
Em
Junho de 2011 postei aqui um “post”,
onde relatava a recuperação de uma velha casa da zona histórica de
Castelo Branco, (rua
Arco do Bispo).
Perguntava
eu nesse post, como era possível alguém recuperar a casa e deixar
na fachada da mesma, o arraial de fios que já lá estava
anteriormente, (como
se pode ver na imagem que ilustra este post)
assim como três caixas de metal da EDP.
Aos
meus desabafos respondeu na altura o senhor José Martins Barata de
Castilho, proprietário do imóvel:
“Sou
o proprietário da casa "bem
restaurada",
tudo com dinheiro do meu bolso; nunca pedi subsídios e é com muito
orgulho que o digo, sobretudo nos tempos que correm.
Vou
à casa com frequência, portanto ninguém pode sofrer mais do que eu
com aquela inestética situação. Em devido tempo pesquisei e obtive
informação de que aqueles cabos e horríveis caixas cinzentas são
da EDP, Cabovisão e PT. Dirigi-me a essas entidades há muito, muito
tempo, disseram-me que o material é deles mas que é à Câmara
Municipal que incumbe passá-los pelas instalações subterrâneas
(os tais tubos enormes de diferentes cores que se vêem a sair de
perigosos buracos em toda a zona histórica). Dirigi-me a essa
entidade várias vezes e na última disseram-me que os penduricalhos
iam sair definitivamente e passar as ligações por baixo do chão
até ao corrente mês de Junho. Ainda têm 11 dias para cumprir a
promessa.
Para
além de ter de suportar o mau aspecto da fachada dum edifício
histórico, no qual viveram antepassados meus, sou prejudicado por
ter o velho contador da luz "meio pendurado" à espera que
o novo possa ser ligado, evidentemente pela baixada subterrânea”.
Dezasseis meses depois volto a este assunto, não para informar que os malfadados cabos e as
miseráveis caixas já se evaporaram, (infelizmente
tudo continuam na mesma),
mas, para agradecer ao proprietário da casa em questão, José
Martins Barata de Castilho, o simpático convite que me fez para
visitar a casa agora totalmente recuperada.
Visitei
a casa e confesso que fiquei de queixo caído, perante o excelente
trabalho de recuperação feita no seu interior, e encantado por ter a oportunidade de ficar a conhecer a pintura deste
albicastrense.
Numa
altura em que o manda abaixo que é velho, ou manda abaixo que não
interessa parece ser a palavra de ordem, ver-se alguém recuperar o
interior de uma velha casa, mantendo praticamente o seu interior tal
qual como ele era há muitos e muito anos, é no mínimo digno de
respeito e de admiração.
Dizer
que a recuperação interior desta velha casa foi bem feita, é
muito pouco, pois em meu entender o trabalho ali feito foi
magnifico.
Atrevia-me
inclusivo a dizer, que o trabalho feito na velha casa da família
Cardoso, bem podia servir de exemplo para muitas instituições
públicas, quando estas recuperam velhos edifícios históricos.
Tive
ainda a oportunidade de ficar a conhecer o pintor José Barata de
Castilho e algumas das obras que ele pintou ao longo de quase 50
anos. Quadros
que se encontram expostos nas paredes da casa agora recuperada.
Espero, (muito sinceramente), que dia menos dia seja possível
a quem o desejar, poder conhecer a pintura deste homem.
Ao presidente
da autarquia da minha terra, só posso mesmo propor que a autarquia
albicastrense, estabeleça um protocolo com José de Castilho, para
que seja possível incluir num possível roteiro turístico de quem
visitar a zona histórica, a passagem “obrigatória” pelo
número 14 da rua Arco do Bispo, (antiga casa da família
Cardoso), para ficarem a conhecer a pintura deste albicastrense.
Terminava
apelando aos responsáveis autárquicos da minha terra, para que
sejam tomadas medidas para obrigar os responsáveis das empresas
responsáveis pelos fios e caixas metálicas, (que
se podem ver na imagem que ilustra este “post”), a
removê-los ou arranjar forma de tornar aquela “tralha” muito
mais apresentável.
Pintor
José Barata de Castilho
Nasceu
em Castelo Branco, 1944, estudou desenho e pintura em 1964 em Lisboa
com o pintor Silvino Vieira. Mais tarde estudou pintura e estética
na Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa, onde obteve:
Certificado do Curso de Iniciação à Pintura, 1991/92; Certificado
do Curso Complementar de Pintura, 1992/93; Certificado do Curso de
Estética de Arte, 1992/93; Certificado do Curso de Pintura - III,
1993/94. Foi aluno do Prof. Jaime Silva em todos estes cursos.
Licenciado e doutorado em Economia, foi professor universitário em
Lisboa, profissão que mudou em 2004 para pintor, em exclusivo.
Membro
titular da Sociedade Nacional de Belas Artes em Lisboa. Comissário
do stand de “Portugal-País Invitado”, FAIM - Féria de Arte
Independiente de Madrid, Outubro 2003.
O
Albicastrense
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