sexta-feira, agosto 14, 2009

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE - (LVII)


MONUMENTOS DE CASTELO BRANCO
CONVENTO DA GRAÇA (I)

O convento da Graça está situado na rua Bartolomeu da Costa, ao norte da cidade, confinando com os logradouros do antigo Paço Episcopal.
É desconhecida a data da fundação do convento, que é anterior à da construção do seu templo actual. Segundo uma inscrição em latim existente na fachada principal, do lado sul da porta de entrada, esta foi construída em 1519. No reinado de D. Manuel I, por mandado de Maria Rebelo e de seu genro Fernando de Pina, em cumprimento de uma promessa testamentaria de um irmão daquela senhora, de nome Rodrigo Rebelo, que morreu na Índia.
Damião de Góis, na crónica do Felicíssimo Rei D. Manuel narra circunstancialmente o combate com os indígenas no qual pareceu Rodrigo Rebelo, capitão de Goa varado por lançadas por ter ficado debaixo do cavalo que montava, quando este foi derrubado com zagunchadas no peito.
Da igreja construída no primeiro quartel do século XVI, a expensas da família Rebelo, apenas resta o portal manuelino da fachada principal, de concepção simples mas graciosa. O convento foi reedificado no último quartel do século XVII e na primeira metade do século XVIII. A igreja foi então ampliada, para aparte, para o lado do poente, com um coro construído sobre um pórtico formado por dois arcos de volta abatida.
Sob o pórtico há dois portais, sendo o da entrada na igreja no estilo manuelino e o de acesso ao convento no estilo barroco. As pilastras, os capitéis, as cimalhetas, os frontões, as cornijas e os pináculos das fachadas são de cantaria de granito regional muito bem trabalhado no estilo barroca em voga no século XVIII.O claustro é de arquitectura sóbria mas elegante.
Interiormente a igreja, de uma nave única, é de uma grande simplicidade e nada tem de notável. O mosteiro pertenceu á ordem de S. Francisco até ao ano de 1526, data em que passou para os eremitas de Santo Agostinho.
Conservou-se na posse desta Ordem até à extinção das congregações religiosas, em 1834, após o advento do regime liberal.
Nessa data as suas propriedades rústicas, cujo valor era então superior a 30.000$00 reis, foram incorporadas no património do estado e vendidas em hasta pública. Como se disse no capítulo anterior, a Santa Casa da Misericórdia foi autorizada a transferir a sua sede para o convento da Graça, por portaria de 18 de Setembro de 1835. Nessa data o convento estava muito arruinada.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

1 comentário:

  1. Anónimo01:10

    Estão de férias ó quê?
    Será do calor?
    Ou estão a dormir a "siesta"?
    ??????

    ResponderEliminar

ANTÓNIO ROXO - DEPOIS DO ABSOLUTISMO - (12 "ÙLTIMA")

Última publicação do excelente trabalho que António Roxo publicou em antigos jornais da terra albicastrense.   “O Espaço da vida polític...