sábado, janeiro 15, 2011

CONVERSA DA CHACHA

UM CENTRO DE ARTE COM PISTA DE GELO

Bigodes e Companhia ficaram derretidos com as declarações feitas pelo presidente da nossa autarquia ao jornal “A Reconquista”, sobre o já tão famoso e ainda não começado Centro de Arte Contemporânea albicastrense.
Vai daí, resolveram enviar-me o texto que se segue para publicar no bloque.

- Companhia o nosso presidente diz no jornal “A Reconquista” que desta vez, o Centro de Arte Contemporânea (com pista de gelo) é mesmo para avançar.
- Bigodes muda de disco, risca o “nosso presidente”, e põe o teu.

- Leste ou não o artigo de que estou a falar?
- Li e voltei a ler segunda vez, para ver se à segunda compreendia melhor, o que não consegui compreender à primeira.

- O que raio não conseguiste tu compreender à primeira?
- Bigodes... tu sabes que eu só tenho a velha quarta classe, e que tenho muitas dificuldades em compreender textos com palavras muito sofisticadas.

- Se leste e releste o referido artigo, então diz-me o que pensas sobre o que ali é dito e redito.
- Bigodes... um bichinho que tenho atrás da orelha, diz-me que não vais gostar da minha opinião.

- Lá estás tu a julgar-me sem primeiro me experimentares.
- Olha, o homem anda possuído pelo espírito do macho do Cardoso.

- Pois! Como queres tu eu te ouça, se estás sempre a brincar com tudo e mais alguma coisa.
- Tem calma Bigodes!... Pois a vida são três dias e ao quarto já cá não habitamos. Quanto ao que o teu presidente disse ao jornal, só posso dizer-te que no burgo albicastrense as prioridades bem podiam ser outras.

- O velho resmungão que está sempre contra tudo e contra todos, está de volta.
- Bigodes! Numa cidade onde o dinheiro não abunda para a cultura, o teu presidente quer torrar mais de seis milhões de euros numa “coisa” estranha, (a que alguns chamam): “Centro de Arte com pista de gelo”.

- Companhia... este Centro de Arte Contemporânea a que tu chamas: “coisa” irá contribuir para: “o desenvolvimento urbano, reforçando a articulação da cidade com respectiva área envolvente e promoverá a qualificação do espaço urbano”.
- Onde li eu essa conversa?

- E não só Companhia! A criação de um equipamento cultural desta natureza e com estas características numa cidade como Castelo Branco irá contribuir: “para o reforço da coesão social e pela democratização no acesso à cultura contemporânea”.
- Com caraças Bigodes!... Estás cada vez mais parecido com a voz do teu presidente.

- Pois deixa que te diga, que esta obra é uma grandíssima obra.
- É costume dizer-se que; “Presunção e água benta, cada qual toma a que quer” se quisesse ser mauzinho, diria que tu e o teu o presidente tomaram uma boa carrada de ambas as coisas.

- Companhia... Tu já estás como o outro que passa a vida a mandar postas de pescada sobre tudo e sobre nada, porém, nunca apresenta propostas alternativas sobre coisa nenhuma.
- E tu já estás como outro, cuja a opinião é sempre a opinião do “chefinho”.

- Olha, em vez de estarmos aqui a mandar piropos um ao outro, diz-me: afinal tu és a favor ou contra a construção da “coisa”, como tu lhe chamas?
- Não sou contra, mas também não sou a favor!

- Olha lá está ele mais uma vez a dar-me musica! – O velho Companhia enigmático, está de volta.
- Engano teu! O preto e o branco não são as únicas cores que existem no mundo das cores.

- Deixa-te de lérias e esclarece-me: que raio queres tu dizer com o “não sou contra nem a favor”?
- É muito simples Bigodes... eu sou da opinião de que devíamos apostar nas instituições culturais que já existem na nossa cidade. Instituições que há muitos anos se arrastam com imensas dificuldades financeiras para desenvolver as suas actividade culturais, mas que mesmo assim têm cumprido satisfatoriamente o seu papel.

- Então tu achas que a construção da “coisa” irá consumir o pouco dinheiro que abunda, deixando as outras instituições na orfandade e na penúria de meios, para poderem desenvolver as suas actividades culturais.
- Eu não acho! Tenho quase a certeza... pois o dinheiro não é fêmea, nem abunda. - Deixa de te diga que já estou a ver as outras instituições com tabuletas na porta, com o seguinte frase: “Aluga-se por falência provocada pela coisa”.

- Olha, vamos mas é beber dois ou três branquinhos traçados à tasca do Daniel, pois esta conversa já me secou o “garganil”.
- Finalmente estamos de acordo, Bigodes....

Bigodes & Companhia


15 comentários:

  1. Faísca23:33

    Apesar de tudo ter sido dito em tom de brincadeira permitam-me que intervêm-lha.

    "Numa cidade onde o dinheiro não abunda para a cultura, o teu presidente quer torrar mais de seis milhões de euros..."

    O presidente não vai torrar 6 milhões de euros... Primeiro porque é uma obra obra financiada pelo QREN que a vai comparticipar em 4 milhões! Ou seja, a câmara vai gastar apenas 2 milhões o que é uma autêntica pechincha por uma obra como esta. É como comprar um Audi pelo preço de um Renault... Muita gente se queixa que as cidades do interior não aproveitam bem os fundos de investimento e desenvolvimento urbano e que os mesmos são desviados, na sua maioria para as áreas metropolitanas. Ora a única maneira de os aproveitar é surgirem propostas como esta pelo que há que aplaudir este tipo de projectos e não deita-los abaixo.

    Depois, não é uma obra "para inglês ver". É algo que vai servir os albicastrenses, vai modernizar a cidade, vai promover a cultura, vai chamar gente de outras paragens a Castelo Branco, etc, etc, etc. Já para não falar da pista de gelo que vai certamente fazer as delícias dos mais novos e trazer mais gente ao centro da cidade.

    Dar 2 milhões por isto é torrar dinheiro? Não creio. É uma obra quase dada.

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  2. Carlos Vale16:41

    Claro que tenho algo para dizer sobre o assunto em questão.
    Assoberbado de compromissos ainda não consegui o tempo necessário. Logo que possa tentarei.
    Entretanto, envio um texto do escritor Italo Calvino retirado do seu livro "As Cidades Invisíveis", que me parece dizer muita coisa sobre o tema da nossa cidade.
    Carlos Vale

    As cidades e a memória. (5).

    Em Maurília,o viajante é convidado a visitar a cidade e ao mesmo tempo a observar certos postais ilustrados que representam como era dantes:a mesma idêntica praça com uma galinha no lugar da estação dos autocarros, o coreto da música no lugar do viaduto, duas meninas de sombrinha branca no lugar da fábrica de explosivos. Para não desiludir os habitantes o viajante tem de gabar a cidade nos postais e preferi-la à presente, com o cuidado porém de conter o seu desgosto pelas mudanças dentro das regras bem precisas: reconhecendo que a magnificência e prosperidade de Maurília transformada em metrópole, se comparadas com a velha Maurília provinciana, não compensam uma certa graça perdida,a qual contudo só poderá ser gozada agora nos velhos postais, enquanto outrora, com a Maurília provinciana debaixo dos olhos, de gracioso não se via mesmo nada, e igualmente não se veria hoje se Maurília houvesse permanecido tal e qual, e que no entanto a metrópole tem mais esta atracção, que através do que se tornou se pode repensar com nostalgia no que era.
    E nem pensem em dizer-lhes que por vezes se sucedem cidades diferentes sobre o mesmo chão e sob o mesmo nome, nascem e morrem sem se terem conhecido, incomunicáveis entre si. Às vezes até os nomes dos habitantes permanecem iguais, e o sotaque das vozes,e até mesmo os delineamentos dos rostos; mas os deuses que habitam debaixo dos nomes e sobre os locais partiram sem dizer nada a ninguém e no seu lugar aninharam-se deuses estranhos. É inútil interrogarmo-nos se estes são melhores ou piores que os antigos, dado que não existe entre eles nenhuma relação, tal como os velhos postais não representam Maurília como era, mas sim outra cidade que por acaso se chamava Maurília como esta. (Italo Calvino)
    em (As Cidades Invisíveis)

    Bastante elucidativo. Magnífico e bastante a propósito.
    Um abraço. Carlos Vale
    Carlos Vale

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  3. Anónimo16:48

    e este mamarracho inútil é para pôr aonde?

    efwfac

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  4. Anónimo11:04

    PRECISAM É DE PATINS
    pistas Não
    Fábricas Sim
    HOMEM DA RUA

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  5. Amigo Faisca.
    Deixe que lhe diga o seguinte: muito mal estaria a nossa cidade se necessitasse de um qualquer edifício, (mesmo que seja a preço de saldo) para podermos dizer que este edifício vai: “modernizar a cidade, vai promover a cultura, vai chamar gente de outras paragens a Castelo Branco, etc, etc, etc. Já para não falar da pista de gelo que vai certamente fazer as delícias dos mais novos e trazer mais gente ao centro da cidade”.
    Se me permite: eu diria, que a modernização de uma qualquer cidade não está dependente de um qualquer edifício ou de uma qualquer pista de gelo, (por mais delicias que ela possa provocar nos mais jovens).
    A modernização de Castelo Branco passa por outros caminhos, caminhos como a extinção da pobreza na nossa cidade, a recuperação da nossa zona histórica, um maior apoio às instituição ligadas à cultura etc, etc, etc.
    Diz você que: “É como comprar um Audi pelo preço de um Renault”, até pode ser que assim seja! O pior é a sua manutenção.
    Um abraço.

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  6. Anónimo18:50

    Está agente a falar de obras e pimba, apanhamos com uma "faísca" no lombo a falar de dinheiro. Esta "faísca" já é conhecida.
    O dinheiro até podia vir todo do Qren, mas o que interessa debater é se não há outras prioridades mesmo na área da cultura.
    Homem das Cavernas

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  7. Carlos.
    Não conhecia este texto, porém não posso deixar de estar de acordo com o que ele diz.
    Um abraço para ti também.
    António Veríssimo

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  8. Ó Sr. Faisca, é para o povo ver não é?

    Já agora, não desenrasca aí uma sandoxa?

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  9. Anónimo21:07

    COM FAISCA OU SEM FAISCA
    SEMPRE HOUVE PAUS MANDADOS
    CONTINUEM TÃO BOM CAMINHO
    GASTEM TUDO ENQUANTO É TEMPO
    MAS LEMBREM-SE
    É DE FABRICAS QUE PRECISAMOS
    POR AGORA
    NÃO ESTAMOS NA BELLE EPOQUE
    HOMEM DA RUA

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  10. Anónimo10:58

    O Faísca é um iluminado. Como o dinheiro vem do QREN toca a esbanjar. Como se o CAC fosse necessário e não houvesse outras necessidades urgentíssimas. Há é falta de ideias.

    Menos do mesmo

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  11. Faísca17:38

    Muita gente diz mal(por dizer...) mas ainda não houve uma alma caridosa que fosse capaz de me explicar o que é que a obra tem de mal. Desde quando e em que mundo é que esta obra que acarreta um gasto resídual no orçamento da câmara põe em causa outro tipo de obras como o recuperação de edifícios degradados? Aliás, relativamente a este assunto convém dizer que não é só no centro histórico que os há e quando se falou, neste mesmo blog acerca da recuperação da casa azul leram-se comentários como:

    "Caro amigo Veríssimo, eu também gostava de aplaudir e divulgar "as boas medidas" mas infelizmente, e para mim, este homem nada faz em prol dos albicastrenses. Faz sim em prol da sua prole e dos amigos dos amigos. Por isso, e uma vez mais, enquanto ele não for para a santa terrinha ou para a santa casinha, não acredito."

    "Esta vivenda não está a ser recuperada, está a ser destruída.Isto não é reabilitar. É uma vergonha técnica que envergonha a Câmara e os seus tecnicos. Quem é o arquitecto desta desgraça?
    ARRE PORRA MORÃO"

    "tudo é feito sempre com dois objectivos ajudar os pseudo-amigos com problemas económicos e claro os do cimento o resto é folclore ao jeito da moda das palmeiras- a graxa
    robin dos bosques"

    Posto isto eu pergunto, afinal o problema é de quem? Das obras ou do ódio de estimação que têm pelo homem (leia-se Mourão)? Pura e simplesmente TUDO o que seja feito em Castelo Branco vai ser sempre criticado por alguns velhos do restelo que acham que a cidade deve é permanecer estagnada no tempo e esta atitude crítica é por demais evidente nalguns comentários que aqui se têm lido. Mesmo assim destaco este:

    "Ó Sr. Faisca, é para o povo ver não é?

    Já agora, não desenrasca aí uma sandoxa?"

    Sr. Pastor Lusitano, deve estar a gozar com a minha cara de certeza... Esse comentário, para além de ofensivo, não tem pés nem cabeça. Por essa ordem de ideias todas as obras são para o povo ver (e são-o de facto). Como tal: não se fazem obras... Sim senhor, compreendo o seu ponto de vista, porque uma cidade sem obras tem mais probabilidades de se desenvolver e de atrair mais pessoas e empresas para a sua área urbana...

    Para o António Veríssimo, devo dizer-lhe que temos uma ideia diferente de modernidade. A pobreza é um mal transversal a todas as cidades e que não depende delas mas do governo do país a que pertencem. Não está nas mãos da câmara acabar as desigualdades sociais, está sim nas suas mãos criar condições e infraestruturas que aumentem a qualidade de vida da sua população e que a tornem numa cidade mais dinâmica, mais atractiva, mais moderna e por conseguinte, mais susceptível de fixar novas empresas e de gerar mais postos de trabalho. É este o caminho mais óbvio para reduzir a pobreza numa cidade como Castelo Branco, outros seriam promover o turismo por exemplo. Sendo assim, penso que um centro de arte contemporânea é uma obra que se enquadra no tipo de visão acima apresentado. Quanto à recuperação da zona histórica, como disse anteriormente, não será inibida pela contrução do centro de arte contemporânea. São coisas distintas. Em relação ao apoio a intituições ligadas à cultura é, de facto necessário, porque grupos como o Váatão (que aprecio imenso)precisam de meios de subsistência. Mas, mais uma vez, não é construção do centro de arte contemporânea que inviabiliza que isso aconteça. Há que protestar então pelo facto de a câmara não apoiar certas instituições culturais ou por não remodelar mais edifícios e não é necessário utilizar a construção de outras obras como arma de arremesso.

    Homem da Rua, se sou um pau mandado por ter uma opinião diferente da sua, então devo dizer-lhe que não sabe sequer o que um pau mandado é. Pergunte a alguém, informe-se..

    PS: Utilizar metafóricamente o meu nick é uma falta de respeito pela minha pessoa, não acham. Querem discutir como homens ou como crianças?

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  12. Anónimo19:50

    ESTA RESPOSTA FAZ RECORDAR OS MEDOS DE OUTROS TEMPOS
    TAO PODEROSOS TIGRES DE PAPEL
    FALE DE FABRICAS DE EMPREGOS QUE DAO RIQUEZA E DAO DE EMPREGOS QUE SÓ DAO DINHEIRO
    HOMEM DA RUA

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  13. Amigo Faisca.
    Antes de mais quer dizer-lhe que gostei da forma como defende os seus pontos de vista.
    Pontos de vista que posso ou não estar de acordo, mas que sou obrigado a respeitar, por serem defendidos com convicção e respeito.
    Quanto às considerações que faz sobre a resposta que lhe dei, só posso dizer-lhe que temos efectivamente conceitos diferentes, sobre o que deve e tem que ser a modernidade da nossa cidade.
    Quero ainda dizer-lhe o seguinte: os meus sessenta anos já não me permitem acreditar em grandes milagres, acreditar que a construção deste centro pode ser uma “espécie” de solução para alguns dos nossos problemas é acreditar em soluções milagrosas.
    O futuro faz-se lutando e nunca esperando que por construirmos este ou aquele edifício, o futuro está ali instalado.
    Uma abraço para si.

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  14. Anónimo21:50

    O sr. comendador Mourão: o Cavaco da cidade...Aquele que 'e alvo do 'odio de uns ingratos que pensam. Uma vitima, tal como Salazar o foi ou o dr. Vils Franca. Haja decoro!

    Tenha cuidado

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  15. Sr. Faísca para um comentário sem pés nem cabeça até lhe deu muita importância. O meu obrigado!
    Ofensivo? Não. Se lhe enfiou a carapuça...

    A haver dinheiro deve ser canalisado para outras prioridades. Não necessitamos primeiramente da criação de postos de trabalho? Onde estava o "Mourão" aquando dos vários despedimentos em Castelo Branco? Onde está ele agora? A arranjar empregos aos sobrinhos e afilhados e a pagar sandes a figurantes sabe-se lá de que terriolas para um tal comício e que estes nem sabiam ao que iam.
    O Centro é necessário? Sim, mas não agora, temos outras prioridades.

    Mas agora os interesses deles são para o povo ver. Os meus são o incentivo, apoio e criação de empresas e postos de trabalho. O motor da economia!

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