Da muita indignação com que fiquei ao ler este trabalho, existe um ponto que não pode ficar sem que eu faça uma pergunta aos responsáveis da nossa autarquia.
Segundo o referido jornal: Todo o espólio encontrado depois de inventariado vai ser guardado no Museu do Canteiro
Como albicastrense e antigo trabalhador do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, ao ler esta parte do artigo, fiquei com os poucos cabelos que ainda tenho na cabeça em tumulto.
Porque raio se levanta a hipótese do espólio encontrado no castelo da nossa cidade, ir parar ao Museu do Canteiro de Alcains e não ao Museu Albicastrense!?
Quero acreditar que tudo não passa de um mal entendido… pois como antigo trabalhador do museu, fui testemunha de várias colaborações, entre os actuais responsáveis da nossa autarquia e o museu albicastrense.
O destino deste espólio, terá que passar sempre por Castelo Branco, a saída deste espólio da nossa cidade seria considerada pelos albicastrenses como “um insulto e uma traição, à nossa cidade e aos albicastrenses assim como às suas instituições”.
Museu Francisco Tavares Proença Júnior, 100 anos de um percurso muito difícil e cheio de espinhos.
Cem anos: Em que a arqueológica começou por ser a sua espinha dorsal, porém com o passar dos tempos tornou-se exigente e especializou-se em etnografia e pintura, na década de 70 adquiriu notoriedade na área do bordado de Castelo Branco.
Cem anos: Em que andou tipo cavaleiro andante, com a tralha às costas por vários lugares. Germinou e foi baptizado na Capela do Convento de Santo António, transferiu-se para o edifício da Antiga Escola Normal Primaria, onde ganhou formação escolar, transferiu-se de novo para o convento de Santo António onde prossegue a sua formação religiosa, transfere-se para o edifício do actual Conservatório Regional onde adquire formação musical, transferiu-se para o edifício do Governo Civil, onde ganha formação politica, por fim pega na trouxa e assenta definitivamente residência no antigo Paço Episcopal, onde aprende a arte do bordado de Castelo Branco.
A ida deste espólio, (seja ele qual for) para fora da nossa cidade, seria mais uma machadada no fundador do museu albicastrense, que na sua cova perguntará: “que mal fiz eu a esta gente para ser tratado desta maneira”.
Olá!> > Acho muita piada a estas conversas sobre o progresso versusArqueologia...> E têm muita razão, de facto, neste pardieiro à beira-mar plantado o> progresso mede-se em metros cúbicos de betão e, neste caso, a Arqueologia > é, de facto um empecilho. Não porque não deixem de se fazer as obras, mas > porque as atrasa um bocado e, se calhar há menos um euritos para sacos> azuis.> > Ninguém fala em desenvolvimento sustentado, nas mais-valias económicasque> podem advir de bons planos de restauro e musealização dos sítios> arqueológicos.> > Coisa que os nossos vizinhos espanhóis já intuíram há décadas. Neste> momento, em Espanha, são raros os locais com interesse patrimonial quenão> estejam a ser alvo de campanhas de escavação, restauro e musealização e,> sobretudo, de DIVULGAÇÃO. > A médio e longo prazo, boa parte do turismo absorvido pelo nosso Paísterá> tendência a deslocar-se para Espanha e, uma vez entrada a Turquia naU.E:,> adivinha-se tempos ainda mais difíceis.> > Mas acham que alguém quer vir para o Algarve ver prédios se pode ter o> pacote completo praia/cultura aqui mesmo ao lado? Acham que os nórdicos,ou> melhor, os nossos vizinhos (que consta serem a maior fatia do turismo em> Portugal), vêm cá quando têm melhor em casa?> > É verdade que os arqueólogos têm alguma responsabilidade neste estado de> coisas e não contribuem com a sua quota parte na valorização e divulgação > do património que intervencionam. Porém, é bom lembrar que é muitodifícil> pensar no pós-escavação, quando na maior parte das vezes nem o relatórioé> pago. Se os engenheiros civis ganham o dobro ou o triplo de nós e essessão> os “motores do progresso”, por que motivo temos de fazer issoà borla e sem> um plano previamente legislado e delineado?> > Voltando à vaca fria, enquanto os governantes não perceberem que a> Arqueologia pode dar dinheiro (não falo em mais-valias científicas porquea> maioria não têm capacidade sequer para orientar a própria pasta/pelouro,> quanto mais para pensar em cultura/ciência), jamais as coisas irão mudare> continuarão a surgir os MST’s do costume com as doutas opiniões,também do> costume. > > Os políticos, neste momento, pensam somente em cumprir três objectivos:> fazer o máximo de obras que se vejam, para dar votos e com essas mesmas> obras, injectar dinheiro nos bolsos dos amigos empreiteiros, por fim,> colocar em lugares de decisão toda a escumalha incompetente que não teve> cabidela em mais lado nenhum.> > G. Lopes
ResponderEliminarCaro G.Lopes
ResponderEliminarBem-haja pela palavras esclarecedoras que aqui nos deixou.
é a lei da granada
ResponderEliminarfavores cá se fazem
cá se pagam
de onde virá o poder
sa sacristia ou dos aventais secretos?
se o espólio é do castelo e castelo branco
então fica no castelo
de castelo branco
Está na hora do MFTPJ e da SAMFTPJ tomar uma posição pública sobre o que se está a passar. Como Albicastrense e sócio (nº 208) da SAMFPJ exijo uma tomada de posição pública.
ResponderEliminarMais uma rasteira ao Museu da nossa cidade... e os responsáveis a assobiar para o lado! Se não estão, respondam aqui ou noutro local, publicamente!
Se a SAMFTPJ não defende o Museu voto pela sua extinção.
BASTA!
Veríssimo, com admiração pelo teu trabalho no blog, um abraço,
Luís Norberto Lourenço
Caro Luís N. Lourenço
ResponderEliminarA ser verdade a informação de que o espólio do castelo teria como destinatário o museu do canteiro, a SAMFP terá que tomar posição pública sobre esta questão.
Se não o fizer, será a confirmação da sua inutilidade enquanto associação de defesas dos interesses do nosso museu.
bem do interesse do museu não sei norberto & verissimo
ResponderEliminarnão será mais no interesse das passeatas
O facto é que a política cultural da nossa Câmara tem falhado ... Não existem projectos ... Vai
ResponderEliminar-se navegando à vista. Acredito piamente que este afã pelo nosso património que é demonstrado nos últimos dias deriva das duras (mas justas) críticas que tem sido feitas na blogosfera.
Permitam-me reatar aqui uma ideia do Prof. Carlos Semedo de um jantar convívio onde até se poderia discutir o nosso património.
QUANDO ABREM AS INSCRIÇOES DO JANTAR
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