quarta-feira, junho 01, 2022

CURIOSIDADES TOPONÍMICAS DA TERRA ALBICASTRENSE - (IV)

TOPONÍMIA ALBICASTRENSE

(Continuação)
No ano de 1862 foram atribuídos nomes a três ruas e um largo já existentes, algum deles por proposta do Vereador Castro de Refoios. Logo em janeiro a Câmara deliberou: 
Que a rua que vai da devesa em direção a S. Marcos se dominasse, Rua Formosa e que no cunhal da casa do Sr. Dr. Agostinho Fevereiro se escrevesse o nome da rua. Esta tem agora o nome de João de Deus. E na sessão imediata o mesmo vereador propôs que o terreno desde o paredão do passeio da Devesa para o lado do quartel de Cavalaria se chame Praça d’ EL Rei o Sr. D. Luís. Foi aprovada ficando o mesmo Sr. encarregado de mandar colocar a sua inscrição e a da rua formosa onde julgue conveniente. Esta praça, mais conhecida por a Devesa, tem agora o nome de Campo da Pátria.
Da ata da sessão de 1 de Março seguinte consta que, entre outras, foi aprovado a proposta seguinte: “
Que a rua onde moram João dos Santos Caio, José Nunes das Bouças defronte da casa da assembleia se domine, Rua das Flores
”. 
Esta rua tem hoje o nome de Presidente Sidónio Pais e a associação denominada Assembleia estava instalada em casa na esquina com a rua do Pina, pertencente a família Ordaz Caldeira de Valadares e onde foi construída a Agência do Banco de Portugal.
E por fim logo na sessão de 26 de Abril, como já foi anotado no passo relativo a construção do mercado coberto, “o Sr. Castro de Refoios requer que à rua em frente da casa do Sr. Joaquim d’ Albuquerque de pusesse o nome de Bela Vista e à que se dirige à Pá Queixada a rua do Jasmim. Foi deferido o requerimento e o mesmo senhor encarregado de mandar fazer os restivos dísticos". 
A rua da Bela Vista foi dada depois o nome de S. Jorge por ocasião da procissão de Corpus Chrsti, e à do Jasmim o de Mouzinho Magro, como já atrás se registou. 
(Continua)
Recolha de dados: "Estudos de Castelo Branco". Artigo da autoria de: Manuel A. de Morais Martins.
O ALBICASTRENSE

1 comentário:

  1. Curioso! Encontrei um testamento, de Dezembro de 1887, onde se lê: "A minha referida herdeira deixo como legado a metade das casas e metade do quintal contíguo com seus logradouros, sitas na Rua de Santo António d'esta cidade e que foram de Pedo Maria dos Santos Caio e que partem pelo norte com a dita Rua de Santo António e pelo sul com a Rua Formosa, pelo nascente com casas de Antónia Leopoldina Serrasqueiro e pelo poente com casas do testador e de minha mulher." Esta coisa da "metade" intriga-me: seria possível que a outra metade não pertencesse a ele, mas ao João dos Santos Caio e/ou outros Caios? Existe um beco, logo quem vira à esquerda da rua de Sto António para a rua Tavares Proença Junior, que se chama beco dos Caios...

    Quanto à "Assemblêa" funcionar no actual Banco de Portugal ou na casa azul da outra esquina (não percebi bem) explica-me uma foto (dum familiar), feita em 1930 pelo Capitão David (assim está assinada), com a legenda "Á saida da Assemblêa Nacional" e onde eu reconhecia tanto o piso, como as paredes do edifício do BP. Pela posição da sombra, eu diria que a foto foi feita de manhã... Havia um marco do correio em frente, do outro lado da rua...

    São só curiosidades!

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