domingo, dezembro 26, 2010

CASTELO BRANCO NA HISTÓRIA E NA ARTE – LXXIII

Durante longos séculos a população de Castelo Branco suportou resignadamente a carência de água necessária para o abastecimento público. O povo utilizava, nos seus usos domésticos e para dessedentar-se, a água das fontes e poços existentes nos prédios rústicos das cercanias, mercê da generosidade ou comparecência dos seus proprietários. Entre estes poços e fontes contavam-se os das Quintas da Polida, das Pedras, das Laranjeiras, de Montalvão, da Cubeira, da Carapalha, do Jardim e do Ribeiro das Hortas. Varias fontes e poços públicos construídos pelo Município, forneciam quase sempre, água impropria para consumo, já por ser extraída por meio de recipientes pouco higiénicos, já por ser proveniente de nascentes sujeitas a inquinações por estarem situadas sob arruamentos.
FONTES E POÇOS PÚBLICOS - ( I )
As fontes públicas mais antigas de que há notícia são as da Feiteira, do Penedo, do Torneiro, o Chafariz da Graça e da Defesa que tem actualmente a designação de Chafariz de S. Marcos.
Em em sessão de 7 de Abril de 1655 determinou a Câmara Municipal, que todo aquele que na Fonte da Feiteira ou na do Penedo lançasse pedra ou molhasse palha pagaria dois mil reis da cadeia e qualquer pessoa poderia acoimar com uma testemunha.
As fontes da Feiteira e do Penedo desapareceram, tendo-se tornado difícil saber hoje, a sua localização. Na mesma sessão da Câmara também se deliberou o seguinte: “Toda a pessoa de qualquer qualidade que seja que na Fonte do Torneiro lançar gato ou cão ou raposa ou outro qualquer bicho pagará quatro mil réis da cadeia e toda a pessoa que tirar algum bordo da dita fonte pagará seis mil réis da cadeia e lançando pau ou pedra pequena pagará quinhentos réis e, sendo filho-família, o que fizer alguma das coisas sobre ditas pagará seu pai por ele a condenação”.
A Fonte do Torneiro, também desaparecida, estava adjacente ao muro de vedação da Quinta da Carapalha em cujas imediações está actualmente a Estação do Caminho de Ferro. Em sessão de 18 de Agosto de 1790 determinou a Câmara Municipal que se obrigasse uma pessoa de cada casa a limpar as fontes da Graça, da Pequeixada, da Devesa, do Tostão e da Fonte Nova “com pena de um tostão aplicado para a mesma limpeza, indo pessoas capazes de trabalhar que retirarão o entulho para longe”. Verifica-se, pois, que no fim do século XVIII havia, além das fontes citadas, mais a da Pàqueixada, da Devesa e a do Tostão e já existia também a Fonte Nova.
(Continua)
PS. O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época. Publicado no antigo jornal "Beira Baixa" em 1952.
Autor: Manuel Tavares dos Santos.
O Albicastrense

5 comentários:

  1. PERGUNTA:
    - Algum albicastrense conhece o destino que foi dado às pedras da fonte de chafurdo que a primeira foto mostra??? Hoje seria uma relíquia do passado.
    No local foi colocado um mamarracho,do qual já tirei foto para o posterizar.
    Mais valia não terem lá posto nada.
    Lembram-se da bomba de água que existiu na Rua Mousinho Magro,junto à Antiga Papelaria Nogueira? Também essa relíquia não deixou rasto.Assim se tem delapidado todo um património.
    É tudo.
    JJB

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  2. Amigo JJB.
    Quando encontrei esta velha fotografia fiz a mim mesmo essa pergunta:
    Onde estarão as pedras da fonte que podemos ver nela?
    Tentei saber aqui e acolá, onde habitavam as pedras da velhinha fonte. Após muitas perguntas, apareceu alguém a dizer-me que depois da fonte ter sido retirada do local pela nossa autarquia,(anos 50 ?),a mesma foi morar para os estaleiros da Câmara, onde esteve hospedada durante alguns anos.
    Foi-me dito que a mesma mora hoje numa quinta nos arredores da nossa cidade.
    Tentei passar por essa quinta, para tirar uma fotografia que pudesse comprovar esse facto, porém ainda não foi possível fazê-lo.
    Prometo um dia destes passar por lá, para ver se é possível tirar a respectiva, desta forma podemos confirmar a veracidade da informação que me foi dada.
    Um abraço

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  3. João Pinto18:01

    Havia um poço público revestido e coberto com granito ao fundo da Rua de Santiago , também se evaporou na década de 50.
    Não sei como se designava.
    Existem algumas fotos antigas da Rua de Santiago ?
    Cumprimentos
    João Pinto

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  4. João Pinto18:07

    Havia também um poço público ao fundo da Rua de Santiago a uns trinta metros do final da Rua.
    Estava revestido e coberto a granito ,não sei como se designava.
    Também deve ter desaparecido na decada de 50.
    Têm alguma foto antiga da Rua de Santiago? Gostaria de recordar velhos tempos.
    Cumprimentos
    João Pinto

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  5. Amigo João Pinto.
    O poço a que se refere tinha por nome: Poço de Santiago.
    Consta que que a agua era abundante, mas de pouca qualidade.
    Quanto a fotografias sobre o poço, não tenho, nem nunca vi.
    Um abraço para si.

    20:27

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