terça-feira, fevereiro 01, 2011

DE COSTAS VIRADAS UM PARA O OUTRO.

ANÓNIMO DISSE...
“O JARDIM TEM QUE SER VENDIDO A PARTIR DO MUSEU"
O comentário que serve de título a este poste, foi deixado por um anónimo no poste referente à construção do futuro “Centro de Interpretação do Jardim do Paço”, pela nossa autarquia.
Comentário que me levou a propor aos visitantes um desafio. O desafio consistia em pedir aos albicastrenses que visitassem este blogue, para deixarem aqui a sua opinião sobre a sugestão apresentada pelo anónimo.
Disse igualmente nessa altura, que posteriormente publicaria um poste sobre a sugestão do anónimo e colocaria nele algumas das opiniões feitas pelos visitantes.
Nove dias após a publicação deste meu desafio, verifico que dos cerca de 2000 visitantes que entretanto o visitaram, apenas três nos disseram o que pensavam sobre a sugestão apresentada pelo anónimo.
Meus amigos! É caso para dizer que errei no alvo... quando pensei que este era um assunto que podia interessar aos albicastrenses que visitam este blogue. Independentemente da pouca adesão à minha proposta, vou cumprir o prometido.
Já aqui disse por enúmeras vezes que trabalhei no museu cerca de 30 anos, durante esse tempo, ouvi milhares e milhares de vezes (da parte de quem o visitava), se não podiam visitar o jardim através do museu.
Quando respondia a esses visitantes, que tinham que sair do museu, dar a volta ao edifício e entrar pelo portão que se encontrava perto do Passadiço, eles abanavam a cabeça e sorriam.
Moral da história: nem eles nem ninguém ainda hoje percebe a razão desta visita separada.
Na década de noventa, o edifício onde está instalado o museu sofreu profundas alterações, o projecto dessas obras foi apresentado com pompa e circunstancia no Governo Civil, pela então directora do I.P.P.C (Simonetta Luz Afonso). Durante essa apresentação, foi dito e reedito (pela referida senhora), que do projecto das obras, constava a construção de uma cafetaria na zona onde na altura estava o edifício da oficina–escola de bordados, (ao lado da figueira que ali existe) que curiosamente tinha sido construído meia dúzia de anos antes, e que iria ser sacrificado para no local construir a tal cafetaria.
A construção dessa cafetaria serviria, ( segundo a mesma senhora) para entre outras coisas, ligar o museu ao jardim ou vice-versa.
Ou seja, os visitantes iriam poder visitar o museu, no meio pediam almoçar na tal cafetaria, e depois podiam visitar o jardim.
A ideia era interessante, porém, (tal como diz o outro) de boas intenções está o inferno cheio. O edifício da oficina escola foi mandado abaixo e para cumulo da malvadez, o dinheiro esfumou-se e não deu para construir a tal cafetaria.
Moral da história: na próxima vez antes de deixarmos que mandem abaixo o que quer que seja, é preciso ver se podemos confiar nos espertalhões.
Os dois episódios que acabei de contar, servem apenas para mostrar que a questão não é de hoje, no entanto, estão ainda hoje por perceber as razões que levam a que a nossa autarquia e o organismo de que depende o museu, nunca tenham conseguido resolver esta questão.
Voltando à sugestão apresentada pelo anónimo, só posso argumentar que eu (e seguramente a quase totalidade dos albicastrenses), estarão de acordo com esta ideia, pois não faz qualquer sentido que sendo o museu e o jardim descendentes do velho Paço Episcopal, tenham que ser visitados separadamente como se fossem dois estranhos de costas viradas um para o outro.
Esta ideia que poderá parecer à primeira leitura uma questão menor, não o é! Antes pelo contrário... a concretização desta, juntamente com outras que se tornam necessárias a curto prazo, poderão dar ao nosso museu, aquilo que ele já foi nos anos setenta e oitenta do século passado.
Torna-se pois necessário, que a nossa autarquia diga de uma vez por todas aos albicastrenses, o que pretende para o nosso museu.
O nosso museu não pode continuar a ser uma espécie de adereço que se vai diluindo pouco a pouco, no cenário cultural da nossa cidade.
O ano de 2010 (ano do centenário do museu), deveria ter servido para que a nossa autarquia juntamente com os albicastrenses, repensassem o museu, e avançassem com sugestões sobre o que ele tem que ser, não no num futuro próximo, mas já no dia de amanhã.
É bom não nos esquecer-mos, que o organismo de que depende o museu, quer há muito chutá-lo para fora de rede nacional dos museus, e este albicastrense começa a ter sérias dúvidas se a sua permanência nesta rede nacional, será a melhor das soluções. Das duas uma, ou a nossa autarquia e os albicastrenses voltam a olhar para o seu museu, como uma instituição que prestigiou num passado recente a sua cidade, ou então ele irá ter o futuro dos tais adereços, que por mais bonitos e decorativos que possam ser, acabam por não fazer parte da cenas principais de qualquer telenovela, por mais rasca que ela seja.
Ps. Tal como prometi, aqui ficam os comentários sobre a sugestão do tal anónimo
Anónimo disse...
Assim que li a notícia no jornal pensei logo no dito poste. Das duas uma, ou alguém da câmara lê efectivamente este bloque ou é uma enormíssima coincidência pois até a sugestão que foi dada na altura como possível função para a casa (servir como local de apoio aos visitantes do jardim do paço) é aquela que aparentemente irá para a frente. Seja como for, vai ser bom poder voltar a ver esta casa centenária servir a cidade como já fez no passado.
Anónimo disse...
Na minha opinião não faria muito sentido restringir-se a entrada no jardim aos visitantes do museu. É certo que traria muitos mais visitantes ao mesmo mas o "Hall de Entrada" do jardim fica na Rua Bartolomeu da Costa e entrar na Jardim do Paço por outro lado não seria a mesma coisa. O que me pareceria uma boa iniciativa era que os visitantes do museu tivessem, no final da visita ao mesmo, a oportunidade de conhecer o jardim. Se os preços não fossem muito díspares, tenho a certeza de que muita gente preferiria ir dar uma volta pelo museu também.
JJB disse...
Relativamente à futura visita ao jardim, depois das obras previstas, penso que a entrada deveria começar pelo Portão Principal - o impacto da entrada desperta curiosidade ao visitante - e a saída seria, obrigatoriamente, pelo Museu. A colocação da bilheteira neste caso é que merece atenção especial, mas os técnicos saberão dar a volta, se assim vier a ser entendido. Soluções não faltarão, estou certo. Quanto ao sistema apresentado dou conhecimento que é assim que acontece em visitas a palácios, museus, catedrais e outros monumentos que tenho visitado por essa Europa, ou seja, acabada a visita toda a gente é obrigada a passar por salas de exposições, de vendas de artesanato/lembranças, podendo então usufruir de outras de apoio a informações, bar, wc, etc. Com a utilização deste esquema o visitante ao passar por esses espaços tem a oportunidade de usufruir de atendimento personalizado em tudo o que a estrutura lhe oferece. Para além disso, é necessário que a oferta seja de qualidade, como se espera, e então a entidade exploradora terá também direito a colher os justos proventos.
PS. Aos albicastrenses que visitam este bloque vou continuar a pedir, para se pronunciam sobre esta questão e sobre as deixas que agora lhe acrescentei.
O Albicastrense

2 comentários:

  1. Anónimo03:03

    A Câmara deveria promover um debate público sobre o tema com a participação de todas TODOS os investigadores que trabalham a historicidade do nosso jardim.

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  2. Depois de ler o texto penso que a idéia de a entrada para o jardim se fazer pelo Museu é óptima e a saída,como disse no meu anterior comentário,ser pelo prédio a reconstruir.Não tinha pensado nessa hipótese. Não há dúvida que muitas cabeças pensam melhor que uma e agora só é necessário que as cabecinhas da autarquia também tenham pensamento positivo e acertado.
    JJB

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