"Continuação do número anterior"
Enquanto durou a reconstrução o povo de Castelo Branco, tendo relutância em inumar os seus mortos no adro, pejado de materiais para as obras, pediu a D. João VI, então príncipe regente, que lhe concedesse os sobejos das cinzas para a reconstrução de um cemitério. A cidade de Castelo Branco foi talvez a primeira povoação do pais a possuir um cemitério, ainda no tempo em que estava tradicionalmente arraigado o hábito de fazer as sepulturas nos templos e nos seus adros. Em provisão de 8 de Maio de 1805 o príncipe regente concedeu para essa obra, que havia sido arrematada ao pedreiro Manuel da Silva, o rendimento das pastagens e baldios do limite da cidade e seu termo durante cinco anos. Nas obras de reconstrução do tecto e do coro e ainda no douramente da capela-mor, da capela do Santíssimo Sacramento e órgão, foi dispendida a quantia de 29.000 cruzados. Durante a execução das obras, no espaço de três anos e meio, serviu de paroquial a igreja da Misericórdia Velha.
Para ali se trasladou o Santíssimo Sacramento, que voltou para a sé no dia 4 de Outubro de 1806, véspera do dia consagrado a Nossa Senhora do Rosário, padroeira da diocese de Castelo Branco. Para a reconstrução do tecto em abobada foram elevadas as paredes-mestras do corpo da igreja, o que prejudicou sobremodo a estética do edifício, porquanto não tendo sido elevada a cornija, ficou a cobertura com novos beirais separados pelos acréscimos das paredes.
Por iniciativa do arcipreste de Castelo Branco reverendo Padre João da Assunção Jorge e segundo um projecto do autor destas crónicas procedeu-se no ano de 1956, à demolição e reconstrução da fachada principal e das duas torres da igreja, que apresentava enormes fendas e evidentes indícios de ruína. No projecto de reconstrução manteve-se a arquitectura do século XVII sem outras alterações alem da uniformização das frestas das torres e do altamente da fachada principal para atingir, com a sua cornija o nível do telhado que havia sido elevado em 1806. Esta obra, que foi executada com a aprovação do estado, foi adjudicada ao Engenheiro João Marçal Carrega pela quantia de 700.000$00, parte da qual foi obtida por subscrição pública. Após a conclusão desta obra e de outros melhoramentos que simultaneamente foram executados em todo o edifício, foi este solenemente inaugurado como Sé Catedral, no dia 27 de Outubro de 1957, por D. Agostinho de Moura, Bispo de Portalegre e Castelo Branco.
Deplora-se o facto de se não haver aproveitado a oportunidade de beneficiação geral do edifício para o desafrontar de um inestético gradeamento que ali foi colocado no século XIX e das portas férreas que, permanecendo sempre abertas, demonstram cabalmente a sua inutilidade. Não podendo suprimir em todo o seu perímetro a vedação do adro, dado a diferença do nível existente entre o seu pavimento e o das ruas adjacentes, poderia ser substituído todavia, com vantagem para a estética o local, o execrável gradeamento por uma balaustrada de cantaria com um metro de altura ou por um simples murete acanteirado onde pudessem florescer algumas plantas ornamentais.
Para ali se trasladou o Santíssimo Sacramento, que voltou para a sé no dia 4 de Outubro de 1806, véspera do dia consagrado a Nossa Senhora do Rosário, padroeira da diocese de Castelo Branco. Para a reconstrução do tecto em abobada foram elevadas as paredes-mestras do corpo da igreja, o que prejudicou sobremodo a estética do edifício, porquanto não tendo sido elevada a cornija, ficou a cobertura com novos beirais separados pelos acréscimos das paredes.
Por iniciativa do arcipreste de Castelo Branco reverendo Padre João da Assunção Jorge e segundo um projecto do autor destas crónicas procedeu-se no ano de 1956, à demolição e reconstrução da fachada principal e das duas torres da igreja, que apresentava enormes fendas e evidentes indícios de ruína. No projecto de reconstrução manteve-se a arquitectura do século XVII sem outras alterações alem da uniformização das frestas das torres e do altamente da fachada principal para atingir, com a sua cornija o nível do telhado que havia sido elevado em 1806. Esta obra, que foi executada com a aprovação do estado, foi adjudicada ao Engenheiro João Marçal Carrega pela quantia de 700.000$00, parte da qual foi obtida por subscrição pública. Após a conclusão desta obra e de outros melhoramentos que simultaneamente foram executados em todo o edifício, foi este solenemente inaugurado como Sé Catedral, no dia 27 de Outubro de 1957, por D. Agostinho de Moura, Bispo de Portalegre e Castelo Branco.
Deplora-se o facto de se não haver aproveitado a oportunidade de beneficiação geral do edifício para o desafrontar de um inestético gradeamento que ali foi colocado no século XIX e das portas férreas que, permanecendo sempre abertas, demonstram cabalmente a sua inutilidade. Não podendo suprimir em todo o seu perímetro a vedação do adro, dado a diferença do nível existente entre o seu pavimento e o das ruas adjacentes, poderia ser substituído todavia, com vantagem para a estética o local, o execrável gradeamento por uma balaustrada de cantaria com um metro de altura ou por um simples murete acanteirado onde pudessem florescer algumas plantas ornamentais.
PS . O texto é apresentado nesta página, tal qual foi escrito na época.
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Publicado no antigo jornal Beira Baixa em 1951
Autor. Manuel Tavares dos Santos
O Albicastrense
Sem comentários:
Enviar um comentário