recuperar a casa e deixar na fachada da mesma, o arraial de fios que já lá estava anteriormente, (como se pode ver na imagem que ilustra este post) assim como três caixas de metal da EDP.
Aos meus desabafos respondeu na altura o senhor José Martins Barata de Castilho, proprietário do imóvel:

Sou o proprietário da casa "bem restaurada", tudo com dinheiro do meu bolso; nunca pedi subsídios e é com muito orgulho que o digo, sobretudo nos tempos que correm.
Vou à casa com frequência, portanto ninguém pode sofrer mais do que eu com aquela inestética situação. Em devido tempo pesquisei e obtive informação de que aqueles cabos e horríveis caixas cinzentas são da EDP, Cabovisão e PT. Dirigi-me a essas entidades há muito, muito tempo, disseram-me que o material é deles mas que é à Câmara Municipal que incumbe passá-los pelas instalações subterrâneas (os tais tubos enormes de diferentes cores que se vêem a sair de perigosos buracos em toda a zona histórica). Dirigi-me a essa entidade várias vezes e na última disseram-me que os penduricalhos iam sair definitivamente e passar as ligações por baixo do chão até ao corrente mês de Junho. Ainda têm 11 dias para cumprir a promessa.
Para além de ter de suportar o mau aspecto da fachada dum edifício histórico, no qual viveram antepassados meus, sou prejudicado por ter o velho contador da luz "meio pendurado" à espera que o novo possa ser ligado, evidentemente pela baixada subterrânea”.

Dezasseis meses depois volto a este assunto, não para informar que os malfadados cabos e as miseráveis caixas já se evaporaram, (infelizmente tudo continuam na mesma), mas, para agradecer ao proprietário da casa em questão, José Martins Barata de Castilho, o simpático convite que me fez para visitar a casa agora totalmente recuperada.
Visitei a casa e confesso que fiquei de queixo caído, perante o excelente trabalho de recuperação feita no seu interior, e encantado por ter a oportunidade de ficar a conhecer a pintura deste albicastrense.
Numa altura em que o manda abaixo que é velho, ou   manda abaixo que não interessa parece ser a palavra de ordem, ver-se alguém recuperar o interior de uma velha casa, mantendo praticamente o seu interior tal qual como ele era há muitos e muito anos, é no mínimo digno de respeito e de admiração.

Dizer que a recuperação interior desta velha casa foi bem feita, é muito pouco, pois em meu entender o trabalho ali feito foi magnifico.
Atrevia-me inclusivo a dizer, que o trabalho feito na velha casa da família Cardoso, bem podia servir de exemplo para muitas instituições públicas, quando estas recuperam velhos edifícios históricos. 

Tive ainda a oportunidade de ficar a conhecer o pintor José Barata de Castilho e algumas das obras que ele pintou ao longo de quase 50 anos. Quadros que se encontram expostos nas paredes da casa agora recuperada. Espero, (muito sinceramente), que dia menos dia seja possível a quem o desejar, poder conhecer a pintura deste homem. 

Ao presidente da autarquia da minha terra, só posso mesmo propor que a autarquia albicastrense, estabeleça um protocolo com José de Castilho, para que seja possível incluir num possível roteiro turístico de quem visitar a zona histórica, a passagem “obrigatória” pelo número 14 da rua Arco do Bispo, (antiga casa da família Cardoso), para ficarem a conhecer a pintura deste albicastrense.

Terminava apelando aos responsáveis autárquicos da minha terra, para que sejam tomadas medidas para obrigar os responsáveis das empresas responsáveis pelos fios e caixas metálicas, (que se podem ver na imagem que ilustra este “post”), a removê-los ou arranjar forma de tornar aquela “tralha” muito mais apresentável.

Pintor José Barata de Castilho

Nasceu em Castelo Branco, 1944, estudou desenho e pintura em 1964 em Lisboa com o pintor Silvino Vieira. Mais tarde estudou pintura e estética na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa, onde obteve: Certificado do Curso de Iniciação à Pintura, 1991/92; Certificado do Curso Complementar de Pintura, 1992/93; Certificado do Curso de Estética de Arte, 1992/93; Certificado do Curso de Pintura - III, 1993/94. Foi aluno do Prof. Jaime Silva em todos estes cursos. Licenciado e doutorado em Economia, foi professor universitário em Lisboa, profissão que mudou em 2004 para pintor, em exclusivo.
Membro titular da Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa. Comissário do stand de “Portugal-País Invitado”, FAIM - Féria de Arte Independiente de Madrid, Outubro 2003.

O Albicastrense

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