terça-feira, maio 08, 2007

EXPOSIÇÃO DE PINTURA


Sala da Nora 
do 
Cine - Teatro Avenida
(20 de Abril - 13 de Maio)
Visitei hoje a exposição que se encontra patente ao público na Sala da Nora do Cine - Teatro Avenida e quero desde já recomenda-la vivamente.
É hoje muito comum entre as nossas “elites da pintura” valorizar os traços e rabiscos de alguns pintores ilustres da nossa praça e até mundial, dizendo muitas vezes para quem os quiser ouvir ou le
r: “Que cores! Que linhas!” Acrescentando logo de seguida “Ele é o máximo”.
Até pode ser que ass
im seja… porém o albicastrense pertence a outra “escola”: a escola da simplicidade na pintura, onde tudo tem que ser o que aparenta e não me digam que a linha ou o traço, esconde um qualquer imaginativo objecto ou determinada situação. Na pintura de João Salcedas, podemos ver as nossas lembranças pintadas e de seguida agasalha-las com afecto e saudade.
A este Beirão, (que não conheço), um grande Bem-haja pela sua pintura.
P.S. - Atenção que a exposição termina no próximo dia 13 de Maio. Vá visita-la sem falta 
O Albicastrense

6 comentários:

  1. António, satisfaz-me, se quiseres, uma curiosidade: nomeia um par de nomes (ou mais) que tu consideres as nossas elites da pintura.

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  2. Stalker
    Quando falo em “elites da pintura”, estou a referir-me logicamente a todos aqueles “especialistas” e não só, que fazem critica nas colunas da especialidade de certos jornais e que por norma nem sequer comparecem às inaugurações de pintura deste género, mas quando o fazem argumentam, quase sempre tratar-se de uma exposição de menor qualidade (no mínimo).
    E nunca aos pintores!
    Durante os vinte e sete anos em que trabalhei no Museu Tavares Proença, fiz parte de uma equipa que montou mais de 250 exposições de pintura. Conheci praticamente todos os pintores Portugueses, que me escuso de citar aqui os seus nomes, posso dizer-te porém que nunca da parte deles ouvi a menor depreciação em relação a outro pintor.
    E gostaria de contar aqui uma pequena história: na década de 80, Cruzeiro Seixas expôs no nosso museu, a sua exposição foi montada no salão do onde anteriormente estava uma do mestre Barata Moura, que ele ainda visitou antes de ser desmontada.
    Ora todos nós sabemos que Barata Moura e Cruzeiro Seixas pouco ou nada têm em comum na sua obra, sendo estilos completamente diferentes, no entanto ainda hoje recordo a reacção de Cruzeiro Seixas ao visitar a exposição de Barata Moura.
    O interesse demonstrado na visita, os comentários elogiosos referentes aos quadros expostos e ao pintor, foi para mim um sinal de grande humildade, por parte de um grande senhor da pintura portuguesa, para com um pintor mais popular e menos mediático, que ainda hoje recordo.
    Serve esta pequena história para exemplificar que o meu desafecto nunca poderia ter por destinatários os pintores, pois cada um pintará de acordo com as suas convicções artísticas, mas sim com todos aqueles que menosprezam e desprezem outros tipos de pintura, fora dos seus gostos pessoais, argumentando a falta de qualidade das mesmas.

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  3. Anónimo09:52

    Boa e pedagógica resposta.

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  4. Eu perguntei-te exactamente porque a legitimação da "qualidade" da pintura de hoje é uma teia tão complexa que passa pelos críticos, mas sobretudo pelas galerias e feiras de arte.Um caminho verdadeiramente tortuoso. Quando chega ao "grande público" (se é que podemos chamar assim...) já percorreu um largo trajecto. Nesse aspecto, poderemos afirmar que já assim é desde há muito tempo, primeiro com as famílias protectoras da arte e, depois, com o conceito de museu.

    Mas a valorização do percurso de um determinado pintor em detrimento de outro, num dado momento, não é garantia de perenidade no tempo. Como bem sabes, há hoje na arte contemporânea uma necessidade discursiva sobre o próprio objecto que é parte integrante do mesmo. Nesse sentido, o conceito de "simplicidade" é muito difuso e vazio de sentido.

    Gostaria de acrescentar que gostei da exposição que referes assim como gosto de outras com "traços e rabiscos".

    Obrigado pela tua resposta.

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  5. Anónimo02:36

    Eu fui ver esta exposição e sinceramente tirando um ou outro quadro, não me despertou muito interesse. Mas eu percebi o autor do blog. Gostos não se discutem. Ou até não.

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  6. Anónimo22:18

    "Eu fui ver esta exposição e sinceramente tirando um ou outro quadro, não me despertou muito interesse."


    É sinal que não percebeste as obras que foram expostas!

    Penso que se procurares o significado do titulo da exposição "Efeito Harmonizador" conseguirás entender o que o artista pretende que o público, pelo menos de modo superficial, entenda!

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