segunda-feira, outubro 11, 2010

MUSEU DE FRANCISCO TAVARES PROENÇA JÚNIOR - XII


UM PEQUENO RESUMO HISTÓRICO 
(1971 a 2010)
(Continuação)
Depois das exposições, o tema seguinte só podia ser mesmo os bordados de Castelo Branco. Falar da Escola-Oficina de Bordados do Museu, não é tarefa fácil para mim, pois o seu fim é hoje um dado adquirido por todos.
No entanto correndo o risco de poder ser imparcial, aqui ficam alguns dados sobre a sua criação e ao mesmo tempo alguns dados sobre algumas das exposições realizadas, entre os anos de 1976 e 1989.
Em 1975 os bordados entram no museu, vindos de um instituição ligada à antiga Mocidade Portuguesa, que com o 25 de Abril de 1974 tinha sido extinta.
Os primeiros tempos no museu, não foram fáceis para as bordadoras, pois o salário das bordadeiras dependia do que conseguiam vender.
Só em 1976 a Oficina-Escola de Bordados Regionais, é oficialmente criada com a saída do decreto-Lei nº 805 de 8 de Novembro.
Não se pense porém, que a criação da Oficina-Escola de Bordados do Museu, se deveu a um qualquer milagre ou que caiu do céu aos trambolhões! Muito antes pelo contrario... a sua criação, foi um acto de coragem e de muita força de todos os que ali trabalhavam e de algumas pessoas que em Lisboa se recusavam a deixar cair no charco este projecto. Para completar este projecto, em 1987 o então Ministro da Educação e Cultura, inaugura as novas instalações da Oficina Escola de Bordados a funcionar em edifício anexo ao Museu, (Foto-1).
Com a construção deste pequeno anexo, que dispunha de várias claras-bóias para receber luz do exterior, parecia que finalmente os nossos bordados tinham instalações dignas e adequadas ao seu funcionamento, puro engano meus amigos!
Em 1995 durante as obras realizadas no edifício que alberga o museu (Antigo Paço Episcopal), resolveram alguns Chico-Espertos da nossa capital, arrasar entre outras coisas no nosso museu, este pequeno edifício para ali construir (calcule-se!..) uma cafetaria que iria permitir a ligação entre o museu e o Jardim do Paço. Se a ideia da cafetaria como forma de ligar Museu/Jardim era completamente idiota, o resultado foi de bradar aos céus! Pois a meio das obras o carcanhol acabou e lá se foi a brilhante ideia pela sanita abaixo. Nem uma coisa nem outra!
Apenas um espaço vazio, que ainda hoje passados quase 15 anos, vazio se encontra. Vou ficar por aqui nestas minhas recordações, senão ainda me ponho aqui a deitar baba e ranho e passar para algumas das exposições de bordados realizadas entre os anos de 1976 e 1989.
- Em Agosto de 1976 o Museu realiza a sua primeira exposição. A Universidade de Lisboa é o local escolhido para este primeiro acontecimento. Segundo notícias da época, exposição foi um enorme êxito. A exposição contou com presença de quatro bordadoras do museu.
- Em Fevereiro de 1977 o Museu realiza no seu espaço a segunda exposição de Colchas de Castelo Branco. Exposição contou com 18 colchas executadas na Oficina-Escola de Bordados do Museu e teve muito boa adesão por parte dos albicastrenses.
- Em Junho de 1977 é inaugurada na Universidade do Minho (Braga) nova exposição de colchas de Castelo Branco. Segundo notícia publicada no jornal “reconquista” terá tido grande êxito.
- Em 1979 é inaugurada na Casa do Infante no Porto, uma exposição de colchas de Castelo Branco. Segundo notícia publicada no jornal “reconquista”, a exposição constava de 20 colchas confeccionadas na Oficina-Escola do Museu e foi um verdadeiro sucesso.
- Em Janeiro de 1980, o Museu realiza no seu espaço nova exposição. Exposição, a que deu o nome de “Preservação e valorização do património cultural e natural das terras da Beira-Baixa”. A exposição era constituída por colchas existentes no Museu Francisco Tavares Proença e em outros Museus do estado e ainda em algumas colecções particulares.
- Em Junho de 1982 o Museu participa no Casino Estoril no 1º Salão de Artes Decorativas. Segundo notícia publicada pelo jornal “reconquista” foi vista por mais de 74.000 pessoas. Da exposição fazia parte uma valiosa colecção de colchas da nossa região. Três bordadeiras estiveram presentes nesta exposição, trabalhando à vista do público.
- Em Janeiro de 1984 numa iniciativa do Governo de Macau e com a colaboração do Gabinete de Relações Culturais Internacionais do Ministério da Cultura, o Museu realizou naquele antigo território Português, uma exposição de colchas confeccionadas na Oficina-Escola. Mais uma vez o êxito foi enorme.
- Em Fevereiro de 1986 o Museu realiza no Centro Regional de Artes Tradicionais do Porto, outra belíssima exposição de colchas confeccionadas na Oficina-Escola. A iniciativa contou com a colaboração da Câmara Municipal do Porto.
- Em Janeiro de 1987 nova exposição, desta vez integrada numa mostra de produtos Portugueses em Madrid. 
10 colchas confeccionadas no Oficina-Escola estiveram nesta exposição, que teve grande adesão por parte “De Nuestros hermanos”.
- A última exposição de que aqui quero falar, realizou-se no Casino do Luso em Agosto de 1988. Integrada num Programa de Animação Termal e que tinha como finalidade a divulgação de várias regiões do nosso pais.Segundo a imprensa da época teve um grande número de visitantes.
Termino este poste sobre a Oficina-Escola de Bordados do Museu Francisco Tavares Proença Júnior, afirmando que: por mais água-benta que alguns queiram deitar para cima do seu esqueleto, (uns dizendo; que ela vai continuar! Agora para se dedicar ao estudo do bordado... outros dizendo; que não vão ficar de braços caídos perante este esqueleto) o seu desaparecimento será o final de uma época, que dificilmente se repetirá na história futura dos nossos bordados.
(Continua)
O Albicastrense

2 comentários:

  1. Anónimo21:07

    !!!!!!!!!!!!!!!!
    ????????????????
    Que se passa?
    Isto está mesmo muito mau.
    Parece que está a dar uma "branca" a toda a gente.
    Homem das Cavernas

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  2. Interessante, sem dúvida.

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