(Continuação do número anterior)
“ Existem escritos que asseguram que a igreja da Sé fora em tempos maior do que hoje, que tivera duas naves, nove altares e mais 36 palmos de comprimento e 18 de largura.” No último quartel do século XVII a antiga igreja encontrava-se muito arruinada. Este facto foi talvez devido a deficiências da sua estrutura, pois não consta que ela tivesse sido danificada durante as guerras da restauração como foi a de Santa Maria do Castelo.
O Bispo da Guarda D. Martim Afonso de Melo mostrou então decidido empenho pela reedificação do templo: para que a população não tivesse de suportar todos os encargos inerentes, fez à Câmara Municipal, em 25 de Março de 1684, a doação de 2.000 cruzados por ano enquanto durassem as obras.
Esta doação ficaria sem efeito, em conformidade com uma das cláusulas da escritura, se a Câmara deixasse de aplicar exclusivamente na reconstrução do edifício as dois reais de água que foram consignados para esse fim pelo Rei D. Pedro II. Na parede interior da nave, do lado do sul, há uma lápide com os seguintes dizeres: Começou a reedificação deste igreja no ano de mil e seiscentos e oitenta e dois para o qual deram os povos desta comarca dez mil cruzados e para os aliviar o ilustríssimo senhor D. Afonso de Melo, Bispo da Guarda quinze mil cruzados de esmola e acabou…? Outra lápide existente na parede do lado do norte tem a seguinte inscrição:
O ilustríssimo senhor D. Frei Luís da Silva, Bispo da Guarda fez esmola a este povo da guarnecer as oito capelas de retábulos, painéis, imagens, frontais ricos e os mais de per anno castiçais cruzes e tudo se fes depois de eleito Arcebispo de Évora anno de mil seiscentos e noventa e um.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. M. Tavares dos Santos
O Albicastrense
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