segunda-feira, julho 28, 2008

EFEMÉRIDES MUNICIPAIS - O INÍCIO

Jornal A Era Nova
(Fevereiro de 1927 a Março de 1937)
Jornal A Beira Baixa
(Abril de 1937 a Junho de 1975)
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“Introdução”

Na minha busca pelos antigos jornais albicastrenses, “A Era Nova e A Beira Baixa” encontrei uma rubrica que tinha por nome; Efemérides Municipais. Esta rubrica que começou por ser publicada entre Janeiro de 1936 e Março de 1937, no jornal “A Era Nova” transitou para o Jornal “A Beira Baixa” em Abril de 1937 e ali se manteve, (pelo menos) até Dezembro de 1940 em virtude da extinção do primeiro. Os responsáveis por esta rubrica assinavam-se por: Arc.

O texto que se segue, é um pequeno resumo do publicado pelos autores desta investigação no Jornal “A Era Nova” quando do inicio da sua publicação em 1937.

Palavras dos Autores em 1937
As efemérides que vamos tentar apresenta aqui em artigos sucessivos, pouco a pouco, até onde puderem chegar as nossas forças e o nosso vagar.
Não virão desde a primeira dia do município de Câmara de Castelo Branco mas da primeira de que existe acta conhecida.
Em resumo muito rápido daremos conhecimento das deliberações adoptadas pela Câmara que algum interesse ofereça.
Quando esse interesse seja de maior tomo, transcreveremos na íntegra os dizeres da acta. Daremos assim a conhecer velhas costumeiras, a origem para quase todos desconhecidos de coisas que ainda hoje se fazem ou que até há pouco se faziam. Podendo assim todos aprender a conhecer e apreciar melhor o presente pela comparação com o passado. Sirvam estas palavras de prólogo ao nosso modesto trabalho, que não terá outro merecimento além do que lhe pode vir da paciência com que teremos de dar-nos à leitura de velhos manuscritos escritos que, muitas vezes, para serem lidos oferecem quase as mesmas dificuldades que ofereceram a Champolion os hieróglifos de Egipto.
A acta mais antiga que se encontrou no arquivo municipal. Era de Janeiro de 1655 e merece ser transcrita, pelo menos nas suas partes essenciais, respeitando-se a ortografia, para se fazer uma ideia da prosa municipal do tempo.
Acta:
Termo da Câmara:
Aos primeiros dias do mês dejaneiro de mil aseis sentos esincoenta esinco annos estando em acaza da Camera odoutor domingos Cayado Rebelo juiz de fora Pedro dandrade Miguel Achioli Boino Gaspar Mousinho magro vreadores gonsalo gomes procurador mandarão o seguinte.
Na dita Camera abrirão a pauta dolugar do Salgueiro e tirarão por juízes dadita pauta António martis e Manuel antunes por juízes epor procurador Pedro gil eojuiz lhe deu juramento dos santos evangelhos por cargo doqual lhe em carregou que bem everdadeiramente servisem odito officio eoserviço desua magestade e assinarão aqui, Manuel ferrão de pinna o escreveu.
Repetem-se em seguida as mesmas palavras a respeito de Escalos de Baixo, ficando juízes António penalão e António folguado e procurador André villes.
O mesmo a respeito de Escalos de Cima que fica com” gregório duarte e Manuel Martins porjuizes e por procurador António gonsalves moreno”.
Segue-se a Lousa com os juízes António Barroso e pedro Frz Cajado e o procurador domingos Nunes direito.
Vem depois a Mata só com um juiz: sebastião frz.
Cafede ficou com os juízes domingos pires Romeiro e Pedro frz busca e com o procurador Manuel (com um sobrenome que não conseguimos ler). Por fim Alcains com os juizes pedro duarte e domingos Vaz e o procurador Manuel frz Caldeireiro.
Palavras dos autores: 
A seguir à indicação dos juízes e procuradores das diferentes freguesias do concelho, em obediência as pautas que a Câmara foi sucessivamente abrindo. Vem a arrematação de Siza da vila de Castelo Branco, vindo na própria acta o termo de arrematação, (vê-se que ao tempo um livro servia para tudo), que se transcreve fielmente por ser interessante:
Acta:
A Rematação da Siza do corrente desta vila:
Anno do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo de mil eseis sentos esincoenta esinco annos nesta villa de Castelo Branco nas cazas da Câmara dela estando prezentes ojuiz e vereadores e procurador do concelho abaixo assinados por eles ditos officiais mandarão por emperguão enão aver pesoa quemolhor lanso fizese doque foi joão furtado e Manuel pires mercador ambos desta villa que lansarão na dita Siza do corrente Sento esincoenta esinco mil Reis pagos aos quartéis como he costume e trez Resmas de papel paguas logo e por não aver quem milhor lanso fizese o dito juiz avereadores eprocurador do conselho lhamandarão a Rematar sendo testemunhas Simão prezado e pedro homem ambos desta vila que todos assinarão aqui elogo pêra mais seguransa dise que ele presentava por seu fiador as quebras ao dito pedro homem que dise empresença de mim escrivão que ele fiava ao dito joão furtado e Manuel pires em todas as quebras datita Siza que ouvesse eele se obriguava a pagar as ditas quebras alei de deposito com o dinheiro desua magestade epor assim serem contentes lhe mandarão arematar e dar a fiansa segura eabonada dentro em quize dias eaporteiro lhe meteo o Ramo namão perante mim escrivão de tudo se fez este auto de a Rematação que assinarão aqui e eu Manuel ferrão de pinna oescrevi.
Palavras dos autores: 
A sessão, pelo que se está vendo, foi longa, mas ainda não ficou por aqui. Depois de tudo isto ainda houve a;
Acta:
Eleisam dos almotaseis:
E logo na dita Camera ouverão por eleitos para almotaseis emquanto não venha apauta dos vreadores novos emlegerão por almotaseis Diogo Roiz e Manuel Barata aos quais mandarão vir perante sim e lhe derão juramento dos santos evangelhos docargo do qual lhe em carregou que bem everdadeiramente servisem odito officio e assinarão aqui e eu Manuel ferrão de pinna.
Palavras dos autores: 
Vê-se que o pobre escrivão estava esgotado e tanto que nem já forças teve para concluir o auto, em que não aparecem as palavras sacramentais; “o escrevi”. Por isso a sessão foi suspensa.
Havia muito a fazer, avultando entre os assuntos a tratar as arrematações, que eram às dezenas. Ficaram para a nova sessão que se realizou cinco dias depois. É bom notar que entre os vereadores que assistiram a esta sessão se encontra o nome de Mouzinho Magro, o benemérito que deixou todos os seus bens à confraria de Nossa Senhora do Rosário para com o seu rendimento se fazerem vários serviços e nomeadamente, se darem dotes a órfãs honestas e pobres da freguesia.
Por força das leis de desamortização, esses bens tiveram de ser vendidos e o produto da venda convertido em inscrições que hoje não chegam a render um conto. Pois saiba-se que só um dos prédios de Gaspar Mousinho Magro (e tinha muitos outros e excelentes) ainda há pouco estava arrendado por cem contos, não entrando no arrendamento a cortiça que era muita. “Arc”.
 Corroborando as palavras dos autores de então, também eu aqui deixo a totalidade do que eles escreveram na primeira publicação.
 No entanto em futuras abordagens a estas actas, apenas 
irei aqui divulgar o que diga respeito a Castelo Branco.
O Albicastrense

4 comentários:

  1. Ao anónimo que aqui deixou um comentário à relativamente pouco tempo.
    Sem crer anulei o seu comentário, se quiser faze-lo novamente terei muito gosto em publica-lo.
    As minhas desculpas.

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  2. Anónimo14:05

    Amigo Veríssimo:
    Este ARC deve corresponder ao grande investigador albicastrense António Rodrigues Cardoso, marcante personalidade da historioografia local hoje copiada e quase esquecida.
    Um abraço
    P. Salvado

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  3. Pedro.
    Bem-haja pelo teu esclarecimento.

    Aos visitantes.

    No dia 12 de Março de 2008, escrevi aqui uma pequeníssima biografia deste homem.
    Se quiser saber quem foi este homem? Vá a arquivos e chique em Março de 2008.
    Lá encontrará na rubrica Toponímia Albicastrense:
    António Rodrigues Cardoso

    Um abraço.

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  4. Anónimo16:02

    efeméride está acontecer em s.gens
    um douto advogado e ao que parece vereador e de baixa passou carta branca ao gitanes que vieram não se sabe donde e por ali acamparam
    as autoridades descartam e que se passará na camara com estes desentendimentos na mesma cor

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