Após a criação do bispado de Castelo Branco, deixou o Paço Episcopal de ser residência de Inverno dos Bispos da Guarda, passando para a posse da nova diocese. Foi desde então habitado pelos três prelados. D. Frei José de Jesus Maria Caetano (1771-1782); D. Frei Vicente Ferrer da Rocha (1782- 1814); e D. Joaquim José de Miranda Coutinho (1914-1831).
O segundo bispo de Castelo Branco mandou ampliar o palácio com o corpo do lado norte e com o monumental peristilo da entrada nobre. Mandou também decorar a capela, as salas, as janelas e os logradouros. Estas obras, onde predominam os estuques artísticos em voga no século XVIII, foram projectados pelo arquitecto Frei Daniel, da Sagrada Ordem dos Pregadores, que faleceu em 6 de Outubro de 1821 e foi sepultado ao lado do Bispo seu amigo e protector nas proximidades do portal da sacristia grande da Igreja da Sé.
Os restos mortais dos dois amigos estão actualmente num sarcófago existente sob o arco cruzeiro da capela-mor daquela Igreja, tendo sido para ali trasladados por ordem do bispo de Portalegre D. Domingos Frutuoso.
Em1835, estando o bispado sede vacante, foram instaladas no Paço Episcopal as repartições do Governo Civil, que ali funcionaram até ao ano de 1891.
Nesta data foram transferidas para o palácio que foi dos viscondes de Portalegre, adquirido pelo estado em 1888. O palácio foi também utilizado para sede da Junta Geral de Distrito e para residência dos governadores civis. Alguns destes funcionários deixaram deteriorar o mobiliário e utensílios e apropriaram-se de algumas alfaias.
Foi extraviada o inventario a que se procedeu após o falecimento do ultimo bispo. Quando ocorreram a revolução da Maria da Fonte e o golpe de estado de 1846 as pratas foram para Tomar por ordem do Marechal Saldanha e ali se conservaram em casa de Feliciano Tomé da Silva até voltarem para Castelo Branco em obediência a uma portaria de 25 de Setembro de 1847, sendo estão guardadas em casas particulares. Em 1854 o governador civil mandou arrecadar as pratas no cofre do Distrito depois de as ter inventariar e avaliar. O seu valor era de 2.886$490 reis.
Um dos governadores civis que habitaram o palácio mandou substituir por papel as tapeçarias e damascos que forravam as paredes das salas e da capela! Após o advento do regime republicano, em 1910, o estado incorporou no seu património o Paço Episcopal com o seu recheio e dependências.
Pretendeu o Conselho de Arte e Arqueologia de Coimbra em 1912, depois de obter a respectiva autorização, fazer trasladar para aquela cidade os objectos que restavam do recheio e que estavam na iminência de ser vendidos em hasta publica. Para fazer uma escolha dos que tivessem valor histórico mandou aquele Conselho a Castelo Branco o mestre António Gonçalves, consagrado perito de Arte. Não conseguiu porem, este artista conduzir para Coimbra os que havia escolhido porque um movimento de protesto da população, no qual se salientaram os estudantes do liceu obstou à sua saída da cidade. Foi o Dr. Manuel de Paiva Pessoa, notário e arqueólogo, quem iniciou os ânimos à rebelião, publicando um artigo de protesto no jornal Noticias da Beira. Alguns dos objectos de valor artísticos que faziam parte do recheio do palácio estão actualmente no Museu Regional de Francisco Tavares Proença Júnior.
O segundo bispo de Castelo Branco mandou ampliar o palácio com o corpo do lado norte e com o monumental peristilo da entrada nobre. Mandou também decorar a capela, as salas, as janelas e os logradouros. Estas obras, onde predominam os estuques artísticos em voga no século XVIII, foram projectados pelo arquitecto Frei Daniel, da Sagrada Ordem dos Pregadores, que faleceu em 6 de Outubro de 1821 e foi sepultado ao lado do Bispo seu amigo e protector nas proximidades do portal da sacristia grande da Igreja da Sé.
Os restos mortais dos dois amigos estão actualmente num sarcófago existente sob o arco cruzeiro da capela-mor daquela Igreja, tendo sido para ali trasladados por ordem do bispo de Portalegre D. Domingos Frutuoso.
Em1835, estando o bispado sede vacante, foram instaladas no Paço Episcopal as repartições do Governo Civil, que ali funcionaram até ao ano de 1891.
Nesta data foram transferidas para o palácio que foi dos viscondes de Portalegre, adquirido pelo estado em 1888. O palácio foi também utilizado para sede da Junta Geral de Distrito e para residência dos governadores civis. Alguns destes funcionários deixaram deteriorar o mobiliário e utensílios e apropriaram-se de algumas alfaias.
Foi extraviada o inventario a que se procedeu após o falecimento do ultimo bispo. Quando ocorreram a revolução da Maria da Fonte e o golpe de estado de 1846 as pratas foram para Tomar por ordem do Marechal Saldanha e ali se conservaram em casa de Feliciano Tomé da Silva até voltarem para Castelo Branco em obediência a uma portaria de 25 de Setembro de 1847, sendo estão guardadas em casas particulares. Em 1854 o governador civil mandou arrecadar as pratas no cofre do Distrito depois de as ter inventariar e avaliar. O seu valor era de 2.886$490 reis.
Um dos governadores civis que habitaram o palácio mandou substituir por papel as tapeçarias e damascos que forravam as paredes das salas e da capela! Após o advento do regime republicano, em 1910, o estado incorporou no seu património o Paço Episcopal com o seu recheio e dependências.
Pretendeu o Conselho de Arte e Arqueologia de Coimbra em 1912, depois de obter a respectiva autorização, fazer trasladar para aquela cidade os objectos que restavam do recheio e que estavam na iminência de ser vendidos em hasta publica. Para fazer uma escolha dos que tivessem valor histórico mandou aquele Conselho a Castelo Branco o mestre António Gonçalves, consagrado perito de Arte. Não conseguiu porem, este artista conduzir para Coimbra os que havia escolhido porque um movimento de protesto da população, no qual se salientaram os estudantes do liceu obstou à sua saída da cidade. Foi o Dr. Manuel de Paiva Pessoa, notário e arqueólogo, quem iniciou os ânimos à rebelião, publicando um artigo de protesto no jornal Noticias da Beira. Alguns dos objectos de valor artísticos que faziam parte do recheio do palácio estão actualmente no Museu Regional de Francisco Tavares Proença Júnior.
Continua
PS . O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense
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