(Continuação do número anterior) Pouco tempo depois da guerra peninsular, que terminou com a derrota dos exércitos franceses, a cidade de Castelo Branco veio a conhecer novos dias de miséria e de luto com as lutas politicas iniciadas em 1820, que culminaram com a guerra civil à qual puseram termo a vitoria dos liberais e a convenção de Évora Monte em 1834.
Os habitantes suportaram, como todo o pais durante esses catorze anos, os malefícios resultantes das constantes lutas que se travaram entre as duas facções antagónicas em que se dividiram os portugueses.
O embate das novas ideias liberais, disseminadas pelos exércitos franceses, com as do sistema político tradicional, originou turvos ódios e ignominiosas retaliações. Em 13 de Maio de 1834 o major Madureira entrou em Castelo Branco comandando um força do exército liberal e tomou posse do governo da cidade em nome da rainha D. Maria II.
Em 18 de Setembro de 1836 a guarnição militar e os habitantes de Castelo Branco, reunidos na Praça Velha, juraram fidelidade à constituição de 1822 posta em vigor por um golpe de estado. Em 17 de Julho de 1837 pronunciaram-se nesta cidade, proclamaram a constituição de 1826, o batalhão de infantaria nº 12 e o regimento de cavalaria nº 3, que constituíam a guarnição militar à qual tinha vindo juntar-se o regimento de cavalaria nº 4.
No dia 26 de Agosto de 1840 deu-se em Castelo Branco um pronunciamento militar, que fracassou, contra o ministério do conde de Bonfim. Em 1844 em 1846 e em 1847 ocorreram na cidade vários episódios das lutas entre os partidos políticos que constantemente se digladiavam.
Após uma calamitosa crise alimentícia nos anos de 1856 e 1857, a cidade voltou a desfrutar a tranquilidade propícia ao seu desenvolvimento. Em 16 de Agosto de 1858 foi inaugurada uma linha telegráfica de Abrantes a Castelo Branco e em 24 de Dezembro de 1860 inaugurou-se na cidade a iluminação pública.
No dia 14 de Julho de 1889 (Domingo) às 18 horas entrou pela primeira vez na estação de Castelo Branco uma locomotiva a vapor (a nº 135), facto que motivou vibrantes e calorosas manifestações de regozijo da população da cidade.
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PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos
O Albicastrense
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